Como tratar o TDAH?

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O mais indicado, na maioria dos casos de TDAH, é associar psicoterapia com medicamentos. 

O que é TDAH?

A sigla TDAH significa Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, uma das alterações neuropsicológicas mais comuns nos dias de hoje. Normalmente os sintomas se iniciam na infância e adolescência e podem se estender até a vida adulta. 

Saiba quais são os tipos de TDAH

Tratamento inicial

O mais recomendado atualmente no tratamento dos adultos é a combinação de psicoterapia e medicações. A modalidade de terapia mais estudada neste caso é a chamada terapia cognitivo-comportamental (TCC). 

Como em qualquer outra questão de saúde, é fundamental a avaliação de um profissional para estabelecer o diagnóstico e o melhor tratamento em cada caso, considerando os aspectos individuais.  

No caso de crianças e adolescentes é importante que a família e a escola obtenham informações de qualidade sobre o transtorno e o tratamento. Em alguns casos, busca-se iniciar o tratamento com a Terapia Cognitivo-Comportamental, sem uso de medicações, mas muitas vezes elas também são necessárias. 

Quando há outras questões de saúde associadas, especialmente, podem ser necessárias outras estratégias no tratamento. Muitas vezes é necessário tratar o outro problema antes de tratar o TDAH com medicamentos. 

O principal objetivo do tratamento é melhorar o desempenho do paciente na execução de algumas atividades, possibilitando que a pessoa trabalhe e estude com mais facilidade, por exemplo. Existem evidências de que o tratamento adequado reduz até mesmo o risco de acidentes de carro, uma vez que dirigir é uma tarefa que exige atenção. 

Entenda quais são os sintomas de TDAH

Quais são os medicamentos utilizados?

As medicações mais comumente utilizadas são as estimulantes, como por exemplo as anfetaminas (no Brasil, a lisdexanfetamina é a disponível) e o metilfenidato. Em algumas situações, o tratamento pode ocorrer com medicações não estimulantes como antidepressivos e a atomoxetina. 

Medicações estimulantes

O metilfenidato é a medicação mais usada no Brasil, tendo opções de ação curta ou longa. Já a lisdexanfetamina, apesar de também ser muito eficaz, apresenta maior risco de uso abusivo, uma vez que se trata de uma anfetamina. Além disso, pode apresentar mais efeitos colaterais. 

A posologia, ou seja, a forma como será usada a medicação, deve ser sempre escolhida em conjunto com um médico, levando em consideração as preferências do paciente. Em algumas situações, os medicamentos podem ser suspensos aos finais de semana ou em períodos de férias, quando os sintomas de desatenção podem ser menos incômodos. 

Medicações não estimulantes

A atomoxetina é uma medicação não estimulante também eficaz no tratamento do TDAH, com menos risco de abuso do que as substâncias estimulantes, que são a primeira linha de tratamento. É uma opção interessante para pessoas com histórico de uso abusivo de outras substâncias, por exemplo. 

Os antidepressivos mais usados são a bupropiona e a nortriptilina. Essas são as opções mais usadas quando as outras não funcionam como esperado ou quando alguma comorbidade requer seu uso. Apesar de apresentar eficácia, o início dos efeitos pode demorar várias semanas. 

Qualquer pessoa pode tomar essas medicações?

Não! Antes de iniciar o tratamento com os medicamentos é fundamental passar por uma avaliação ampla, pois são medicações com alguns riscos e contra-indicações. 

No caso de pessoas com problemas cardíacos, dor no peito, palpitações, pressão alta, histórico de infarto ou arritmias é necessário consultar o cardiologista para avaliar a segurança no uso dessas substâncias. 

Quando a pessoa apresenta outra questão de saúde mental é importante iniciar o tratamento desta condição primeiro para depois iniciar medicações mais específicas para o TDAH. 

Quais cuidados são necessários durante o tratamento?

É fundamental levar o tratamento a sério e seguir as orientações do profissional que faz o seu acompanhamento.  

É muito importante evitar a automedicação, pois as substâncias utilizadas não são isentas de risco e, mesmo com prescrição, deve-se evitar o uso de dose superior à prescrita. 

É interessante evitar o uso de álcool ou drogas estimulantes quando em uso das medicações. 

Manter visitas regulares ao médico é importante para ajustar as doses adequadamente e monitorar efeitos colaterais. Durante o acompanhamento são definidos objetivos a serem atingidos. É importante ajustar as expectativas, pois nem sempre todos os sintomas irão desaparecer por completo. Entretanto, uma remissão parcial já pode melhorar bastante a qualidade de vida. 

Manter o acompanhamento psicológico é fundamental, pois aumenta a eficácia do tratamento e ajuda a descobrir estratégias para lidar melhor com as questões relacionadas ao TDAH e, também, a outras situações da vida. 

Carolina Caldas: Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Médica de Família e Comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).  CRM 520107347-8