Quando é necessário realizar o exame de mamografia?

Mulher se recuperando após câncer de mama. Imagem de Freepik.

Mulher se recuperando após câncer de mama. Imagem de Freepik.

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O câncer mais comum nas mulheres, depois dos cânceres de pele, é o de mama. Conheça as recomendações de rastreio, como a mamografia.

Por que realizar o rastreio para câncer de mama?

O câncer de mama é o tipo que mais mata mulheres no Brasil e só fica atrás dos cânceres de pele em relação à incidência. Existem tumores mais agressivos, porém, na maioria dos casos, a detecção precoce permite a cura. Essa detecção ocorre através da consulta com exame físico das mamas e exames de rastreio.

Quando é recomendado fazer mamografia?

A mamografia é o exame de imagem indicado para rastreio do câncer de mama nas mulheres em geral, com o objetivo de detectar os tumores precocemente. Quanto à idade recomendada para fazer o exame, há uma divergência de recomendações:

O Instituto Nacional do Câncer – INCA – recomenda mamografia para todas as mulheres entre 50 e 69 anos, a cada 2 anos.

A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda dos 40 aos 74 anos, a cada ano. A partir dos 75 anos, o rastreio poderia continuar e dependeria das condições de saúde e expectativa de vida.

Na prática, é possível decidir em conjunto com o profissional de saúde a frequência e o início do rastreio, tendo como base essas duas diretrizes.

Em algumas situações, o rastreio é diferente, como em mulheres com história familiar ou com mutações conhecidas.

Existem outras formas eficazes de rastreio?

Provavelmente você já ouviu falar do autoexame das mamas, que foi e ainda é amplamente divulgado como forma de detecção precoce. Apesar disso, atualmente, ele não é recomendado como forma de rastreio devido ao fato de causar confusões quanto à presença ou ausência de lesões. Nesse caso, podem ocorrer situações que seriam prejudiciais como: deixar fazer rastreio com mamografia por não estar sentindo nenhuma lesão ou haver um sofrimento emocional intenso por sentir algo que pode ser uma alteração benigna.

Diante disso, o recomendado é que a pessoa observe e toque o próprio corpo como medida de autoconhecimento e leve qualquer dúvida ao profissional de saúde, mas não dispense os rastreios indicados em protocolos.

Outros exames, como ultrassonografia e ressonância magnética, não são indicados para rastreamento para a população em geral, mas para alguns casos específicos e investigações diagnósticas, ou seja, quando existe algum sintoma ou alteração em exame prévio, como a mamografia.

É possível prevenir o câncer de mama?

Apesar de ser uma ferramenta imprescindível para detectar precocemente o câncer de mama, a mamografia não é capaz de prevenir o aparecimento do câncer. O exame auxilia no diagnóstico, o que já é bastante importante.

Não é possível prevenir totalmente o câncer de mama já que alguns fatores de risco não são modificáveis, como genética (mãe, pai ou irmãos com história de câncer de mama), idade, o fato de não ter engravidado ou amamentado, menstruar muito cedo, ter menopausa muito tarde. Entretanto,  existem algumas ações que podem controlar alguns fatores de risco para o câncer de mama. Por exemplo:

  • Controlar a obesidade;
  • Realizar atividade física;
  • Ter uma alimentação saudável;
  • Evitar ingerir álcool;
  • Cuidar da saúde no geral.

Quais são os sintomas que aumentam as suspeitas de câncer de mama e exigem investigação?

Os sintomas a seguir indicam a necessidade de consulta médica com investigação criteriosa:

  • Caroço na mama em mulheres ou homens com mais de 50 anos;
  • Caroço na mama em mulheres com mais de 30 anos, que persistem por mais de um ciclo menstrual;
  • Caroço na mama endurecida e fixo ou que vem aumentando de tamanho, em mulheres adultas de qualquer idade;
  • Saída de secreção com sangue pelo mamilo;
  • Eczema (vermelhidão, coceira e descamação da pele) que não melhoram com os tratamentos corretos;
  • Presença de linfonodo aumentado (íngua) na axila;
  • Aumento progressivo do tamanho da mama com a presença de sinais de edema, como pele com aspecto de casca de laranja;
  • Retração (“covinha”) na pele da mama;
  • Mudança no formato do mamilo.

O que fazer caso sinta alguma alteração nas mamas ou axilas?

Se perceber algumas das alterações relatadas ou tiver alguma preocupação relacionada à saúde das mamas, não deixe de procurar atendimento com enfermeiros ou médicos de família e comunidade, ginecologistas ou mastologistas.

Carolina Caldas: Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Médica de Família e Comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).  CRM 520107347-8