Gastroenterite: como identificar, tratar e prevenir

Gastroenterite - sintomas e tratamento

Models. On screen, x-ray of a healthy intestinum tenue.

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O que é gastroenterite?

A gastroenterite é uma inflamação que afeta o estômago e o intestino, provocando diarreia e vômitos. Na maioria das vezes, é causada por vírus e, em alguns casos, por bactérias. Pode ocorrer em surtos, principalmente em escolas, casas de repouso e até em navios de cruzeiro ou em restaurantes. Na maior parte dos casos, a disseminação acontece através da água e de alimentos contaminados com o vírus ou bactéria, mas a transmissão de pessoa para pessoa também é possível.

Quais são os sintomas?

Além de diarreia e vômito, podem ocorrer náusea, febre, dor abdominal, perda de peso e fadiga. A presença de diarreia com sangue indica que é necessário buscar o atendimento de emergência. Nesse caso, um antibiótico pode ser receitado, pois há possibilidade de o quadro ser causado por bactérias.

Quando a pessoa apresenta muitos episódios de diarreia e vômitos e não consegue ingerir líquidos e alimentos, o risco de desidratação é preocupante.

Quando buscar a emergência?

Algumas condições indicam a necessidade de buscar um serviço de emergência o mais rápido possível, pois pode ser preciso hidratação ou medicação venosa para controlar os sintomas, ou algum tratamento mais específico.

Procure atendimento de emergência em caso de:

  • Diarreia com sangue
  • Sensação de desmaio
  • Impossibilidade de ingerir líquidos
  • Vômitos que não cessam
  • Sonolência excessiva
  • Confusão mental
  • Dor na barriga intensa
  • Quadro prolongado (mais de uma semana)
  • Idade maior que 65 anos
  • Gravidez
  • Perda de peso
  • Comorbidades, como diabetes e imunossupressão

Diagnóstico

Em casos de gastroenterite, o diagnóstico é clínico, ou seja, realizado através da entrevista e do exame físico do paciente. Nenhum exame laboratorial ou de imagem é necessário, mas pode ser solicitado pelo profissional de saúde caso haja alguma suspeita de complicações ou de outros diagnósticos.

Tratamento

Normalmente a gastroenterite é autolimitada, ou seja, se resolve sozinha, e deve ser tratada com medicamentos para controlar os sintomas e evitar a perda excessiva de líquidos (desidratação). Não há tratamento específico no caso da gastroenterite viral.

O soro de reidratação oral é um grande aliado na prevenção e no tratamento da desidratação. É recomendado o aumento da ingestão de outros líquidos como água, bebidas isotônicas e caldos. Nos casos mais graves pode ser necessária a hidratação venosa. Bebidas com muito açúcar, como sucos muito adoçados e refrigerantes, devem ser evitadas, pois podem piorar a diarreia.

A alimentação deve ser de acordo com o que a pessoa conseguir comer e não precisa ser muito restritiva. Entretanto, refeições menores e mais leves podem causar menos náuseas. Alimentos gordurosos ou com muito açúcar podem piorar a náusea e a diarreia.

Antieméticos podem ser utilizados para amenizar as náuseas e vômitos, além de facilitar a hidratação e a alimentação.

Probióticos podem ajudar, mas ainda são necessários mais estudos para comprovar sua eficácia. Ou seja, podem ser úteis, mas não são imprescindíveis ao tratamento.

Os antibióticos não são necessários sempre, apenas quando há suspeita de infecção bacteriana. Caso apresente os sintomas por mais de sete dias, febre ou diarreia com sangue é importante passar por avaliação médica e, nesses casos, os antibióticos podem ser indicados.

Como os sintomas da gastroenterite são parecidos com os de dengue, deve-se evitar tomar anti-inflamatórios como aspirina, ibuprofeno, nimesulida, entre outros, até que essa hipótese seja descartada.

É possível prevenir a gastroenterite?

Sim! A maior medida de prevenção é a boa e velha lavagem correta e frequente das mãos com água e sabão. É importante sempre lembrar de lavar as mãos antes e depois de ir ao banheiro, antes de preparar alimentos e antes de comer. Além disso, após trocar fraldas e após contato com pessoas que estejam apresentando sintomas de gastroenterite, a lavagem das mãos também se faz necessária.

O saneamento básico adequado é outro fator determinante neste caso, pois o contato com esgoto pode gerar infecções. Beber apenas água filtrada ou fervida e higienizar adequadamente os alimentos também é fundamental.

Carolina Caldas: Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Médica de Família e Comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).  CRM 520107347-8