Rinite alérgica: como tratar?

Mulher espirrando, segurando spray nasal.

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A ação mais importante é identificar e evitar o contato com a substância que causa a sua alergia.

O que é rinite alérgica?

A rinite alérgica costuma se manifestar com sintomas como coriza, nariz entupido, espirros, coceira no nariz e na garganta, tosse e gotejamento pós nasal, isto é, a secreção que escorre do nariz para a garganta. 

O aparecimento desses sintomas ocorre após a exposição a substâncias chamadas alérgenos (aquelas que causam alergia), sendo as principiais: poeira, ácaros, pelos de animais, pólen, baratas, fumaça de cigarro, poluição e mofo.  

Há algo que eu possa fazer em casa para tratar a rinite alérgica?

Evitando os gatilhos

Sim! A parte mais importante do tratamento de qualquer alergia é evitar o contato com os alérgenos e, se tratando da rinite alérgica, não é diferente. 

Alguns cuidados são simples, como evitar ter em casa objetos que acumulem poeira como pelúcias, tapetes e cortinas. Você também pode trocar as roupas de cama com maior frequência e sempre observar o estado de colchões e travesseiros para substituí-los quando necessário. Outra dica é passar pano de chão ou aspirador para evitar varrer o chão e levantar poeira.  

Lavagem nasal

A lavagem nasal com soro fisiológico pode ser uma grande aliada no tratamento da rinite alérgica. Além de ajudar a remover os alérgenos das narinas, a lavagem auxilia na limpeza da secreção do nariz, aliviando espirros, tosse, ressecamento nasal e congestão.  

Existem aplicadores em formato de spray e conta-gotas, mas o mais eficaz é utilizar dispositivos que permitem um fluxo maior de soro, como seringas de 20 ml a 60 ml e outros dispositivos de alto fluxo específicos. 

Tratamento medicamentoso

Corticoides nasais em spray são a primeira linha de tratamento medicamentoso para os sintomas de rinite alérgica e costumam funcionar melhor que os antialérgicos orais chamados anti-histamínicos. 

Os corticoides nasais disponíveis no Brasil são budesonida, fluticasona, mometasona, ciclesonida. A forma correta de aplicação do spray é após lavagem nasal com soro fisiológico. É importante apontar o bico para as laterais do nariz, por dentro, evitando direcionar o jato para o septo nasal (aquela parte que fica entre as narinas). 

Antihistamínicos orais

Estas medicações, mais conhecidas como antialérgicos, aliviam espirros, coceira e coriza, mas não eliminam a congestão nasal. Se utilizadas em conjunto com o corticoide nasal podem ser mais efetivas no controle dos sintomas. 

Os mais utilizados são loratadina, dexclorfeniramina, hidroxizina, prometazina, cetirizina, desloratadina, ebastina e levocetirizina. Alguns desses medicamentos podem causar sonolência e não devem ser utilizados antes de dirigir, por exemplo. 

Descongestionantes orais e nasais

Esses medicamentos devem ser evitados, principalmente por hipertensos e pessoas com problemas cardíacos, devido ao efeito colateral de aumento da pressão arterial. Além disso, não são o tratamento mais apropriado para rinite alérgica.  

Os descongestionantes nasais podem levar à rinite medicamentosa se utilizados por mais de dois ou três dias. Nessa condição, ocorre congestão nasal constante que só melhora com o uso desta medicação, gerando um problema crônico. Os descongestionantes nasais são a nafazolina e oximetazolina.  

As outras medicações relatadas são mais apropriadas porque podem ser utilizadas por mais tempo, levando a melhores resultados. 

Os descongestionantes orais disponíveis no Brasil normalmente estão em comprimidos vendidos como antigripais ou em associação com antialérgicos. Seus nomes são fenilefrina e pseudoefedrina. 

Montelucaste

Este tipo de medicação normalmente é utilizado por pessoas que apresentam também asma ou que não podem fazer uso dos corticoides nasais, pois estes últimos são uma opção muito mais eficaz. Esta medicação pode causar efeitos colaterais como ansiedade, depressão e distúrbios do sono. 

Imunoterapia

Essa categoria se refere às vacinas para alergia, que funcionam alterando a forma como o corpo reage aos alérgenos.  

As vacinas são preparadas para cada pessoa de acordo com resultados de testes de alergia. Cada dose contém uma pequena quantidade da substância que provoca a alergia na pessoa. A maioria das pessoas terá um controle satisfatório com uso de medicamentos e não precisará realizar esse tipo de tratamento. 

É importante levar em conta que a imunoterapia exige aplicações em sequência, idealmente ao longo de 3 a 5 anos, e tem um custo elevado.  

Como devo agir em caso de suspeita de rinite alérgica?

Caso apresente sintomas compatíveis com rinite alérgica, o ideal é já começar observar o que pode estar causando o problema e evitar a exposição a estes fatores. A lavagem nasal com soro também pode ser realizada com o objetivo de aliviar os sintomas. 

Importante: antes de começar qualquer tipo de terapia medicamentosa é importante consultar um profissional de saúde para verificar o que é mais adequado à sua situação, considerando os sintomas, efeitos colaterais, interações medicamentosas e contraindicações. Converse com seu médico!

Carolina Caldas: Médica formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e Médica de Família e Comunidade pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).  CRM 520107347-8