Náusea e vômito: quais medicamentos devem ser usados?

Mulher com a mão sobre o estômago, aparentemente enjoada.

Mulher com a mão sobre o estômago, aparentemente enjoada.

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Existem algumas opções, mas caso os sintomas sejam intensos ou durem mais de um dia, a avaliação por um profissional de saúde é recomendada.

O que são náuseas e vômitos?

A sensação desagradável de que estamos prestes a vomitar, que pode vir acompanhada por suor, respiração e coração acelerados, desconforto no estômago, azia e vômitos é conhecida como náusea ou enjoo.

Já o vômito é a eliminação forçada do conteúdo do estômago. É possível que os dois sintomas (náusea e vômito) ocorram juntos ou não. O vômito é um mecanismo natural do corpo para se livrar de substâncias prejudiciais e toxinas, mas também pode acontecer como consequência de outras situações.

Existem algumas condições de saúde que causam enjoos. Alimentos estragados, água contaminada, movimento em um carro ou barco, efeito colateral de alguns medicamentos, uso de álcool e outras drogas, como maconha, por período prolongado, gravidez, enxaqueca e refluxo, por exemplo, podem ocasionar enjoos.

Quais são as medicações utilizadas para náusea e vômito?

Dimeninidrato (Dramin), meclizina (Meclin), metoclopramida (Plasil), domperidona (Motilium) e ondansetrona (Vonau) são as medicações mais usadas.

Existem substâncias que são usadas com maior frequência para outras condições de saúde, mas acabam melhorando os sintomas de náusea e vômito. Por exemplo, clorpromazina e haloperidol, que são antipsicóticos, e difenidramina, que é um anti-histamínico usado para tratar casos de insônia. Entretanto, o uso dessas substâncias por conta própria não é indicado, pois pode causar mais efeitos colaterais que o uso de medicações comuns.

Os derivados da cannabis vêm sendo estudados para o controle da náusea, mas ainda são necessários mais estudos para entender a efetividade em comparação aos medicamentos comuns.

Que efeitos colaterais as medicações podem causar?

Os efeitos colaterais estão relacionados ao mecanismo de ação de cada medicação e a outros fatores, como interação com outras medicações, doenças associadas e predisposição de cada pessoa.

Os efeitos mais comuns são sonolência, boca seca, dor de cabeça, cansaço, prisão de ventre e reação extrapiramidal. A reação extrapiramidal consiste em inquietação, sensação de ansiedade, incapacidade de ficar sentado, tremor, entre outros sintomas, e está mais associada ao uso da metoclopramida.

O uso prolongado de alguns antieméticos (medicamentos para enjoo) pode levar a hiperprolactinemia, que é aumento do hormônio prolactina. Isso pode acarretar atrasos menstruais, aumento das mamas e eliminação de leite através dos mamilos.

Se você apresentar alguma reação adversa grave, alergia ou reação extrapiramidal após o uso de medicação, é fundamental informar ao profissional de saúde e evitar a substância em questão.

Quando é importante buscar atendimento imediatamente?

– Em caso sintomas muito intensos ou prolongados;

– Dor forte no peito ou na barriga;

– Vômitos ou fezes com sangue ou pretos;

– Febre;

– Dor de cabeça forte;

– Fraqueza intensa;

– Sensação de desmaio;

– Muita sede;

– Tontura;

– Vômitos que não passam, impossibilitando beber água;

– Falta de vontade de urinar por mais de 5 horas.

O que posso tentar fazer por conta própria?

Vômitos provocam perda de líquido, levando à desidratação, por isso é importante tentar beber líquidos assim que conseguir. Uma estratégia é tomar pequenos goles, evitando encher muito o estômago. Ingerir bebidas esportivas e soro de reidratação (caseiro ou industrializado) ajudam a repor água e sais perdidos.

Outra dica é tentar comer os alimentos que conseguir. Gorduras ou alimentos de difícil digestão podem piorar os enjoos. Por outro lado, comer pequenos pedaços de gengibre pode ajudar a aliviar os sintomas. Prefira alimentos ricos em água para repor líquidos. Pão, batata cozida e biscoitos podem ser escolhas que causam menos náuseas.

Como prevenir náuseas e vômitos?

As causas mais comuns de náuseas e vômitos são as infecções e intoxicações alimentares e, neste caso, é possível preveni-los através de higiene adequada. Lavar bem frutas e legumes antes do consumo, cozinhar os alimentos, lavar os utensílios após o contato com alimentos crus, evitar beber água não filtrada ou fervida são medidas muito úteis.

Outra medida fundamental é a lavagem das mãos com água e sabão antes e depois de ir ao banheiro, antes das refeições e quando tiver contato com pessoas que apresentem sintomas. É importante evitar levar as mãos à boca sem ter realizado a higiene correta antes. Outa dica é evitar alimentos estragados e água com sinais de contaminação, com odor desagradável, alteração de cor ou de sabor.

Quando as náuseas forem relacionadas a outras condições como gravidez, enxaqueca, refluxo ou cinetose (relacionada a movimento), a orientação profissional pode ajudar.

Carolina Caldas: Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Médica de Família e Comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).  CRM 520107347-8