O artigo de hoje vai falar um pouco sobre ezetimiba, você já ouviu falar deste medicamento e para que ele serve? Os principais medicamentos e laboratórios que o fabricam são: Actavis, Althaia, Sandoz, Merck, que exibe os nomes comerciais Ezetrol™ e Vytorin®, e também Zetia® e Zetsim® da Schering do Brasil. Ezetimiba também está devidamente registrada na ANVISA na classe terapêutica de medicamentos antilipêmicos.
Estudos sobre o medicamento
A ezetimiba é comercializada nos Estados Unidos desde 2002 e no Brasil desde 2003. Pertence a uma nova classe de compostos hipolipemiantes que inibem de forma seletiva a absorção intestinal de colesterol e de fitosteróis relacionados.
A ezetimiba é ativa e potente por via oral e apresenta mecanismo de ação exclusivo, que difere de outras classes de compostos redutores do colesterol. A meta molecular da ezetimiba é inibir o transportador de esterol, Niemann-Pick C1-Like 1 (NPC1L1), responsável pela captação intestinal de colesterol e de fitosteróis. A ezetimiba atua seletivamente nestes receptores, junto à borda em escova do intestino delgado, onde inibe a absorção do colesterol e promove a redução do seu aporte do intestino para o fígado. Isto leva à redução do estoque de colesterol hepático e ao aumento da depuração do colesterol sanguíneo.
Esta substância não aumenta a excreção de ácido biliar e não inibe a síntese hepática de colesterol, como outros medicamentos. Após a administração oral, a absorção de ezetimiba é rápida e amplamente conjugada a um glicuronídeo fenólico farmacologicamente ativo, cuja concentração plasmática máxima (Cmáx) média ocorre em 1 a 2 horas. Para a ezetimiba não conjugada, essa concentração é atingida em 4 a 12 horas.
A biodisponibilidade absoluta da ezetimiba não pode ser determinada, já que o composto é praticamente insolúvel em meios aquosos próprios para injeção. A administração concomitante de alimentos, mais ou menos gordurosos, não exerceu efeito sobre a biodisponibilidade oral do comprimido de 10 mg do fármaco, podendo ser administrada com ou sem alimentos.
Quanto à distribuição plasmática, a ezetimiba e o glicuronídeo dela ligam-se às proteínas em 99,7% e 88% a 92%, respectivamente. Ela é principalmente metabolizada no intestino delgado e no fígado pela conjugação do glicuronídeo (reação de fase II) e pela excreção biliar subsequente. Observou-se metabolismo oxidativo mínimo (reação de fase I) em todas as espécies avaliadas.
A ezetimiba e o glicuronídeo dela são os principais derivados do fármaco detectados no plasma, constituindo aproximadamente 10% a 20% e 80% a 90% do total, respectivamente. As duas substâncias são eliminadas lentamente do plasma, com evidência de recirculação êntero-hepática significativa, sendo suas meias-vidas de aproximadamente 22 horas.
Após administração oral de 20 mg de ezetimiba, a quantidade plasmática total respondeu por cerca de 93% da radioatividade. Após coleta de 10 dias, esta carga radioativa foi recuperada nas fezes e na urina, em 78% e 11%, respectivamente. Após 48 horas, os níveis plasmáticos de radioatividade eram indetectáveis.
Eficácia de Ezetimiba
Em estudos recentes, surgiu a dúvida se ezetimiba, em tratamento adjuvante ou em monoterapia, é segura e eficaz no tratamento de pacientes com dislipidemia ou em situações clínicas de alto risco para eventos cardiovasculares, quando comparada a placebo ou estatina.
Foram descobertas evidências científicas: Baseadas em uma metanálise e em um ECR com três sub-análises ulteriores, as evidências mostram que o uso de ezetimiba associado à sinvastatina aumenta mais ainda o efeito hipolipemiante sobre o LDL-colesterol que, por sua vez, diminui eventos cardiovasculares.
A metanálise estudou população de doentes renais crônicos que têm maior risco de doença cardiovascular que a população geral, comparando diferentes terapias hipolipemiantes. Dois estudos avaliaram a combinação de sinvastatina com ezetimiba versus placebo ou sinvastatina.
A análise dos resultados mostrou a diminuição adicional dos níveis de lipídios e de eventos cardiovasculares no grupo com ezetimiba em até 25%, sugerindo que a associação é eficaz e bem tolerada na diminuição do LDL-C e de eventos maiores tipo IAM não fatal, mortalidade coronariana, AVC isquêmico ou qualquer procedimento de revascularização.
A combinação seria importante em pacientes com função renal comprometida, que já estejam com doses altas de estatinas ou com contraindicações para aumentar a dose por toxicidade.
O estudo IMPROVE-IT avalia a adição de ezetimiba à sinvastatina e mostra que a combinação de uma medicação que diminui a absorção intestinal de colesterol faz uma redução adicional de quase 24% no nível de LDL-C, quando comparado com a monoterapia com sinvastatina, numa população de pacientes que estiveram hospitalizados por síndrome coronariana aguda nos últimos 10 dias.
Com a combinação de medicamentos, há diminuição significativa do risco de eventos cardiovasculares, com redução de 2% no desfecho primário composto de morte cardiovascular, eventos coronarianos e AVC não fatal, não havendo diferença para mortalidade de qualquer origem, mas com redução significativa para infarto do miocárdio e AVC isquêmico.
Com o seguimento de 6 anos, este estudo permitiu a observação do efeito benéfico a partir de 1 ano de tratamento para os dois grupos, já durante fase crônica da doença. As diretrizes orientam o tratamento da hipercolesterolemia baseado na diminuição do LDL-C para níveis alvo, que por sua vez são estabelecidos de acordo com o risco cardiovascular individual.
O IMPROVET-IT mostra o benefício da ezetimiba, sugerindo benefício clínico adicional tanto nos pacientes com níveis basais de LDL-C baixos como naqueles com LDL-C mais altos.
Não houve diferença entre os grupos estudados em relação aos pontos de segurança preestabelecidos, nem nas taxas de abandono. O estudo IMPROVE-IT apresenta algumas limitações metodológicas que potencializam a ocorrência de vieses.
A significância encontrada foi limítrofe (caracterizada pelo intervalo de confiança que chegou a 0,99). O número de pacientes foi recalculado e aumentado no transcorrer do estudo, caracterizando um menor tamanho de efeito do que o previsto inicialmente pelos autores.
O IMPROVE-IT teve 3 sub-análises. A primeira estratificou os pacientes pelos níveis de LDL-C e proteína C reativa (PCR) basais e após um mês de tratamento e relacionou com os desfechos do estudo original. Os alvos de LDL-C de < 70 mg/dL e PCR < 2 mg/L foram atingidos por 39% dos pacientes em 30 dias; 14% não atingiram nenhum alvo; 14% atingiram apenas a PCR < 2 mg/L; 33% atingiram o LDL-C < 70 mg/dL.
As taxas de desfechos primários foram maiores naqueles que não atingiram nenhum alvo do que naqueles que atingiram ambos os alvos; mais pacientes do grupo ezetimiba + sinvastatina atingiram o duplo-alvo versus monoterapia; a associação de duplo-alvo atingido com melhora dos desfechos estudados foi similar independente do tratamento realizado.
Mostraram que significativamente mais pacientes tratados com a combinação atingiram os alvos versus monoterapia.
A subanálise de Murphy (2016) avaliou a hipótese de que os eventos cardiovasculares totais, além do primeiro evento, são reduzidos com a terapia conjunta ezetimiba + sinvastatina no tratamento hipolipemiante intensivo. Houve redução significativa de 9% dos eventos no grupo com ezetimiba + sinvastatina versus sinvastatina, sustentando a continuação do tratamento intensivo combinado após o evento CV inicial.
A terceira sub-análise (Bohula ET AL, 2017) avalia se a estratificação de risco para aterotrombose seria útil para identificar os pacientes pós-síndrome coronariana aguda que teriam maior benefício potencial com a adição de ezetimiba à terapia hipolipemiante com estatina. Para pacientes de alto risco nesta estratificação utilizando ferramenta específica (≥ 3 indicadores de risco) houve 6,3% de redução absoluta de risco no desfecho composto com a combinação de ezetimiba + sinvastatina; pacientes de risco intermediário (> 2 indicadores) tiveram 2,2% de redução de risco absoluto e pacientes de baixo risco (0 a 1 indicador) não pareceram ter benefício com a adição da ezetimiba.
Estes achados são os mesmos observados no desfecho primário IMPROVE-IT. Esta estratificação de risco aterotrombótico, utilizada e detalhada no estudo, identifica os pacientes de alto risco para os quais há maior benefício da adição de ezetimiba ao tratamento com estatina na prevenção secundária após síndrome coronariana aguda, enquanto mostra que não há benefício com a terapia combinada para pacientes de mais baixo risco.
Apresentação de Ezetimiba
Uso Oral
Uso Adulto
Embalagens contendo comprimidos de 10 e 20 mg.
Princípio ativo: ezetimiba.
Composição
Cada comprimido de 10 mg contém:
ezetimiba…………10 mg
Excipientes: croscarmelose sódica, lactose monoidratada, estearato de magnésio, celulose microcristalina, laurilsulfato de sódio, hipromelose e crospovidona.
Então qual a indicação de Ezetimiba?
Ezetimiba é indicada para reduzir a quantidade de colesterol e de triglicérides no seu sangue.
O colesterol é uma das várias substâncias gordurosas encontradas na corrente sanguínea.
O colesterol total é composto principalmente de colesterol LDL e colesterol HDL.
O colesterol LDL é frequentemente chamado de “mau colesterol” porque pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas. Eventualmente, essas placas podem causar estreitamento das artérias, podendo reduzir ou bloquear o fluxo sanguíneo para órgãos vitais, como o coração e o cérebro. Esse bloqueio ao fluxo sanguíneo pode causar ataque cardíaco ou derrame.
O colesterol HDL, por sua vez, é frequentemente chamado de “bom colesterol” porque ajuda a evitar o depósito de “mau colesterol” nas artérias e protege contra doenças do coração.
Outra forma de gordura no sangue que pode aumentar o risco de doenças do coração são os triglicérides.
Se você tem sitosterolemia, seu médico prescreveu ezetimiba para reduzir os níveis de esteroides vegetais em seu sangue.
O que posso esperar de seu mecanismo de ação?
Ezetimiba age ao reduzir a absorção do colesterol no intestino delgado, enquanto outros hipolipemiantes como as estatinas e o fenofibrato diminuem o colesterol de maneira diferente; eles agem no fígado. Portanto, ezetimiba aumenta o efeito redutor do colesterol das vastatinas e do fenofibrato.
O colesterol alto pode ser tratado de duas formas principais:
Alterações do Estilo de Vida – inclui dieta redutora de colesterol, aumento da atividade física e controle do peso.
Uso de Medicamentos – medicamentos redutores do colesterol são usados em conjunto com as alterações do estilo de vida para ajudar a diminuir o colesterol. Seu médico prescreveu ezetimiba para ajudar a reduzir o seu colesterol.
Quais as contraindicações e riscos de Ezetimiba?
Pacientes com hipersensibilidade (alérgicos) à ezetimiba ou a qualquer um de seus componentes não devem utilizar este produto.
Precauções e advertências que devo saber antes de tomar este medicamento
É importante que continue a tomar ezetimiba diariamente conforme prescrito pelo seu médico.
Mesmo tomando medicamentos para tratar o colesterol alto, é importante que seu colesterol seja medido regularmente.
Além disso, é importante que você conheça seus níveis atuais de colesterol e os níveis que deve obter.
Idosos: não há precauções especiais.
Uso pediátrico: ezetimiba não é recomendada para crianças com menos de 10 anos de idade.
Dirigir ou operar máquinas: foram relatados eventos adversos com ezetimiba que podem afetar sua capacidade de dirigir ou operar máquinas. As respostas individuais ao medicamento podem variar.
Problemas Clínicos ou Alergias: informe ao seu médico quaisquer doenças (incluindo doença hepática ou problemas hepáticos [relativos ao fígado]) ou alergias atuais ou passadas.
Você deve sempre informar seu médico sobre todos os medicamentos que estiver tomando ou planeja tomar, incluindo aqueles adquiridos sem receita médica.
Uso de Ezetimiba na gravidez e amamentação
Se estiver grávida ou planeja engravidar, ezetimiba pode não ser o medicamento correto para você. Se estiver amamentando, ezetimiba pode passar do seu leite para o seu bebê.
Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista.
Este medicamento contém LACTOSE.
Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento.
Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde.
Esse medicamento não é recomendado para crianças com menos de 10 anos de idade.
Dicas de armazenamento, data de fabricação, prazo de validade e aspecto físico de Ezetimiba
Mantenha em temperatura ambiente (entre 15 e 30ºC). Proteger da umidade.
Número de lote e datas de fabricação e validade: vide embalagem.
Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original.
Aparência: comprimido de coloração branca a quase branca, em forma de cápsula.
Antes de usar, observe o aspecto do medicamento. Caso ele esteja no prazo de validade e você observe alguma mudança no aspecto, consulte o farmacêutico para saber se poderá utilizá-lo.
Todo medicamento deve ser mantido fora do alcance das crianças.
Instruções de uso – Qual a posologia e dosagem de Ezetimiba?
Tome um comprimido de 10 mg por via oral diariamente, em qualquer horário do dia.
Ezetimiba pode ser ingerida com ou sem alimentos. Seu médico pode ter falado para você tomar ezetimiba com outros medicamentos, conhecidos como estatinas, ou com outro medicamento conhecido como fenofibrato, para ajudá-lo a controlar melhor seu colesterol; neste caso, você pode tomar ezetimiba no mesmo horário em que for tomar o outro medicamento.
Se seu médico prescreveu ezetimiba com colestiramina (um sequestrante do ácido biliar) ou qualquer outro sequestrante do ácido biliar, ezetimiba deve ser tomada pelo menos duas horas antes ou quatro horas depois da ingestão do sequestrante do ácido biliar.
Ezetimiba deve ser tomada conforme seu médico orientou. Continue a tomar outros medicamentos redutores de colesterol, a menos que seu médico mande você parar.
Siga a orientação de seu médico, respeitando sempre os horários, as doses e a duração do tratamento. Não interrompa o tratamento sem o conhecimento do seu médico.
O que devo fazer quando esquecer de usar este medicamento?
Tente tomar ezetimiba conforme prescrito. Entretanto, se esquecer de tomar uma dose, reinicie o esquema usual tomando um comprimido por dia.
Em caso de dúvidas, procure orientação do farmacêutico ou de seu médico, ou cirurgião-dentista.
Quais são as reações adversas de Ezetimiba?
Nos estudos clínicos, ezetimiba foi em geral bem tolerada. Os eventos adversos geralmente foram leves e semelhantes em tipo e frequência aos eventos adversos observados em pacientes que receberam placebo (comprimido que não contém medicamento). Em geral, os eventos adversos não provocaram a interrupção do tratamento com ezetimiba.
Quando ezetimiba foi usada isoladamente, foram relatados os seguintes eventos adversos:
Comuns: dor abdominal; diarreia; flatulência (gases); sensação de cansaço.
Incomuns: elevações nos exames de sangue da função hepática (transaminases) ou muscular (CK); tosse; indigestão; azia; náusea; dor nas articulações; espasmos musculares; dor no pescoço; diminuição do apetite, dor, dor torácica, sensação de calor, fogacho; pressão arterial elevada.
Além disso, quando tomada com uma estatina, foram relatados os seguintes eventos adversos:
Comuns: elevações nos exames de sangue da função hepática (transaminases); dor de cabeça; dor, músculos doloridos ou fraqueza muscular.
Incomuns: sensação de formigamento; boca seca; coceira; erupção cutânea; urticária; dor nas costas; fraqueza muscular; dor nos braços e pernas; cansaço ou fraqueza incomum; inchaço, especialmente das mãos e dos pés.
Ao ser utilizada com fenofibratos, o seguinte evento adverso foi relatado:
Comum: dor abdominal.
Além disso, foram relatados os seguintes eventos adversos no uso geral: reações alérgicas (que podem exigir tratamento imediato), incluindo inchaço da face, lábios, língua e/ou garganta que possa causar dificuldade para respirar ou engolir, erupções cutâneas, urticária; erupções avermelhadas elevadas, às vezes em forma de círculos que parecem alvos; dores musculares; cansaço ou fraqueza incomum; alterações em alguns exames laboratoriais de sangue; problemas no fígado; inflamação no pâncreas; constipação (prisão de ventre); tontura; sensação de formigamento; depressão; cálculos na vesícula biliar; inflamação da vesícula biliar.
Procure seu médico imediatamente se sentir dor muscular, dolorimento ou fraqueza muscular inexplicada enquanto estiver tomando ezetimiba.
Embora raros, esses problemas musculares podem ser graves e levar à destruição do músculo e consequente dano aos rins.
Converse com seu médico sempre que tiver um problema clínico que julgue estar relacionado à ezetimiba.
Se ezetimiba foi prescrita para ser tomada com uma estatina, seu médico poderá solicitar exames de sangue de rotina para verificar sua função hepática antes e depois de iniciar o tratamento.
O que fazer em caso de superdosagem de Ezetimiba?
Tome ezetimiba apenas conforme prescrito. Se tomar mais ezetimiba do que o prescrito, entre em contato com seu médico.
Em caso de uso de grande quantidade deste medicamento, procure rapidamente socorro médico e leve a embalagem ou bula do medicamento, se possível. Ligue para 0800 722 6001, se você precisar de mais orientações.
Onde comprar?
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