Mitos e verdades sobre o DIU

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Útero. Imagem de freepik.
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O que é DIU?

O DIU (Dispositivo Intrauterino) é um método contraceptivo de barreira e pode ser hormonal ou não hormonal. Inserido dentro da cavidade uterina, através da vagina, tem como principal objetivo evitar a gravidez.

Normalmente em formato de T, o DIU pode ter uma forma mais arredondada se for do modelo comfort. Os DIUs não hormonais são feitos de cobre ou de cobre com prata. O de cobre dura até 10 anos e o de cobre com prata, até 5 anos.

O DIU hormonal é chamado de Sistema Intrauterino Liberador de Levonorgestrel (SIU-LNG), havendo o Mirena e o Kyleena. Ambos contêm a progesterona Levonorgestrel. A diferença entre eles é a quantidade de hormônio liberada dentro do útero: o Mirena tem mais hormônios que o Kyleena. Quanto ao tempo de duração, o Kyleena dura até 5 anos. Nos Estados Unidos, o uso do Mirena para contracepção por até 7 anos é permitido, enquanto no Brasil, a orientação da bula ainda é de até 5 anos.

O Mirena também pode ser usado para controlar sangramentos e como parte da terapia de reposição hormonal da menopausa por até 5 anos.

Como funciona o DIU?

O mecanismo de ação do DIU envolve mudanças no ambiente intrauterino, que o tornam desfavorável ao encontro dos gametas e à fixação do zigoto no útero.

Mitos e verdades sobre o DIU

  • “O DIU é abortivo”. – MITO!

O mecanismo de ação do DIU age antes da implantação do embrião no endométrio, ou seja, antes do desenvolvimento da gestação.

  • “O DIU tem uma alta taxa de falhas”. – MITO!

Os métodos de longa duração, como o DIU, são os mais seguros. Todos os métodos contraceptivos podem falhar. Comparando pílulas, preservativos e outros métodos que dependem de nós para serem usados corretamente, as taxas de falha são muito menores no DIU.

  • “Quem nunca engravidou não pode usar DIU”. – MITO!

Por muito tempo esse mito foi repetido. Hoje sabemos que o DIU é um excelente método até para quem nunca engravidou, inclusive adolescentes.

  • “A fertilidade volta logo após a retirada do DIU”. – VERDADE!

No caso dos DIUs hormonais, isso pode levar alguns dias. No caso dos não hormonais, a fertilidade volta logo após a remoção.

  • “A dor da inserção do DIU é insuportável”. – MITO!

A experiência da dor é algo muito individual e algumas mulheres têm maior tolerância que outras. Entretanto, a maioria das mulheres relata apenas uma cólica no momento da inserção do DIU. É possível utilizar anestésicos locais para tentar melhorar a experiência da inserção.

  • “DIU causa infecção”. – MITO

Ao comprar o DIU, ele é estéril e não contém microrganismos capazes de causar infecção.  O que pode ocorrer é que alguma infecção vigente na vagina pode “migrar” para o útero no momento da inserção.  Para reduzir essa possibilidade, é importante que o profissional examine a mulher antes da inserção, adiando a realização ao sinal de infecção.

  • “O bebê nasce segurando o DIU”. – MITO

O DIU é um método tão seguro que, quando falha, vira notícia e divulgam fotos de bebês segurando o dispositivo após o parto. Quando há falha, o DIU fica por fora da bolsa amniótica, e o bebê, dentro. Ou seja, não tem como o bebê segurar o DIU lá dentro.

  • “O DIU causa câncer”. – MITO

Existem estudos que mostram que o DIU pode proteger contra o câncer de colo de útero.

  • “Os efeitos colaterais mais comuns do DIU são cólicas e aumento de sangramento”. – VERDADE

O DIU não hormonal tem como efeitos adversos mais comuns aumento de cólicas e do fluxo menstrual. Já o DIU hormonal, por outro lado, costuma diminuir o fluxo menstrual e pode diminuir as cólicas também. Em todos os tipos de DIU pode haver escapes e cólicas, principalmente nos 3 primeiros meses após a colocação.

  • “O DIU não protege contra o HIV”. – VERDADE

O DIU oferece proteção apenas contra gravidez. O único método capaz de proteger contra infecções sexualmente transmissíveis é o preservativo, que pode (e deve) ser usado junto com o DIU.

Referências bibliográficas

Stanford JB, Mikolajczyk RT. Am J Obstet Gynecol 2002; 187:1699

Rivera R, Yacobson I, Grimes D. The mechanism of action of hormonal contraceptives and intrauterine contraceptive devices. Am J Obstet Gynecol. 1999 Nov;181(5 Pt 1):1263-9. doi: 10.1016/s0002-9378(99)70120-1. PMID: 10561657.

Committee Opinion No. 642: Increasing Access to Contraceptive Implants and Intrauterine Devices to Reduce Unintended Pregnancy. Obstet Gynecol. 2015 Oct;126(4):e44-e48. doi: 10.1097/AOG.0000000000001106. PMID: 26393458.

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