Muitas as pessoas que sentiram algum incômodo nos dentes ou tiveram que realizar algum procedimento de correção, seja por sensibilidade ou presença de cáries. O que a maioria dessas pessoas não sabe é que 80% dos problemas dentários acontecem devido à erosão do esmalte dos dentes.
O esmalte dos dentes sofre agressões todos os dias por ser a camada externa do dente e o resultado dessas agressões, que acontecem quando se ingere alimentos muito ácidos, como sucos cítricos, por exemplo, é o desgaste dos dentes, dor, sensibilidade, cáries e amarelamento da sua superfície.
CONSTITUIÇÃO DENTÁRIA
Na constituição do dente podem ser visualizadas quatro áreas distintas: o esmalte, a dentina, o cimento e a polpa. O dente apresenta uma parte que sai das gengivas e outra que fica por dentro destas. É a parte externa e visível do dente que se encontra coberta pelo esmalte. Este, se for partido ou deteriorado por qualquer razão, não tem a possibilidade de se auto reconstruir, pelo que a intervenção do dentista torna-se essencial.
PROPRIEDADES DO ESMALTE
O esmalte reveste a coroa do dente e apresenta-se bastante duro, uma vez que é o tecido mais mineralizado que se pode encontrar em qualquer parte do corpo humano. Cerca de 96% da sua composição é material mineralizado, enquanto os restantes 4% são compostos por água e materiais orgânicos. A espessura do esmalte, por sua vez, varia desde a ponta da coroa até à junção amelo-cementária. Na coroa, a espessura é maior, e vai reduzindo-se à medida que se aproxima da gengiva.
COR DO ESMALTE
Apesar de todas as pessoas gostarem de exibir uns dentes brancos, isto nem sempre é possível, na medida em que é a dentina que lhe fica subjacente que determina a sua tonalidade. Assim, o esmalte pode variar a sua cor, de amarelo claro a branco acinzentado ou até mesmo a branco azulado.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DO ESMALTE
Ao processo de formação do esmalte dá-se o nome de amelogénese, que se inicia a partir do quarto mês de gravidez, e que ocorre em duas fases bem distintas: a fase de secreção e a fase de maturação. Na primeira fase, existe um envolvimento entre proteínas e matrizes orgânicas, que dão origem a um esmalte que ainda não possui a totalidade dos minerais. Na segunda fase, e como o próprio nome indica, a mineralização do esmalte dá-se por concluída, ficando este com o seu aspeto e composições finais. Nesta fase, verifica-se também uma redução da porosidade do dente.
A DANIFICAÇÃO DO ESMALTE
A causa mais frequente das cáries dentárias é a ingestão de açúcar e de alimentos ácidos, que têm a capacidade de dissolver o esmalte quando em contacto com as bactérias existentes na boca. Essa interação entre os açúcares e as bactérias vai permitir a formação do ácido láctico e baixar o pH da boca. Face à presença deste ácido e de um pH baixo, os cristais de hidroxiapatita do esmalte vão desmineralizar, permitindo que as bactérias invadam o dente e provoquem ou aprofundem a cárie.
OUTRAS CAUSAS
Existem outras causas de destruição do esmalte como, por exemplo, o bruxismo – também conhecido como ranger de dentes – que acontece quando a pessoa está a dormir. Também a abrasão provocada pelas escovas duras e a erosão provocada por processos químicos podem provocar a danificação do esmalte, pelo que se deverá sempre assegurar o maior cuidado na seleção das escovas e dos produtos dentários que se utiliza.
PRESERVAR O ESMALTE
Para preservar o esmalte dos dentes, procure adotar algumas medidas:
- Evitar refrigerantes, substituindo-os por bebidas sem açúcar e sem acidez (como leite, água ou sumos naturais)
- Aquando do consumo de refrigerantes, beber água no final, de forma a eliminar os resíduos dos refrigerantes
- Não lavar os dentes logo após a ingestão de alimentos e bebidas ácidas, uma vez que o esmalte está mais vulnerável
- Manter uma alimentação equilibrada, de forma a evitar a cárie
- Usar uma pasta de dentes pouco abrasiva
- Fazer uma higiene perfeita dos dentes
- Visitar, pelo menos duas vezes por ano, o dentista.