Tudo sobre os Analgésicos

Tempo de leitura: 20 minutos
Índice do conteúdo
Índice do conteúdo
Avalie esse post

Quando falamos em dor, sabemos que se trata de uma sensação desagradável que faz parte da vida de todas as pessoas em algum momento. Normalmente, está associada a uma destruição potencial de tecidos e pode se manifestar por meio de desconforto orgânico e/ou emocional.

 

Como exemplo, podemos falar das muito comuns dores de cabeça, infelizmente bastante frequentes em grande parte da população e estão relacionadas a diversas causas. 

 

Fisiologicamente falando, trata-se de uma resposta central a impulsos nervosos liberados a partir de um estímulo local. A intensidade com a qual as pessoas sentem e reagem a estes estímulos dolorosos é bastante variada. Por isso, a escolha do analgésico ideal para cada tipo de dor não segue uma regra específica.

analgesicos 2

Ainda assim, alguns fatores devem ser levados em consideração antes de se fazer essa escolha, como a classe do medicamento, seu mecanismo de ação e possíveis efeitos colaterais. Confira alguns deles na lista que preparamos abaixo:

Quais os tipos de analgésicos que existem no mercado?

Atualmente, existe no mercado uma gama de medicamentos com a capacidade analgésica. Enquanto alguns deles têm efeitos mais generalizados — como os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) e o paracetamol (que vamos abrangê-los mais à frente) —, outros já possuem ação mais específica, como os utilizados no tratamento da enxaqueca.

 

A principal diferença entre eles é o mecanismo de ação e os efeitos obtidos. Observe os detalhes agora:

Analgésicos e antipiréticos

Esses medicamentos já são usados em caso de febre e no alívio de dores, como dor de dente, cefaleias ligeiras ou dores musculares. Um exemplo é o paracetamol, analgésico não opiáceo menos agressivo, estando nomeadamente recomendado a pessoas com doença gástrica. Pode atuar contra a febre mas não combate a inflamação. Em doses excessivas pode provocar danos hepáticos, pelo que a dose diária máxima é 4 gramas.

Paracetamol

Apesar de o seu mecanismo de ação não ser totalmente esclarecido, acredita-se que o paracetamol atua principalmente no cérebro, bloqueando as regiões que recebem os estímulos da dor, além de influenciar as regiões que regulam a febre, reduzindo-a, tendo também a função antipirética.

 

Isso significa que o paracetamol é muito eficiente para curar dores de cabeça e outras dores menores, mas não é capaz de curar dores provenientes de processos inflamatórios.

 

Contraindicações importantes

  • Doença hepática.

AINEs

Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs) atuam inibindo seletivamente as COX (enzimas ciclooxigenase 1 e 2), responsáveis pela produção de prostaglandina, um importante precursor inflamatório.

 

Quando esta enzima é inibida, os AINEs são capazes de interromper o processo inflamatório e ao mesmo tempo reduzir a febre, o inchaço e a dor características da inflamação.

 

Alguns exemplos de AINEs são o ácido acetilsalicílico (AAS – anti-inflamatório não esteroide mais consumido mundialmente), ibuprofeno, o diclofenaco sódico, naproxeno e a nimesulida. Estes constituem uma das classes de medicamentos mais utilizadas em todo o mundo, sendo o principal tratamento para a dor leve a moderada. Atuam contra a dor, a febre e a inflamação, sendo a osteoartrose, a artrite reumatoide e a dismenorreia (dores menstruais) os principais motivos da sua utilização.

 

O AAS está indicado em casos de febre e síndromes dolorosos agudos (cefaleias, dores de dentes, dores artríticas e reumáticas, nevralgias, gripes e constipações). Combate a agregação de plaquetas sanguíneas que formam coágulos nas artérias, sendo por isso utilizado na prevenção secundária de acidentes trombóticos vasculares, como o Acidente Vascular Cerebral – AVC.

 

O ibuprofeno atua contra a febre, a dor e a inflamação e é usado em doenças do foro reumatológico, em dor pós traumática (como entorses e fraturas), dor resultante de uma cirurgia e dor ligeira a moderada.

 

Vale ressaltar que a toma prolongada de anti-inflamatórios não esteroides provoca o aumento dos valores tensionais, pelo que, quando a toma excede os período indicado (entre 7 a 10 dias) a pressão arterial deve ser vigiada. Isso porque, estes medicamentos podem também agravar o quadro clínico de doentes renais, insuficientes cardíacos, diabéticos e doentes com cirrose hepática.

Dado que estes fármacos afetam os mecanismos de proteção natural da parede gástrica, a principal limitação são os seus efeitos gastrointestinais: náuseas, dor abdominal e úlceras gástricas.

Contraindicações dessa classe de medicamentos analgésicos

  • Não podem ser tomados por gestantes.
  • Pessoas com asma, úlceras gástricas e duodenais; hemorragias ativas ou antecedentes de hemorragias; quedas e traumatismos frequentes; doentes com tensão arterial elevada não devem tomar ácido acetilsalicílico (AAS).
  • Crianças até aos 12 anos não podem tomar ácido acetilsalicílico – poderá provocar Síndrome de Reye, exceto o AAS infantil com devida prescrição médica.
  • Se houver suspeita de amigdalite ou presença de doença gástrica, não se deverá tomar ibuprofeno.

 

Em todos os nossos artigos, deixamos claro que todos os medicamentos têm vantagens, riscos e contraindicações, pelo que se impõe que a escolha seja adequada à situação e ao paciente. É, por isso, importante que seja o médico a prescrever o fármaco e não o paciente a automedicar-se.

Opioides

São utilizados em casos de dor moderada a intensa que não responde ao tratamento com os AINEs. Atuam nos receptores opioides específicos. Também chamados de analgésicos opiáceos.

 

Esses medicamentos estão sujeitos a receita médica. Visto que, todos os analgésicos opiáceos estão quimicamente relacionados com a morfina (substância que deriva do ópio). Muito eficazes no controle da dor, podem ser obtidos de forma natural ou sintetizados laboratorialmente.

 

A grande desvantagem do uso dos analgésicos opiáceos reside no risco de dependência. Os efeitos secundários mais comuns são constipação, sonolência, náuseas, estados de euforia/disforia (sensação de ansiedade e de desânimo), prurido, hipotensão e broncoconstrição.

 

O consumo excessivo de opioides poderá levar a uma depressão respiratória grave, que pode conduzir ao coma ou à morte. A toma destes medicamentos envolve várias precauções. 

 

Tais fármacos podem interagir com outros, o que pode comprometer o seu efeito e ocorrer reações indesejadas. O paciente deverá ler sempre a bula do medicamento e, em caso de dúvida ou persistência dos sintomas, deve consultar o seu médico ou farmacêutico.

Como os analgésicos atuam no corpo?

A função principal dos analgésicos é bloquear as substâncias (receptores sensoriais) do corpo que enviam a mensagem ao cérebro dizendo que há um foco de inflamação ou algum outro problema. Quando o cérebro deixa de receber esse aviso, a dor cessa. A origem da palavra analgésico já diz tudo: em grego, an significa “sem” e algós, “dor”.

 

Um exemplo simples é o da queimadura. Assim que colocamos a mão em um local quente, antes mesmo de sentirmos a dor já desencostamos dali. Isso acontece porque as células nervosas do local queimado emitem um sinal imediato ao cérebro dizendo que há algo errado. Só então ele “envia” a sensação de dor.

 

Os analgésicos comuns, desses comprados em comprimidos na farmácia, são chamados de periféricos, porque depois de ingeridos vão por todo o organismo pela circulação sanguínea. Não é como se o medicamento detectasse onde está a dor, o que acontece é que como ele está espalhado pelo sangue, o local que tem a dor absorve a substância.

 

O analgésico demora de 30 minutos a uma hora para começar a agir e cessa depois de três ou quatro horas. É por isso que, para dor crônica é preciso um tratamento mais longo. Outro tipo de analgésico é o chamado central, utilizado em casos de dor intensa e contínua, em casos mais graves como infarto e câncer, por exemplo. 

 

Entre os analgésicos desse tipo está a morfina, que atua diretamente no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal), alterando a percepção de dor para o corpo todo.

 

É importante salientar que dor é sempre um sinal de que algo não está bem. Pode ser uma simples dor de cabeça, um pequeno corte ou até um infarto. Por isso, tomar analgésicos sem saber a causa da dor é perigoso, pois eles podem mascarar sintomas de um problema sério. Na dúvida, o correto é sempre procurar um médico, não se esqueçam!

Escolhendo o analgésico ideal

Antes de pegar o primeiro medicamento apresentado no balcão da farmácia, é necessário analisar a origem e a causa da dor, para então escolher qual será o analgésico ideal. Normalmente, ao se automedicar, o paciente não está atento a detalhes como efeitos colaterais e interações medicamentosas que podem gerar consequências graves.

 

Embora muitos analgésicos sejam medicamentos de venda livre, a utilização inadequada podem trazer muitos riscos à saúde. Por isso mesmo, é aconselhável fazer uma visita ao médico para que este possa fazer o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado para cada caso, principalmente em situações nas quais a dor seja intensa e persistente.

Analgésicos e anti-inflamatórios que podem ser utilizados por gestantes

O paracetamol  é o analgésico de escolha durante a gravidez, evitando-se sempre o uso de altas doses, pelo potencial hepatotóxico. A dipirona sódica é o analgésico de segunda escolha, pois pode provocar agranulocitose, ou seja, a redução do número de granulócitos no sangue periférico (neutropenia), podendo predispor a gestante às infecções. 

 

Os anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), que são representados por um grande número de fármacos, dentre estes, os já citados ácido acetilsalicílico, diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno, que são prescritos com frequência pelo cirurgião-dentista. No entanto, em geral, não se recomenda o uso de qualquer AINEs às gestantes. 

 

Se for necessária, a utilização de um desses fármacos durante a gravidez, o ácido acetilsalicílico (AAS) em pequenas doses é provavelmente o mais seguro. De qualquer modo, qualquer um destes devem ser interrompidos antes do terceiro trimestre, para que se evite complicações como prolongamento do trabalho de parto, maior risco de hemorragia pós-parto, fechamento prematuro do ducto arterioso e hipertensão pulmonar no feto ou neonato. Portanto, a recomendação é que os mesmos não sejam utilizados durante o terceiro trimestre.

Então como funciona a utilização de medicamentos durante a gravidez?

A utilização de medicamentos durante a gestação deve ser vista com cautela e estar sujeita à criteriosa avaliação de benefício/risco, devido às implicações sobre a saúde do feto. Com o objetivo de orientar o médico na escolha terapêutica mais adequada para a gestante, a agência americana Food and Drug Administration (FDA) classificou os fármacos quanto aos efeitos na gestação em cinco categorias de risco: A, B, C, D e X. 

 

Na categoria A, foram incluídos os medicamentos que, em estudos controlados em gestantes, não demonstram risco para o feto durante a gravidez; na categoria B, aqueles em que as pesquisas em animais não demonstraram risco fetal, mas também não existem estudos controlados em mulheres grávidas, ou aqueles cujos estudos em animais mostraram risco, não confirmado em pesquisas controladas em gestantes. 

 

Na categoria C, aqueles em que não foram realizados em animais ou mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais demonstraram risco fetal, mas não existem em mulheres grávidas. 

 

Na categoria D, aqueles com evidências positivas de risco fetal humano, porém os benefícios potenciais para a mulher grávida podem, eventualmente, justificar seu risco; e na categoria X, aqueles com evidências positivas de anormalidades fetais, em animais e humanos, sendo contraindicados em mulheres que estão grávidas ou poderão engravidar

 

Na referida classificação, o paracetamol ocupa a designação B, e a dipirona ocupa a designação C. Já os AINEs, porém, têm designação D. 

 

E em relação a saúde bucal da futura mãe?

O estado da saúde bucal apresentado durante a gravidez tem relação com a saúde geral da gestante e pode influenciar a saúde geral e bucal do bebê. Portanto, é de extrema importância que os serviços de saúde estabeleçam como rotina a busca ativa das gestantes de sua área de abrangência, incluindo-as no grupo operativo e no pré-natal. 

 

Os profissionais de saúde bucal devem procurar trabalhar de forma integrada com os demais profissionais da equipe de saúde e, no que diz respeito às gestantes, os cirurgiões-dentistas podem compartilhar informações sobre a segurança do tratamento odontológico na gravidez com os colegas médicos, para fornecer-lhes recomendações claras. 

 

No atendimento odontológico à paciente gestante, é interessante o profissional observar os seguintes aspectos e procedimentos de acordo com o período gestacional:

 

  • 1° trimestre: período menos adequado para tratamento odontológico (devido às principais transformações embriológicas). Neste período, deve-se evitar, principalmente, tomadas radiográficas.
  • 2° trimestre: período mais adequado para a realização de intervenções clínicas e procedimentos odontológicos essenciais, sempre de acordo com as indicações.
  • 3° trimestre: é um momento em que há maior risco de síncope, hipertensão e anemia. É frequente o desconforto na cadeira odontológica, podendo ocorrer hipotensão postural e compressão da veia cava. Medidas como manter a mulher inclinada para seu lado esquerdo, alternar frequentemente as posições da gestante na cadeira e realizar consultas breves podem reduzir problemas.

 

Quando se trata do atendimento odontológico de urgência pode ser realizado em qualquer período gestacional; porém, as urgências devem ser atendidas observando-se os cuidados indicados em cada trimestre. Podemos salientar que, adiar os cuidados dentais para depois do parto pode ser problemático, porque as novas mães estarão focadas no atendimento de seus recém-nascidos.

Principais diferenças entre analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos e antitérmicos

Neste tópico vamos ver que, alguns medicamentos possuem tanto propriedades para aliviar a dor como para combater inflamações, mas são classes diferentes. Entenda as principais diferenças entre analgésicos e anti-inflamatórios.

 

Como já vimos, tanto analgésicos quanto anti-inflamatórios são utilizados para aliviar as dores. Pode ser que você se pergunte por que às vezes esses medicamentos são tomados junto com antibióticos e antitérmicos, não é mesmo? A resposta está na forma como eles agem em nosso corpo, resultando em diferentes indicações.

 

Fique atento, pois a confusão entre essas classes de medicamentos pode aumentar quando descobrimos que alguns deles têm mais de uma ação. Por exemplo, o paracetamol e a dipirona são ao mesmo tempo analgésicos e antitérmicos, enquanto o ácido acetilsalicílico tem essas duas funções e ainda apresenta propriedades anti-inflamatórias.

analgesicos 1

Os antibióticos, contudo, são utilizados para combater as infecções bacterianas, embora muita gente acredite equivocadamente que resfriados, gripes ou mesmo dores muito fortes devam ser tratados com esses medicamentos.

 

É por isso que vamos enumerar cada classe destes medicamentos para que você não se confunda mais e entenda um pouco melhor o por quê do médico prescrever determinado fármaco:

Analgésicos

Como estamos vendo ao longo deste artigo, os analgésicos são os medicamentos utilizados para combater qualquer tipo de dor, como dor de cabeça, dor de dente, dor muscular, etc.

 

Quando algo em nosso corpo está causando essa sensação, nosso cérebro reconhece o incômodo por meio de sinais enviados a partir dos receptores sensoriais. Porém, quando tomamos um analgésico, seu princípio ativo bloqueia esses receptores, impedindo que o sinal seja enviado ou reduzindo a sua intensidade. É por isso que existem três tipos principais de analgésicos:

 

  • Comuns: são aqueles vendidos livremente nas farmácias, sem a necessidade de receita médica, como o paracetamol e a dipirona. Esses analgésicos são indicados para dores leves a moderadas, como a dor de cabeça tensional, por exemplo.
  • Anti-inflamatórios não esteroides: são os fármacos que combatem a inflamação e que também têm propriedades analgésicas, como ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e diclofenaco. Estes costumam ser utilizados para aliviar dores causadas por algum tipo de lesão, como a dor nas costas decorrentes de uma inflamação;
  • Opioides:aqui são incluídos os analgésicos sintéticos como o tramadol (que imita a ação dos opioides) e a morfina, um verdadeiro derivado do ópio. Esses medicamentos são utilizados para dores crônicas ou severas, como em casos de câncer ou logo após uma cirurgia. Por causarem dependência, os opioides precisam de receita médica.

Antitérmicos ou antipiréticos

Os antitérmicos, também conhecidos como antipiréticos, são prescritos para combater a febre ao inibir o mecanismo que eleva a temperatura corporal. Alguns dos medicamentos mais conhecidos desse grupo são o ácido acetilsalicílico, a dipirona, o ibuprofeno e o paracetamol.

 

É importante saber que a febre é um sintoma de outra condição, como uma infecção, uma alergia, distúrbios hormonais ou emocionais, tumores, entre outras. Portanto, os antitérmicos não combatem a verdadeira causa do problema, apenas reduzem a temperatura corporal e o mal-estar associados a diversas doenças.

Anti-inflamatórios

A principal função dessa classe terapêutica, como seu próprio nome indica, é combater as inflamações, mas eles também podem aliviar dores e febre, funcionando como analgésicos e antitérmicos.

 

Uma inflamação é uma reação do organismo diante de uma agressão, seja ela um corte ou uma pancada, causando vermelhidão, inchaço, dor e aumento da temperatura do local afetado. As inflamações também podem surgir devido à ação exacerbada do sistema imunológico, como acontece nas alergias e nas doenças autoimunes.

 

Os anti-inflamatórios se dividem em dois tipos principais: os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e os corticoides. Os dois tipos atuam inibindo a síntese de substâncias que participam da cadeia de reações da inflamação, mas eles agem em pontos diferentes desse processo.

 

Os AINEs são mais utilizados para o alívio de dores leves a moderadas, como dor de garganta, dor nas costas, dor de dente, tendinite, bursite, artrite, gota e outras dores provenientes de uma inflamação, especialmente aquelas que atingem articulações e ossos e que não regridem com os analgésicos. Alguns exemplos desse grupo são ácido acetilsalicílico, diclofenaco, ibuprofeno, piroxicam, nimesulida e celecoxibe.

 

Já os anti-inflamatórios corticoides são utilizados principalmente para tratar diversas alergias (urticária, rinite alérgica, asma alérgica), doenças autoimunes (lúpus, artrite reumatoide, queloides) e doenças crônicas (bronquite, hepatite, artrite) e para evitar rejeição em transplantes de órgãos. Alguns exemplos são prednisolona, triancinolona, betametasona e dexametasona.

Os dois tipos de anti-inflamatórios podem causar efeitos colaterais bastante graves se não forem utilizados corretamente, por isso seu uso deve ser acompanhado pelo médico.

Antibióticos

 

Uma das funções do sistema imunológico é combater os microrganismos invasores (bactérias, fungos e vírus) e impedir que eles causem doenças, mas nem sempre isso é possível. Dessa forma, para restabelecer a saúde, entram em cena os medicamentos antimicrobianos, que ajudam nosso sistema de defesa.

 

No caso de uma infecção causada por bactérias, esses antimicrobianos são especificamente os antibióticos. Esses microrganismos podem atingir qualquer parte do corpo e causar uma infinidade de problemas, como espinhas, abscessos, infecção de garganta, intoxicação alimentar, infecção urinária, gonorreia, sífilis, meningite, tuberculose, coqueluche, pneumonia etc.

 

Os antibióticos se subdividem em diversos outros tipos, cada um com seu próprio mecanismo de ação. No entanto, podemos dizer que existem dois grupos principais: os bactericidas, que matam as bactérias diretamente, e os bacteriostáticos, que impedem a sua multiplicação (assim, a quantidade de microrganismos para de aumentar e elas morrem naturalmente ou por meio da ação do sistema imunológico). Por isso, não adianta tomar um antibiótico para tratar gripes e resfriados, por exemplo, pois essas doenças são causadas por vírus, não por bactérias.

 

Alguns dos antibióticos mais utilizados são amoxicilina, ampicilina, azitromicina, cefalexina, ciprofloxacino e tetraciclina, e somente o médico pode determinar qual é o mais indicado para cada tipo de infecção. Dependendo dos sintomas apresentados pelo paciente, esses medicamentos podem ser associados com analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios.

 

Um quesito fundamental no uso dos antibióticos é que eles devem ser tomados exatamente conforme orientado pelo médico ou farmacêutico, obedecendo aos horários, à dose e à duração do tratamento. Quando essas recomendações não são seguidas, corre-se um grande risco de matar apenas as bactérias mais fracas, abrindo espaço para que as bactérias mais fortes se multipliquem ainda mais e se tornem resistentes ao medicamento. Isso é muito perigoso!

 

Todos os remédios podem causar efeitos colaterais desagradáveis e perigosos. Por isso, nunca é demais frisarmos o fato de que, além de saber qual a diferença entre analgésico, antitérmico, anti-inflamatório e antibiótico, é essencial seguir as orientações recebidas pelo profissional de saúde e evitar a automedicação.

Analgésicos auxiliares

Analgésicos auxiliares, ou adjuvantes são medicamentos geralmente utilizados para tratar outros problemas e podem ser utilizados para aliviar dores. Acredita-se que estes medicamentos funcionem trocando a forma com que os nervos processam a dor.

 

Cada vez mais, os analgésicos adjuvantes são o primeiro e único medicamento utilizado para tratar dores causadas por lesão dos nervos (dor neuropática) e quadros clínicos como fibromialgia.

 

Os analgésicos auxiliares mais comumente utilizados para as dores são:

 

  • Antidepressivos (tais como amitriptilina, bupropiona, desipramina, duloxetina, nortriptilina e venlafaxina)
  • Anticonvulsivantes (como gabapentina e pregabalina)
  • Anestésicos orais e tópicos

 

Antidepressivos

Esses fármacos podem muitas vezes aliviar as dores em pessoas, mesmo quando elas não apresentam depressão. Antidepressivos tricíclicos (como a amitriptilina, a nortriptilina e a desipramina) podem ser mais eficazes para esta finalidade do que outros antidepressivos, mas medicamentos mais novos, como ISRSs (inibidores seletivos da recaptação da serotonina) e ISRSNs (inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da norepinefrina, como a duloxetina e venlafaxina) podem apresentar menos dos efeitos colaterais que limitam as doses do medicamento.

 

Os antidepressivos tricíclicos são eficazes para dor neuropática, cefaleias, fibromialgia e síndromes de hipersensibilidade visceral (dos órgãos) (como dor abdominal ou pélvica crônica). A doses de antidepressivos tricíclicos usados para tratar a dor são em geral muito baixas para tratar depressão ou ansiedade. Assim, se forem usados antidepressivos tricíclicos para tratar a dor, serão geralmente necessários medicamentos adicionais para tratar a depressão ou ansiedade, se presentes.

 

A duloxetina parece ser eficaz para a dor neuropática causada pelo diabetes (chamada neuropatia diabética), fibromialgia, dores lombares crônicas, dores musculoesqueléticas crônicas e dores em nervos devido à quimioterapia. A doses de duloxetina usadas para tratar a dor também são adequadas para tratar depressão ou ansiedade, se necessário. A venlafaxina tem efeitos semelhantes. As pessoas podem responder positivamente a um antidepressivo e não a outro, isso depende muito do organismo de cada um.

 

Anticonvulsivantes

Os anticonvulsivantes podem ser utilizados no alívio da dor neuropática. A gabapentina e pregabalina são utilizadas mais comumente, mas muitos outros, incluindo carbamazepina, clonazepam, lacosamida, lamotrigina, oxcarbazepina, fenitoína, topiramato e zonisamida, ajudam a aliviar a dor em algumas pessoas.

 

A gabapentina pode ser usada para tratar a dor que pode resultar de herpes zóster (neuralgia pós-herpética) e muitos outros tipos de dor neuropática.

 

A pregabalina pode ser usada para aliviar a dor causada pela fibromialgia ou pela lesão nervosa causada pelo diabetes (neuropatia diabética), neuralgia pós-herpética ou dor neuropática devido a um problema no cérebro ou na medula espinal. Anticonvulsivantes, como topiramato, podem evitar enxaquecas.

Anestésicos

Um anestésico local, como a lidocaína, pode ser injetado na pele para controlar a dor causada por uma lesão ou para o alívio da dor neuropática. Anestésicos locais também podem ser injetados em nervos para bloquear a dor — um procedimento chamado de bloqueio de nervo. Por exemplo, o bloqueio de um nervo simpático envolve a injeção de um anestésico local ao redor de um grupo de nervos próximos à coluna — no pescoço para dor na parte superior do corpo ou na região lombar em caso de dor na parte inferior do corpo.

 

Para controlar a dor, em determinadas circunstâncias, anestésicos tópicos, como a lidocaína em loção, pomada ou emplastro, podem ser aplicados sobre a pele.

A mexiletina, usada para tratar arritmias cardíacas, também é usada para tratar a dor neuropática.

 

Em geral, esses anestésicos são consumidos por curtos períodos. Por exemplo, o enxágue com poucas quantidades de um enxaguante bucal anestésico, limitado a algumas vezes por dia, pode aliviar a dor devido a feridas bucais. No entanto, algumas pessoas podem se beneficiar do uso de anestésicos tópicos durante longos períodos de tempo para aliviar a dor crônica. Por exemplo, um adesivo ou gel de lidocaína pode ajudar a aliviar a neuralgia pós-herpética.

Outros medicamentos

Corticosteroides, tais como prednisona e dexametasona, podem ser tomados por via oral se uma dor intensa for causada por inflamação (tal como ocorre na gota). Algumas evidências sugerem que o baclofeno (um relaxante muscular) pode ajudar a aliviar a dor neuropática causada pela neuralgia do trigêmeo.

 

O pamidronato (utilizado para tratar certas doenças ósseas) pode ajudar a aliviar a dor neuropática causada pela síndrome da dor regional complexa.

A tizanidina (um relaxante muscular), tomado por via oral, e a clonidina (usada para tratar pressão arterial elevada), tomada por via oral ou aplicada à pele como um adesivo, podem ajudar a aliviar a dor neuropática ou prevenir enxaquecas.

 

Capsaicina de alta potência (uma substância encontrada em pimentas picantes), aplicada com um adesivo, ajuda a aliviar a dor neuropática devido à neuralgia pós-herpética. Um creme de capsaicina de baixa potência também pode ajudar a reduzir a dor causada pela neuralgia pós-herpética e por outras doenças como a osteoartrite. O creme é muitas vezes usado por pessoas com dor localizada devido à artrite. O creme é aplicado várias vezes ao dia.

Cuidados ao se tomar analgésicos

Precisamos usar o bom senso quando se trata do uso indiscriminado de medicamentos. Até mesmo o próprio Ministério da Saúde divulgou um artigo alertando sobre o assunto, por isso, todo cuidado ao utilizar analgésicos, inclusive os de venda livre! 

É fato que não precisamos nos entupir de analgésicos para extrapolar o limite recomendado. Por exemplo, dependendo o fármaco, tomar mais do que três cápsulas ao dia, por uma semana, abre as portas para a gastrite em quem tem predisposição. 

analgesicos 3

Falando do paracetamol: tomar um comprimido de 750 miligramas de quatro em quatro horas, durante uma semana apenas, já sobrecarregaria o fígado. Quando aplicados com moderação, os analgésicos são, sim, aliados do bem-estar. Claro que você precisa ficar um tempão sentindo dor, porém, se você lançou mão de comprimidos por dois ou três dias e o incômodo não acabou ou até passa, mas volta depois, é o momento de procurar um médico.

 

Até mesmo porque a utilização prolongada faz com que os princípios ativos parem de funcionar ou até mesmo promovam mais dor. Isso acontece porque pessoas que tomam muito remédio reduzem a capacidade de suportar incômodos e podem começar a sentir desconfortos até sem uma razão aparente.

Pegue leve nos exercícios físicos

A prática de exercícios, apesar de saudável, comumente causa alguns desconfortos – em especial se o ritmo é muito desgastante. Para não ter que recorrer sempre aos analgésicos, evite intensidades altíssimas e invista nos exercícios de reforço muscular. Essa estratégia deixa o corpo resistente aos trancos e aos movimentos bruscos que ocorrem durante a realização de várias modalidades.

 

E você tem alguma experiência interessante com o uso de analgésicos que queira compartilhar conosco? Tem alguma dúvida sobre o assunto? Deixe seu comentário no quadro abaixo, sua opinião é importante para nós! 

Referências bibliográficas

Compartilhe nas redes sociais

Últimas publicações
Em destaque

Quem escreveu este post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *