A enxaqueca é um dos tipos de cefaleia (dor de cabeça). Ela se caracteriza por uma dor pulsante em um dos lados da cabeça (às vezes dos dois), geralmente acompanhada de fotofobia e fonofobia, náusea e vômito.
A duração da crise varia de quatro a 72 horas, podendo ser mais curta em crianças. Segundo o próprio Ministério da Saúde, de 5 a 25% das mulheres e 2 a 10% dos homens tem enxaqueca. A enxaqueca é predominante em pessoas com idades entre 25 e 45 anos, sendo que após os 50 anos essa porcentagem tende a diminuir, principalmente em mulheres.
A doença ocorre em 3 a 10% das crianças, afetando igualmente ambos os gêneros antes da puberdade, mas com predomínio no sexo feminino após essa fase. A enxaqueca pode ser divida entre com aura ou sem aura, e essas em episódica ou crônica. Segundo dados do Ministério da Saúde, 64% do total desses pacientes apresentaram enxaqueca sem aura, 18% com aura e 13% com e sem aura. Os restantes 5% apresentaram aura sem cefaleia.
Conforme a atividade elétrica se espalha pelo cérebro, várias funções, como visão, sensação, equilíbrio, coordenação muscular e fala, são temporariamente perturbadas. Esses distúrbios causam os sintomas que ocorrem antes da cefaleia, chamados de
AURA. Mais a frente vamos analisar também o que isso significa.
A enxaqueca crônica se caracteriza por cefaleia em 15 ou mais dias do mês, sendo oito dias com crises típicas de enxaqueca, por mais de três meses, na ausência de abuso de medicamentos.
Entendendo como se desenvolve a enxaqueca
É importante salientar que enxaquecas ocorrem em indivíduos cujo sistema nervoso é mais sensível. Para essas pessoas, as células nervosas no cérebro são facilmente estimuladas, produzindo atividade elétrica. Ela é o resultado de um desequilíbrio químico no cérebro que afeta neurotransmissores, a integridade de biomoléculas cerebrais e o fluxo hormonal neurológico.
No início de 2018, a OMS (Organização Mundial de Saúde) incluiu a enxaqueca: doença neurológica, hereditária e crônica, no rol das enfermidades mais incapacitantes.
E isso realmente procede, porque para quem sofre de enxaqueca, o impacto social, econômico e emocional é inevitável, uma vez que o paciente não presta atenção nas coisas, não trabalha ou estuda bem e tem certas áreas da memória afetadas durante uma crise.
Como ela ocorre?
A cefaleia ocorre quando o 5º nervo craniano, o trigêmeo 1, é estimulado.
Esse nervo envia impulsos (incluindo de dor) dos olhos, couro cabeludo, testa, pálpebras superiores, boca e mandíbula para o cérebro.
Quando estimulados, os nervos podem liberar algumas substâncias que causam inflamação dolorosa nos vasos sanguíneos do cérebro e das camadas de tecidos que cobrem o cérebro (meninges), provocando cefaleia, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz e ao som, como vimos mais acima.
A enxaqueca hemiplégica familiar, um subtipo raro da doença, está associada a defeitos genéticos do cromossomo 1, 2 ou 19. O papel dos genes nas formas mais comuns da enxaqueca está em estudo.
Especialistas acreditam que o estrogênio, o principal hormônio feminino, desencadeia a enxaqueca, o que explicaria o fato de ela ser mais frequente nas mulheres. Enxaquecas podem, provavelmente ser desencadeadas quando os níveis de estrogênio aumentam ou flutuam.
Durante a puberdade (quando os níveis desse hormônio aumentam), a enxaqueca é muito mais frequente entre as jovens mulheres do que entre os rapazes da mesma idade. Algumas mulheres têm enxaquecas antes, durante ou imediatamente após a menstruação.
Enxaquecas ocorrem com menos frequência e tornam-se menos graves nos últimos trimestres da gravidez quando os níveis de estrogênio estão relativamente estáveis, e se agravam após o parto quando esses níveis diminuem rapidamente. Com a aproximação da menopausa (momento em que os valores de estrogênio ficam instáveis), a enxaqueca é particularmente mais difícil de controlar.
Principais causas da enxaqueca
As causas exatas da enxaqueca ainda são desconhecidas, embora se saiba que elas estão relacionadas com alterações do cérebro e possuem influência genética. A enxaqueca começa quando as células nervosas, já em estado de hiperexcitabilidade, reagem a algum gatilho frequentemente externo, enviando impulsos para os vasos sanguíneos, causando sua constrição seguida de uma dilatação (expansão) e a libertação de prostaglandinas, serotonina e outras substâncias inflamatórias que causam a dor.
Acontece conforme a atividade elétrica vai se espalhando pelo cérebro, daí então, várias funções, como visão, sensação, equilíbrio, coordenação muscular e fala, são temporariamente perturbadas. Esses distúrbios causam os sintomas que ocorrem antes da cefaleia (chamados de aura).
O padrão de crise é sempre o mesmo para cada indivíduo, variando apenas em intensidade. O espaçamento entre crises é que vai variar. Sabe-se também que o gatilho para as crises em enxaqueca variam de indivíduo para indivíduo, sendo que em alguns a pessoa pode não apresentar nenhum estímulo específico. Os estopins de enxaqueca mais comuns são:
- Estresse;
- Jejum prolongado;
- Dormir mais ou menos do que o de costume;
- Mudanças bruscas de temperatura e umidade;
- Perfumes e outros odores muito fortes;
- Esforço físico;
- Luzes e sons intensos;
- Abuso de medicamentos, incluindo analgésicos;
- Fatores hormonais: é comum que mulheres portadoras de enxaqueca apresentem dor nas fases pré, durante ou após a menstruação. Esse tipo de migrânea é chamado de enxaqueca menstrual. E ela tende a melhorar ou piorar espontaneamente na menopausa. Muitas mulheres têm as crises pioradas, ou até melhoradas, a partir do momento que iniciam o uso de anticoncepcionais orais;
- Alimentos e bebidas: queijos amarelos envelhecidos, frutas cítricas (principalmente laranja, limão, abacaxi e pêssego), carnes processadas, frituras e gorduras em excesso, chocolates, café, chá e refrigerantes à base de cola, aspartame (adoçante artificial), glutamato monossódico (tipo de sal usado como intensificador de sabor, principalmente em comida chinesa), excesso de álcool podem ser fatores desencadeantes também.
Sintomas de Enxaqueca mais relevantes
Entre os principais sintomas de enxaqueca podemos citar:
- Crise de cefaleia durando de quatro a 72 horas, unilateral e pulsante;
- Náusea e Vômitos;
- Bocejos;
- Irritabilidade;
- Sensibilidade à luz;
- Sensibilidade ao som;
- Sensibilidade ao movimento do corpo ou do ambiente;
- Tontura;
- Fadiga;
- Mudanças de apetite;
- Problemas de concentração, dificuldade para encontrar as palavras.
O que significa enxaqueca com aura
A manifestação mais comum da enxaqueca com aura é a chamada aura visual, que pode se apresentar como flashes de luz, manchas escuras em forma de mosaico ou imagens brilhantes em ziguezague – como quando estamos andando em uma estrada e vemos aquele ziguezague de calor que emana do chão.
Em outros casos, a enxaqueca com aura pode se manifestar como dormências ou formigamentos em apenas um lado do corpo – dependendo da gravidade da enxaqueca com aura, a pessoa pode começar com um formigamento em uma das mãos e ele se espalhar por todo o lado do corpo, chegando a adormecer apenas metade da língua. No entanto, essas manifestações sensitivas da enxaqueca com aura são mais raras.
Em geral, a aura começa da cefaleia na crise de enxaqueca, podendo persistir ou não depois que a dor começa.
Em busca de ajuda médica
Exames para enxaqueca
Segundo pesquisas recentes, no Brasil, é estimado que apenas 56% dos pacientes com enxaqueca procuram atendimento e, destes, apenas 16% se consultam com especialistas em cefaleias. Um estudo feito em duas Unidades Básicas de Saúde (SUS), encontrou prevalência de 45% de enxaqueca nos pacientes com queixa de cefaleia.
O diagnóstico de enxaqueca é basicamente clínico. Normalmente, o médico neurologista é quem fará perguntas, dentre elas, tais como:
- Você sente dor em qual lado da cabeça?
- Quais os sintomas relacionados à dor?
- Qual a duração desses sintomas?
- Eles acontecem em ambos os lados do corpo?
- Se foram sintomas visuais, como são e em que momento os apresenta?
- Algum desses sintomas aparece antes de a dor começar?
O médico pode querer ter certeza de que não existem outras causas para sua enxaqueca. Assim, é provável que ele peça exames físicos e neurológicos. Além disso, o profissional provavelmente irá perguntar sobre seu histórico familiar, incluindo questões como:
- Os outros membros da família têm enxaqueca ou outros tipos de dores de cabeça?
- Você usa medicamentos como pílulas anticoncepcionais ou vasodilatadores?
- Sua dor de cabeça começa depois que você faz muito esforço, ou após tossir ou espirrar?
Infelizmente, a enxaqueca é uma doença crônica, ou seja, sem cura. A boa notícia é que tem como tratar a dor aguda e, principalmente, preveni-la. Mas lembre-se: não é porque a doença não tem cura que não é preciso procurar um médico.
Uma meta-análise publicada no The British Medical Journal, por exemplo, mostrou que as mulheres que sofrem de enxaqueca com aura – caracterizada por alguns sintomas neurológicos, principalmente alterações visuais, que surgem antes da dor – têm risco 73% maior de desenvolver doenças cardiovasculares, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico.
O HCor Neuro possui um núcleo especializado em neurociência englobando neurologia, psiquiatria e neurocirurgia, que tem como objetivo proporcionar ao paciente uma vida saudável e produtiva.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da enxaqueca é feito clinicamente, seguindo os seguintes critérios, com base nas diretrizes da Headache International Society. Para a cefaleia ser diagnosticada como enxaqueca, o paciente precisa apresentar pelo menos cinco crises com essas características:
- Crise de cefaleia durando de quatro a 72 horas (tratamento fracassado ou não realizado)
- Cefaleia tendo pelo menos duas das seguintes características: unilateral
- pulsante
- Dor de intensidade moderada a intensa
- Dor agravada ou impedindo atividade física rotineira (caminhada, subir escadas, etc)
- Durante a cefaleia, ocorrência de pelo menos um destes sintomas: náusea e vômitos, fotofobia e fonofobia.
- Nenhum outro diagnóstico que explique a cefaleia.
Enxaqueca com aura
- Pelo menos duas crises com a presença de sintomas da aura, como pontos luminosos ou perda e embaçamento da visão, dormência e formigamento, e fraqueza no corpo e dificuldade na fala.
Tratando a Enxaqueca
Antes de iniciar o tratamento para enxaqueca, é necessário saber se o diagnóstico está correto e qual o fator desencadeante dela. No geral, o melhor é evitar esses desencadeantes e tomar o medicamento indicado pelo médico quando uma crise aparecer.
Os medicamentos para prevenção da enxaqueca incluem neuromoduladores, betabloqueadores, antidepressivos, antivertiginosos. A indicação feita pelo seu médico, no entanto, dependerá de cada caso.
Em relação ao tratamento da enxaqueca é importante, primeiro, tratar a crise, utilizando anti-inflamatórios e/ou medicações da família dos ergotamínicos e/ou triptanos. Depois, para os casos com indicação, devemos usar medicações preventivas, que o pacientes usam todos os dias por pelo menos 6 meses para prevenir novos episódios de dor. Dentre eles destacam-se alguns antidepressivos e até anticonvulsivantes.
Além disso, cabe salientar que alguns bons hábitos de vida ajudam a melhorar as crises de enxaqueca como atividade física regular, sono de boa qualidade, evitar alimentos que desencadeiam crises (fast-food, chocolate, molho vermelho, queijos amarelos, embutidos e enlatados).
Finalmente, cada vez mais se tem utilizado o Botox como uma alternativa terapêutica para combater enxaqueca crônica. Trata-se de uma alternativa eficaz em particular para os casos mais refratários, uma vez que seu mecanismo de ação age impedindo que os estímulos nociceptivos (dolorosos) periféricos cheguem aos centros de dor no cérebro.
Alguns medicamentos usados
Os medicamentos mais usados para o tratamento de enxaqueca são:
- Ácido Mefenâmico
- Amato
- Buscofem
- Cefalium
- Cefaliv
- Cinarizina
- Cloridrato de Naratriptana
- Deocil
- Depakote
- Doralgina
- Dorflex
- Doril Enxaqueca
- Flanax
- Flancox
- Ibupril (cápsula)
- Ibupril 400mg
- Ibuprofeno
- Lisador
- Naproxeno
- Naramig
- Neosaldina
- Nisulid
- Nimesulida
- Dipirona monoidratada.
Como em todos os artigos sobre medicamentos que fazemos aqui no blog, gostamos sempre de deixar claro aos leitores amigos que, somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.
É importante você seguir sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedicar. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Diferença entre cefaleia e enxaqueca
Você sabe diferenciar a sua enxaqueca de uma cefaleia comum? O que será que você tem? Cefaleia ou enxaqueca? A cefaleia é o termo técnico para dor de cabeça. Já a enxaqueca, que também é chamada de migrânea, é um dos tipos de cefaleia. Mas não é o único, existem outros 150! Entender as características dos mais comuns e saber descrevê-las ajuda o seu médico a prescrever o melhor tratamento. Acompanhe um pouco de algumas delas:
Cefaleia tensional
Provoca dores que dão a sensação de cabeça pesada, apertada ou pressionada. Geralmente é uma dor fraca ou moderada, não impede você de fazer suas atividades do dia a dia e não causa outros sintomas. As causas podem ser estresse, ansiedade e depressão e o tratamento geralmente é feito com medicamentos analgésicos.
Cefaleia em salvas
É menos frequente e tem como sinal uma dor intensa, que aparece à noite, de um lado só ou em torno dos olhos. Pode durar poucos minutos ou horas. Algumas pessoas podem ficar com os olhos avermelhados e lacrimejando, congestão nasal e a pálpebra caída do lado que tem a dor.
As causas podem ser problemas na região do cérebro conhecida como hipotálamo, responsável pelo controle da temperatura, hormônios e sono. O tratamento preventivo é feito com medicamentos, dependendo do tipo de crise que você tem.
Enxaqueca
É uma dor de cabeça crônica, que geralmente começa com uma dor latejante em um dos lados, que aumenta aos poucos. Além da dor, você pode sentir fotofobia (aversão à luz) e fonofobia (aversão ao som). Em alguns casos, ficar com a visão turva ou enxergar pontos luminosos pode indicar uma crise, que pode provocar náuseas e vômitos.
Muitas vezes a enxaqueca é causada por alterações hormonais, fazer refeições fora do horário normal, tomar muito café ou praticar muita atividade física. Mas para algumas pessoas, alguns tipos de alimentos, como queijos, chocolate, frutas cítricas, adoçante, alimentos gelados ou gordurosos podem causar crises de enxaqueca.
Como a enxaqueca tem um tempo de duração definido, entre quatro horas a três dias, geralmente o tratamento se resume a controlar os sintomas. Mas, quando se conhece o que desencadeia as crises, existe um controle maior e enxaquecas são prevenidas com medicamentos.
Não se esqueça que o ideal, ao invés de se automedicar ou diagnosticar, é procurar um médico! Até porque, muitas doenças têm a cefaleia como sintoma. E o melhor a se fazer é procurar orientação para descobrir se é só uma dor de cabeça mesmo ou se ela pode ser o sinal de outra condição de saúde.
A enxaqueca se diferencia de uma dor de cabeça comum porque começa fraca e latejante, na metade da cabeça, e vai aumentando progressivamente”, explica o Dr. Mauro Atra, neurologista do HCor que completa: “associa-se a essa dor a aversão à luz, barulho e odores, bem como náuseas e vômitos”, como mencionamos mais acima.
Qual o prognóstico da enxaqueca?
Durante uma crise de enxaqueca, para conseguir conviver com ela, siga essas recomendações:
- Tome o medicamento: pessoas que têm enxaqueca frequente devem sempre andar com seus medicamentos. Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se iniciar, ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor e a torna mais rebelde aos analgésicos.
- Entenda o que alivia a sua dor: como os desencadeantes da enxaqueca são diferentes para cada um, a forma de aliviar essa dor também varia. Alguns dos tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem compressas quentes ou frias, massagens, terapia de biofeedback, homeopatia e acupuntura.
- Trate os sintomas separadamente: como o analgésico trata apenas a dor da enxaqueca, os outros sintomas devem ser tratados de forma tópica. Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com vômitos, pois ele pode golfar os analgésicos, precisando ir ao pronto socorro para receber drogas injetáveis.
- Fique em um local escuro e silencioso: durante uma crise de enxaqueca, o paciente não suporta ambientes barulhentos e com muita luz. Por isso, o ideal é se sentar ou deitar – o que for mais confortável – em um local com pouca luz e sem barulhos, evitando ao máximo atividades que o tirem do repouso.
- Faça refeições leves e hidrate-se: beba muito líquido, tanto água quanto soluções hidratantes disponíveis no mercado. Caso haja vômito, o melhor é não ingerir alimentos sólidos e, em casos graves, procurar um pronto atendimento para receber medicações injetáveis mais potentes.
Enxaqueca pode ter complicações
O episódio de enxaqueca é autolimitado e raramente resulta em complicações neurológicas permanentes. Enxaqueca crônica pode causar incapacitação por dor e afetar a execução de atividades diárias e a qualidade de vida. Quando uma crise intensa se prolonga por mais de 72 horas, diz-se que o paciente está em status enxaquecoso (ou migranoso).
Prevenção
Além dos e cuidados no momento da crise, você pode adotar alguns hábitos que ajudam na prevenção da enxaqueca:
- Manter um diário da enxaqueca: isso pode ajudar a identificar qualquer coisa que possa desencadear enxaquecas com aura. Inclua no diário a data e a hora da enxaqueca, todos os alimentos que você comeu, atividades que você participou e medicamentos ingeridos
- Evite alimentos, medicamentos e fatores ambientais desencadeantes
- Fique atento aos gatilhos psicológicos, como estresse e ansiedade
- Procure um especialista que lhe indique o medicamento preventivo mais apropriado para você.
Dicas para amenizar crises
De acordo com o neurologista Mauro Atra, é possível amenizar o impacto de uma crise se ela for identificada no início e a medicação for administrada corretamente. “Quando a enxaqueca fica muito forte, os medicamentos ingeridos não são absorvidos, sejam eles analgésicos comuns ou específicos e, portanto, não são mais efetivos”, conta.
Nesses casos, ficar em um local escuro, com a cabeça mais elevada, fazendo compressas de água fria/gelada no local da dor, pode ser um paliativo interessante.
Por isso, saber como prevenir uma crise é o mais importante para quem tem a doença. Acompanhe algumas dicas do que fazer para amenizar quando a crise aparecer:
Tenha o medicamento sempre por perto
Quem sofre de enxaquecas frequentes e crise de dor forte devem sempre andar com seus medicamentos. Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se iniciar ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor e a torna mais resistente aos analgésicos, o que diminui sua eficácia. Ou seja, quanto mais tempo você esperar para tratar a crise de enxaqueca, mais resistente a dor estará à medicação.
Além disso, é importante que o remédio tenha sido prescrito pelo seu médico, pois cada tipo de enxaqueca e cada pessoa melhora com um analgésico específico. Dessa forma, o paciente evita o abuso de analgésicos simples, que podem não ser suficientes para a sua enxaqueca e até mesmo torná-la crônica.
Antecipe uma crise
Quando o paciente apresenta sintomas visuais ou sensitivos antes da dor ele tem a chamada enxaqueca com aura. Essas sensações podem durar de poucos minutos até uma hora, seguidos de dor de cabeça muito forte. Entre os sinais mais comuns estão pontos brilhantes ou manchas escuras em forma de mosaico na visão e dormências ou formigamentos em apenas um lado do corpo. Mas, mesmo as enxaquecas sem aura podem ser previstas, pois o paciente pode ficar inquieto, sonolento, irritado ou eufórico, com desejo de comer comidas específicas, principalmente doces.
Alguns pacientes apresentam sintomas até um dia antes da crise como bocejos e aumento de apetite. Nesses casos, você já pode se preparar melhor para a crise, cancelando compromissos, por exemplo e até mesmo iniciando o uso da medicação de forma preventiva.
Entenda o que desencadeia sua enxaqueca
Antes de sair seguindo os conselhos de parentes ou amigos que também sofrem de enxaqueca, saiba que os gatilhos para uma crise são diferentes em cada pessoa, bem como os fatores que ajudam a amenizar os sintomas.
Os desencadeantes de uma crise podem ser alimentos, estresse, alterações do sono, jejum, estado climático, alterações hormonais e muitos outros. Inclusive, algumas pessoas não possuem qualquer desencadeante específico. Por isso, o que melhora a crise para uma pessoa pode não ajudar em outra, cabendo a cada um prestar atenção em seus próprios gatilhos e o que pode ser feito para evitar ou amenizar a dor quando ela vier.
Alguns dos tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem compressas quentes ou frias, massagens, terapia de biofeedback, homeopatia e acupuntura.
Trate os sintomas separadamente
De todos os tipos de dores de cabeça, a enxaqueca é a mais rica de sintomas. Náuseas, vômitos, diarreia, sensibilidade à luz, cheiros, barulhos e movimentos, irritabilidade, sonolência e depressão são apenas alguns dos incômodos que podem acompanhar uma crise.
Como o analgésico trata apenas a dor da enxaqueca, o paciente que tiver esses outros sintomas muito acentuadamente deve tratá-los de forma tópica. Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com vômitos, porque ele pode perder os analgésicos, precisando ir ao pronto socorro para receber drogas injetáveis.
Quando o paciente relata vômitos intensos é conveniente medicá-lo com um antiemético conjuntamente com os medicamentos analgésicos – e alguns antieméticos parecem ter até um efeito sobre a dor.
Descanse em um local escuro e silencioso
Durante uma crise, o paciente não suporta ambientes barulhentos e com muita luz, podendo esses fatores serem até mesmo desencadeantes do quadro. A pessoa com enxaqueca tende a possuir anomalias neuroquímicas que tornam o seu cérebro mais irritável do que os outros, respondendo de forma exagerada a estímulos como luz e barulho.
Assim, durante uma crise, repouse em um local com pouca luz e sem barulhos, como dito anteriormente, evitando ao máximo conversas e atividades que o tirem do repouso. Pacientes que sofrem de enxaquecas mais amenas podem melhorar completamente com o repouso, dispensando o uso de analgésicos.
Faça refeições leves e hidrate-se
Mesmo que o desencadeante da sua crise não seja a alimentação, uma dieta leve rica em líquidos no momento da crise pode ser muito útil. Nos casos em que não há vômito, o jejum prolongado pode inclusive agravar a enxaqueca. Por isso, é interessante beber muito líquido para se manter hidratado, tanto água quanto soluções hidratantes disponíveis no mercado.
Agora, se o paciente estiver vomitando, o melhor é não ingerir alimentos sólidos e, em casos graves, procurar um pronto atendimento para receber medicações injetáveis mais potentes para aliviar esse sintoma.
Tente evitar o estresse
Sabemos que isso não é uma tarefa fácil, mas entenda que, apesar de existirem vários fatores desencadeantes de uma enxaqueca, o gatilho mais importante é, sem dúvida, o estresse emocional. Situações como muitas horas no trânsito, cobranças no trabalho, excesso de horas trabalhadas e discussões familiares contribuem para que o cérebro do paciente produza mais noradrenalina, uma substância vasoconstritora que irá agravar ainda mais a dor de cabeça.
Como é impossível fugir completamente do estresse, até porque existem situações impossíveis de prever e outras que temos de encarar de qualquer maneira, é importante que o paciente já esteja preparado para uma crise em dias que ele sabe que serão mais difíceis. Manter as medicações à mão, já fazer uma dieta mais leve e considerar sair mais cedo do trabalho, quando possível, são algumas alternativas a serem consideradas.
Relação da alimentação com as crises
Existem alguns alimentos que têm a capacidade de carregar cobre para o organismo e as pessoas que sofrem de enxaqueca, são muito sensíveis a esse mineral. Então, consumir esses alimentos, pode fazer com que as crises de enxaqueca sejam desencadeadas mais facilmente.
É claro que os gatilhos são bastante particulares e pode ser que nem todos sejam sensíveis aos mesmos alimentos, mas é bom você procurar se conhecer e tentar descobrir quais podem ser fatores desencadeantes para suas crises.
O cuidado com a dieta deve ser feito sempre, pois os alimentos ajudam principalmente a prevenir novas crises. Além disso, é importante procurar um médico neurologista para receber orientações e avaliar a necessidade de usar algum medicamento.
Os alimentos que causam enxaqueca geralmente são aqueles que estimulam o sistema nervoso central, além de alimentos industrializados ricos em aditivos artificiais.
Como dito anteriormente, alguns deles são:
- Bebidas alcoólicas;
- Pimenta, ajinomoto e temperos prontos, como cubos de carne;
- Café, guaraná, bebidas energéticas, chocolate e refrigerante, por conterem cafeína;
- Chá verde, chá mate e chá preto, por conterem cafeína;
- Laranja, abacaxi, kiwi e frutas cítricas, por serem ricos em vitamina C, nutriente que pode desencadear uma crise;
- Carnes processadas, como presunto, salame, linguiça e salsicha, por conterem muito aditivos;
- Sopas prontas e macarrão instantâneo, devido ao excesso de aditivos.
Apesar destes serem alguns dos principais alimentos que causam dor de cabeça mais frequentemente, existe sempre uma variedade individual e por isso cada paciente com enxaqueca deve anotar o que come, fazendo um diário alimentar para poder verificar que alimentos costumam provocar suas dores de cabeça.
Viu quanta informação interessante podemos destacar a respeito da enxaqueca? E você, sofre desse mal? Comente abaixo o que você faz para amenizar ou mesmo para prevenir suas crises, gostaríamos de saber sua opinião sobre isso!