Tudo sobre cicatrizes

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O assunto do post de hoje são as cicatrizes. Elas fazem parte da vida de todo mundo e costumam apresentar variadas formas, tamanhos e profundidades. Podem surgir a partir de espinhas, cirurgias e até acidentes. Isso acontece porque quando há qualquer tipo de trauma na pele, ela precisa se curar, e então começa o chamado processo de cicatrização – que pode acabar deixando marcas maiores ou menores, dependendo da causa e local do trauma. 

cicatriz

Quais os tipos de cicatrizes?

Agora vamos enumerar os tipos de cicatrizes:

 

  • Cicatriz normotrófica ocorre quando a pele no local da lesão fica com aspecto e consistência muito parecidos com aquela pele antes (estado anterior) do trauma.
  • Cicatriz atrófica é quando existe perda das estruturas subjacentes que apoiam a pele, como o músculo e a gordura. Ela deixa uma espécie de buraco na pele;
  • Cicatriz hipertrófica ocorre quando o corpo produz colágeno em quantidades anormais ou em quantidades normais, mas de forma desorganizada. Dessa forma, a lesão fica com uma textura elevada;
  • Queloides, que são as cicatrizes em alto-relevo, mais frequentes em pessoas negras, geralmente, limitada à pele, embora se estenda para os lados em relação ao ponto, ferimento ou incisão cirúrgica de origem.

 

Há tratamentos para os diferentes tipos de cicatrizes, dependendo do grau e o do local na pele. Atualmente, o desenvolvimento da tecnologia se tornou uma valiosa ferramenta de auxílio a técnicas consagradas.

 

É preciso entendermos que, qualquer processo que gere uma solução de continuidade da pele vai ter que ser restaurado por um processo cicatricial. Feridas, tatuagens, cirurgias, acne, piercing, tudo isso pode desencadear uma cicatriz. Nessas horas, é importante ter alguns cuidados com ela para evitar processos infecciosos, formação de queloides e marcas desconfigurantes que prejudicarão a estética da sua aparência e até poderão colocar sua vida em risco.

Como funciona o processo de cicatrização?

O processo de cicatrização pode ocorrer de duas formas:

 

  • Primária: acontece quando um ferimento não contaminado possui bordas lisas e próximas, sem perda tecidual, como ocorre em cortes cirúrgicos. Normalmente não há infecções, necrose cutânea, presença de hematomas ou seromas.

 

  • Secundária: caracterizada por afastamento entre as bordas do ferimento e presença de uma lacuna tecidual preenchida por tecido de granulação. Ocorre em decorrência do tipo de ferimento ou por distúrbios na cicatrização. Normalmente, resultam em cicatrizes com estética desfavorável.

 

Etapas da cicatrização

 

A cicatrização normal é um processo, que ocorre segundo leis próprias e leva ao fechamento da ferida por meio de sequências bioquímicas e histológicas, no menor prazo possível. Dependendo dos processos predominantes em cada caso, distinguem-se três etapas na cicatrização que ocorrem de forma sobreposta:

 

  • Etapa inflamatória: dura entre 48 e 72 horas e é caracterizada pela presença dos sinais da inflamação: dor, calor, rubor e edema. O processo inflamatório é que vai combater os agentes agressores e deflagrar uma série de acontecimentos que reconstituem o tecido lesado e possibilitam o retorno da função fisiológica ou a formação de tecido cicatricial para restituir o que não pôde ser reparado. No caso de uma cirurgia plástica, o agente agressor é o trauma mecânico causado pelo instrumental. A inflamação começa no exato momento da lesão.

 

  • Etapa proliferativa: dura entre 12 e 14 dias e é caracterizada pela reconstituição de vasos sanguíneos e linfáticos, pela produção de colágeno e pela intensa migração celular, principalmente de queratinócitos, promovendo a reepitelização. Nesta etapa, a cicatriz possui aspecto avermelhado.

 

  • Etapa de maturação (remodelação): tem duração indeterminada e é caracterizada pela reorganização do colágeno, que adquire maior força tênsil e empalidece. A cicatriz assume a coloração semelhante à da pele. A fase final da etapa de maturação representa a evolução da cicatriz constituída, podendo durar anos. Há diminuição do número de fibroblastos e de macrófagos e aumento do conteúdo de colágeno, cujas fibras progressivamente se alinham na direção de maior tensão da ferida. O conteúdo fibroso da cicatriz está relacionado à tensão que incide sobre as suas bordas.

 

Fatores que podem interferir na cicatrização

 

Existem fatores locais (ligados diretamente à ferida) e sistêmicos (ligados ao indivíduo) que podem influenciar o processo cicatricial, ocasionando complicações e sequelas e causando prejuízos estéticos e funcionais à cicatriz. Dentre eles, podemos mencionar:

 

  • Dimensão e profundidade da lesão
  • Grau de contaminação
  • Presença coleções líquidas (hematomas, equimoses, edemas)
  • Necrose tecidual e infecção local
  • Suprimento vascular deficiente
  • Técnica cirúrgica utilizada, material e técnica de sutura, tipos de curativos
  • Tração ou pressão mecânica sobre a cicatriz
  • Faixa etária
  • Raça
  • Estado nutricional
  • Presença de doenças crônicas
  • Uso de medicamentos

 

Alguns distúrbios da cicatrização

A cicatriz patológica acontece quando ocorre alguma alteração nos mecanismos fisiológicos de cicatrização. Isso pode ocasionar deficiências funcionais e estéticas. As cicatrizes hipertróficas e as queloideanas estão dentre as cicatrizes patológicas, com início de manifestação cerca de 30 dias após a lesão e cuja diferenciação muitas vezes é difícil. Algumas diferenças histológicas comprovadas entre a hipertrófica e o queloide indicam que estas são duas disfunções diferentes e que, como tal, merecem tratamentos diferentes.

 

Mais a frente neste artigo, vamos explorar o queloide, mas agora para que você entenda a diferença com a cicatriz hipertrófica é que, queloide é uma manifestação exagerada na cicatrização de lesões na pele. Esse fenômeno inicia como placas rosadas bem definidas, de consistência firme e elástica. Um crescimento excessivo e descontrolado faz com que a cicatriz cresça além dos limites da lesão original, se torne lisa, irregular, hiperpigmentada e de consistência rígida. Os queloides são mais elevados que as cicatrizes hipertróficas. Possuem coloração violácea, invadindo tecidos vizinhos. Podem ou não apresentar prurido, dor e ardor, não regredindo espontaneamente.

 

Já as cicatrizes hipertróficas são ligeiramente elevadas com coloração rósea, limitadas às bordas da ferida. Geralmente são dolorosas e provocam prurido, podendo regredir com o tempo. Respondem bem ao tratamento com compressão e massagens.

Algumas dicas para cuidar do seu processo de cicatrização

Respeite o tempo

O processo cicatricial pode levar até 24 meses para se estabelecer completamente, dependendo do tamanho da lesão inicial. Nos primeiros dias, a epiderme — camada mais superficial da pele — se restaura e pode dar a impressão de que já está tudo cicatrizado, mas esse é um grande erro que você precisa se atentar. Na verdade, o tecido subcutâneo e a derme ainda estão abertos e irão se restaurar por um período mais longo. Por isso, é necessário respeitar o tempo do processo cicatricial e manter os cuidados adequados por todo o período.

Mantenha a ferida limpa

É necessário manter a ferida limpa e seca. Isso evita a proliferação de micro-organismos e reduz a chance de uma infecção. Feridas pequenas devem, primeiro, serem lavadas em água corrente com sabão, secas e cobertas por um curativo nos primeiros dias. O curativo cria uma barreira mecânica à entrada de micro-organismos e ainda absorve qualquer secreção mantendo o ambiente mais seco.

Feridas maiores, como as cirúrgicas, devem seguir as orientações médicas para o pós-operatório, mas também falaremos um pouco mais disso à frente.

Evite movimentar a ferida

O processo de cicatrização é bem sensível e se estabelece mais rapidamente quando o local é mantido em repouso e sem muita tensão. Claro que isso será difícil em lesões de pele sobre articulações ou sobre tecidos naturalmente mais tensionados como os do dorso, mas dentro do possível, é indicado manter o local mais quieto.

Hábitos de vida saudáveis

Como em todos os processos fisiológicos, uma alimentação saudável é essencial para um funcionamento adequado. Uma alimentação com excesso de gordura e de açúcar pode sim prejudicar o processo cicatricial e deve ser evitada. O diabetes, por exemplo, é o grande inimigo da cicatrização, estando associado a feridas crônicas. Outras doenças sistêmicas como câncer, lúpus e a infecção com HIV também podem atrasar o processo.

Identifique os sinais de que algo está errado

Caso a cicatriz comece a apresentar sinais como uma vermelhidão e calor excessivos, produção de pus e você comece a ter febre e mal estar, pode se tratar de uma infecção da ferida, que precisará ser avaliada por um médico. Se a cicatriz não apresenta sinais de infecção, mas está se tornando hipertrófica, com início de uma queloide, também é hora de procurar o médico. 

As queloides são mais comuns na população de pele negra ou asiática, ocorrendo com frequência nos brasileiros. Qualquer alteração deve ser vista e tratada o mais rápido possível para evitar complicações, como uma cicatriz maior ou infecções sistêmicas.

 

O uso dos cremes para o tratamento das cicatrizes estão ligados a hidratação da pele ou para objetivos específicos dentro de outro tratamento – como os que contém ácidos para o clareamento da marca. 

 

Claro que o especialista irá avaliar o tipo de cicatriz, e aí podem ser indicados cremes e géis como Cicatricure, Kelo-Cote, Contractubex, Cicatrimed, entre outros. Também, em alguns casos depois de uma cirurgia, pode ser recomendado fazer massagens com cremes à base de corticoide. Então, o mais importante é seguir a recomendação do médico responsável pelo seu quadro.

Cuidados com cicatrizes cirúrgicas

 

A recuperação do pós operatório exige alguns cuidados que podem ajudar na regeneração da pele e evitar a formação de cicatrizes de cirurgias. Nesse post vamos falar sobre como ocorre o processo de cicatrização, como tratar cicatrizes de cirurgias, quais os cuidados e, ainda, o que fazer caso os pontos se rompam.

 

Uma cicatriz de boa qualidade é o que especialistas chamam de normotrófica, ela é plana, fina e com coloração semelhante ao restante da pele. Dessa forma, acaba passando despercebida (ou quase).

Como funciona a cicatrização de uma cirurgia?

 

O processo de cicatrização não é uma fórmula pronta que funciona da mesma maneira para todo mundo. Como mencionamos anteriormente, alguns fatores influenciam diretamente na resposta que o organismo dá ao rompimento da pele, e o processo é o mesmo quanto à cicatrização de uma cirurgia.

 

  • Idade;
  • Estado nutricional;
  • Doenças crônicas pré-existentes (diabetes, hipertensão, etc);
  • Terapia medicamentosa;
  • Tratamento tópico inadequado.

 

 Mesmo que cada organismo reaja de uma maneira, é possível identificar três fases em comum no processo de regeneração tecidual:

 

 

1 – Fase inflamatória

Essa fase dura de 1 a 4 dias, dependendo da extensão e natureza da lesão. É caracterizada pela presença de secreção, podendo também haver inchaço, vermelhidão e dor. Nesse período ocorre a ativação do sistema de coagulação sanguínea e a liberação de mediadores químicos.

 

2 – Fase proliferativa

Podendo durar de 5 a 20 dias, é a fase da regeneração. Aqui ocorre a proliferação de fibroblastos e células, resultando em rica vascularização e infiltração de macrófagos. Juntos, esses fatores formam o tecido de granulação.

 

3 – Fase do reparo

Essa última fase pode durar meses. É quando ocorre a remodelação do tecido cicatricial (formado na fase anterior). As fibras são realinhadas para aumentar a resistência do tecido e deixar mais ameno o aspecto da cicatriz. Aos poucos, a cicatriz melhora sua tonalidade, passando do vermelho escuro ao tom rosa claro.

Como tratar cicatrizes de cirurgias?

No caso de cortes cirúrgicos, assim que o cirurgião retira os pontos, já é preciso dar atenção à cicatriz. Existem tratamentos clínicos e intervenções que apresentam bons resultados estéticos e no controle dos sintomas do processo de cicatrização. O tratamento deve ser indicado pelo profissional de saúde com base na aparência da cicatriz e na fase evolutiva em que ela se encontra.

 

Existem no mercado tratamentos clínicos não invasivos, como a aplicação de malhas não compressivas, fitas de silicone e, inclusive, massagens que podem ser associadas a hidratantes ou corticoide.

 

Cicatrizes que coçam ou dão fisgadas necessitam de tratamentos cuja finalidade é o controle desses sintomas. No caso de pacientes com tendência para formação de más cicatrizes, é importante começar o tratamento antes. Mesmo as cicatrizes cuja estética incomoda, acabam sendo amenizadas com o passar do tempo. Em alguns meses, a cicatrização continua evoluindo, o que torna a cicatriz menos notável.

Quais os principais cuidados com cicatrizes de cirurgias?

 

As dicas mais importantes para cuidar das cicatrizes cirúrgicas são:

 

  • Hidrate a pele: o processo de cicatrização pode causar coceira na região afetada. Hidratar a pele com creme ou loção hidratante ajuda a aliviar esse desconforto.

 

  • Não coce: essa sensação de desconforto, coceira e fisgado é natural e diminuirá com o tempo. É importante não coçar para não agredir a cicatriz com arranhões.

 

  • Evite tomar sol: não exponha a cicatriz ao sol enquanto a cicatriz não tenha adquirido a tonalidade normal da pele. Após esse período, use filtro solar sempre que for expor a área da cicatriz ao sol.
  • Siga as orientações médicas: seguir todas as orientações médicas, como tomar corretamente a medicação e repousar no período indicado, é essencial para evitar complicações pós-cirúrgicas.

Abertura de cicatrizes de cirurgias

É verdade que algumas situações podem causar a abertura do corte, como o desprendimento de alguns pontos por conta de esforço físico ou algum tipo de rejeição do organismo.

 

Nesses casos, vai surgir uma nova lesão que precisará de ainda mais atenção. Para acelerar a cicatrização da lesão e amenizar as cicatrizes, a indicação é utilizar um curativo próprio que ajuda a conter os poros e assim, permitir a drenagem do excesso de exsudato (secreção da ferida) e favorece as trocas gasosas. Esses dois fatores auxiliam na formação do tecido de granulação, etapa essencial do processo de cicatrização da pele.

 

Cicatrizes por queimadura

As queimaduras ainda são responsáveis por grande parte dos ferimentos e mortes decorrentes de causas externas no Brasil, assim como por grande número de afastamento do trabalho e sequelas funcionais e estéticas, principalmente na população masculina. 

 

Nos casos com indicação de tratamento ambulatorial, o antimicrobiano tópico de escolha ainda é a sulfadiazina de prata a 1%, após lavagem adequada das lesões, além da profilaxia do tétano. A prevenção de cicatrizes hipertróficas e queloides é muito importante para evitar limitações de movimento e de convívio social. 

 

Por definição, a queimadura se caracteriza como a destruição parcial ou total da pele, causada por trauma térmico, elétrico, químico ou radioativo. A gravidade e o prognóstico de

uma queimadura são definidos pela avaliação do agente causal, profundidade, extensão da superfície corporal queimada, localização, idade, doenças preexistentes e lesões associadas.

 

Para tratar uma cicatriz de queimadura, podem ser utilizadas várias técnicas, que incluem pomadas corticoides, luz pulsada ou cirurgia plástica, por exemplo, dependendo do grau da mesma. Porém, nem sempre é possível remover toda a cicatriz de queimadura, sendo apenas possível disfarçá-la, especialmente nas cicatrizes de 2º e 3º grau. 

 

Assim, é recomendado consultar um dermatologista para avaliar a textura, espessura e cor da cicatriz de queimadura, para identificar o melhor tratamento para cada caso.

 

Após o período da cicatrização, iniciam-se os cuidados com as futuras sequelas. O cuidado com a cicatriz da queimadura almeja a prevenção da função dos membros afetados e que se tornem cosmeticamente aceitáveis. O objetivo deve ser atingido o mais rápida e confortavelmente, e menos dispendioso possível. Estudos recentes demonstraram que as placas e géis de silicone são o tratamento não cirúrgico mais eficiente para cicatrizes de queimadura com evidências científicas. São eficazes tanto no tratamento quanto na prevenção de cicatrizes hipertróficas.

 

Vários mecanismos têm sido sugeridos para explicar a eficácia do silicone, incluindo hidratação do tecido, pressão, aumento da temperatura da cicatriz, indução da hipóxia tecidual, produção de campo estático local, absorção do silicone, redução da atividade dos mastócitos, do nível de interleucina 1 (IL-1) e da produção de matriz extracelular, tudo levando à diminuição da síntese de colágeno. 

 

O mecanismo exato de ação, todavia, permanece desconhecido. As últimas diretrizes para o tratamento de cicatrizes defendem o uso da terapia com silicone como a prevenção e o tratamento de primeira linha para queloides e cicatrizes hipertróficas. As fitas e géis de silicone são hoje o tratamento não invasivo padrão ouro nesses casos. As fitas de silicone possuem o inconveniente de demandar fixação. Além disso o aspecto em áreas expostas incomoda alguns pacientes. 

 

É importante salientar que o tratamento deve ser iniciado logo após a reepitelização do ferimento. Isso porque ele é mais eficaz na fase dinâmica imatura da cicatrização e não é tão eficaz em cicatrizes antigas. Os géis e fitas de silicone devem ser usados duas vezes ao dia a cada 12 horas, pelo período mínimo de três meses, cobrindo toda a extensão da cicatriz a ser tratada. 

 

O fato de os produtos à base de silicone não terem custo alto, serem opção terapêutica não invasiva e apresentarem benefícios explica sua popularidade clínica. É método adjuvante importante no manejo de cicatrizes hipertróficas. A terapia por pressão tem sido usada desde os anos 1970, sendo considerada a terapia padrão para tratar cicatrizes hipertróficas pós queimadura, sendo primeira linha em vários centros. É recomendada uma pressão entre 24 e 30 mm Hg por seis a 12 meses. 

 

A cicatriz da vacina contra tuberculose

A principal maneira de evitar a tuberculose, essa doença infecciosa em crianças é por meio da BCG, uma vacina ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A dose deve ser dada ao nascer, nas maternidades, ou na primeira visita da criança ao serviço de saúde, o mais precocemente possível. A vacina também está disponível na rotina dos serviços para crianças menores de 5 anos e protege contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.

 

A sua cicatriz é o resultado da reação do corpo à bactéria Mycobacterium bovis, causadora da tuberculose e contida de forma atenuada na vacina. Existem vários mitos envolvendo a marquinha da BCG. Por exemplo, antigamente se dizia que a enfermeira esquentava a ponta da agulha antes de usá-la e por isso a marca de queimadura ficava. Mas não é nada disso, aquela cicatriz é formada a partir de uma reação do nosso organismo aos componentes presentes na vacina. 

Assim que a vacina é injetada ela inicia um processo inflamatório, pois nosso corpo envia células de defesa para “acabar” com a bactéria. Nessa “briga” é formado um nódulo local que evolui para pústula (bolsinha de pus), seguida de crosta e uma ferida, com duração habitual de seis a 10 semanas (demora bastante mesmo…), dando origem quase sempre a pequena cicatriz, sendo que, durante a fase de úlcera, pode haver o aparecimento de secreção.

 

Em resumo, aquela ferida que sempre deixa uma cicatriz nada mais é do que o resultado de reação inflamatória típica que essa Mycobacterium bovis gera. O tamanho da marca e o tempo para a cura da ferida depende do organismo de cada um. Algumas pessoas tem marcas pequenas que mal podem ser notadas, outras já possuem uma cicatriz enorme que parece ter sido causada por algo muito mais forte do que uma simples agulhada.

 

Já a completa ausência da marquinha se deve ao uso de uma microagulha, conhecida como carimbo, que suaviza o efeito na pele. No Brasil, a taxa de uso do carimbo é de 3,1%, então três de cada cem crianças vacinadas ficam sem a marca. Nos EUA, o número gira em torno de 10%. Já no Japão, a microagulha é regra, não exceção.

Criança sem cicatriz vacinal não precisa revacinar contra tuberculose

Essa é a nova orientação do Ministério da Saúde, que alinhada com a OMS e o CTAI, foi comprovada a eficácia da vacina contra tuberculose em crianças que não ficam com cicatriz. Crianças que não apresentarem cicatriz vacinal após receberem dose da vacina contra tuberculose (BCG) não precisam ser revacinadas. A nova recomendação do Ministério da Saúde está alinhada com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) após estudos comprovarem a eficácia do imunobiológico também em crianças que não ficam com cicatriz depois da vacina. A orientação foi encaminhada aos estados e municípios a partir de 01/02/19..

E o queloide? Precisamos falar sobre ele!

Queloide ocorre quando há crescimento em excesso do tecido de cicatrização no local de um ferimento já curado. Os queloides são constituídos por lesões salientes, avermelhadas, rosadas ou escuras e podem ocorrer em qualquer área de traumatismo na pele. Por serem benignos, não contagiosos e indolores, são mais um problema estético do que um problema de saúde em si.

Principais causas

Queloides podem se formar em qualquer parte do corpo em que haja algum ferimento já cicatrizado, a exemplo de:

  • Acne
  • Queimaduras
  • Varicela
  • Furos nas orelhas
  • Pequenos arranhões
  • Cortes cirúrgicos
  • Tatuagens
  • Feridas traumáticas
  • Locais de vacinação.

Fatores de risco

Queloides parecem ter um forte componente genético envolvido entre os principais fatores de risco para seu surgimento. São bastante comuns, também, em pessoas jovens, entre os 10 e 20 anos e em afro-americanos, asiáticos e hispânicos. Ocorrem em pessoas tanto do sexo masculino quanto do feminino, embora o maior número de casos seja notado em mulheres.

Sintomas de Queloide

Os principais sinais e sintomas de um queloide podem ser notados a olho nu. As lesões que estão sobre o local do ferimento apresentam-se como protuberâncias salientes, endurecidas e com superfície lisa e avermelhada, escuras ou rosadas. Elas costumam ser mais comuns na região dos ombros, tórax, orelhas e face. Ela também pode causar eventualmente coceira na área próxima e sobre a cicatriz.

Diagnosticando Queloide

O médico especialista pode realizar o diagnóstico de queloide por meio da observação clínica da lesão. Pode acontecer, contudo, dele não conseguir diferenciar o queloide de uma cicatriz hipertrófica. Ao contrário dessa última, queloides não se limitam à área da cicatriz e podem não regredir com o tempo. Nesses casos, uma biópsia da lesão talvez seja necessária para o médico ter certeza de que se trata de um queloide e, também, para eliminar possíveis outras causas.

Tratamento

Existem diversos tratamentos, e evita-se a cirurgia porque, muitas vezes, aumenta-se o problema causando uma cicatriz ainda maior. Alguns casos são dramáticos levando a um problema bem maior do que simplesmente estético. Como dito anteriormente, acredita-se que exista uma predisposição genética para esse tipo de cicatriz. Por isso, se você tem algum familiar que o possui e precisa fazer uma cirurgia, ou se machucou mais profundamente, não se esqueça de avisar o médico, pois há tratamentos preventivos.

 

Muitas vezes um queloide não precisa de tratamento. Mas, quando necessária, a terapêutica é difícil e não garante que os queloides possam reincidir eventualmente. É comum que os médicos recorram a procedimentos cirúrgicos para remover os queloides, mas a cirurgia deve vir acompanhada de tratamentos complementares, a exemplo de radioterapia, uso de corticosteroides e terapias a laser. A crioterapia com nitrogênio líquido, tratamento que congela o queloide, também pode apresentar bons resultados.

 

Lembrando sempre que é a associação dessas diferentes formas de tratamento que vai aumentar as chances de cura do queloide e diminuir a probabilidade de ele retornar.

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, da mesma maneira que a dosagem correta e a duração do tratamento. 

 

Sempre incentivamos em nossos posts que você deve seguir à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedicar. Não interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, seguir as instruções na bula.

Mas enfim, Queloide tem cura?

Em alguns casos, eles podem diminuir, ficar mais lisos e menos visíveis após muitos anos, sem nenhum tipo de intervenção. Em outros, no entanto, os queloides não regridem – a não ser que se faça o tratamento corretamente. A remoção do queloide pode produzir uma cicatriz ainda maior e mais anômala que a anterior, no entanto, se feitos uma sucessão de tratamentos anteriormente, a cirurgia pode ser bem sucedida.

Prevenção

Muitas vezes não é possível prevenir a formação de queloides, mas, por se tratar de uma cicatriz, isso também inspira cuidados. Confira:

 

  • Não arranhe a crosta em formação. Não coce a cicatriz, não tire as crostas formadas.
  • Adicione alimentos ricos em vitamina E à sua dieta, como tomates, pimentões, ovos, fígados, sementes, cereais, entre outros.
  • Limpe a ferida e cubra-a com gaze limpa todos os dias.
  • Se a cicatriz começar a transformar-se em queloide, fale logo com um dermatologista sobre o melhor tratamento para seu caso. Existem algumas pomadas cicatrizantes que podem ajudar.
  • Se você ou algum membro da sua família é propenso ao desenvolvimento de queloides, procure não submeter-se a cirurgias evitáveis ou a perfurações da pele.
  • Evite fumar e ficar muito tempo exposto ao sol.

 

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Categorias: Pele
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