Setembro Amarelo – Mês de prevenção ao suicídio

Tempo de leitura: 11 minutos
Índice do conteúdo
Índice do conteúdo
Avalie esse post

Como já estamos fazendo há alguns meses, todo começo do mês dedicamos o artigo à campanha e à cor correspondente, normalmente de prevenção, conscientização da população ou mesmo tratamento de alguma doença ou condição específica. Setembro é o mês de prevenção ao suicídio e a cor escolhida é o amarelo.

setembro amarelo 2

Como funciona a Campanha do Setembro Amarelo?

Suicídio. O assunto que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação.

 

O ano de 2017 foi um marco nacional nesse quesito com a ocorrência de alguns fatores que colaboraram a população como um todo a dar mais atenção ao tema e procurar informações. Em 2018, o CVV (www.cvv.org.br), uma das entidades mobilizadoras do Setembro Amarelo no Brasil, programou diversas atividades em todas as cidades nas quais possui um de seus mais de 90 postos de atendimento.

 

Alguns exemplos são caminhadas, palestras, balões amarelos, pontos turísticos e edifícios públicos iluminados, distribuição de folhetos e atendimentos em locais públicos.

 

Carlos Correia, voluntário e porta-voz do CVV comenta que é o período mais intenso para todos os voluntários da instituição. “Nos preparamos desde o início do ano para aproveitar esse importante momento de falar sobre prevenção do suicídio e, aos poucos, quebrar alguns tabus”, comenta.

 

Correia comenta que os 32 suicídios que ocorrem diariamente no país, média de 1 morte a cada 45 minutos, é algo que pode ser reduzido. “Perceber que a pressão interna está muito elevada, que o copo está para transbordar e, nesse momento ou antes disso, pedir e aceitar ajuda é muito eficiente. Conversar com alguém, seja conhecido ou desconhecido, de forma acolhedora e sem críticas já ajudaria essa pessoa a superar aquele momento.” 

 

O voluntário do CVV complementa que muitas vezes as pessoas precisam de acompanhamento médico e/ou psicológico, mas que o serviço do CVV atua em situações de crises como complemento a esse tratamento.

 

Não é preciso estar ligado ao CVV ou a outra instituição para se mobilizar. Empresas podem fazer ações internas, distribuir materiais informativos disponíveis no site www.setembroamarelo.org.br e promover palestras. 

 

Órgãos públicos podem iluminar de amarelo fachadas de prédios, promover atividades, falar sobre prevenção nas unidades de saúde e escolas. E cada pessoa pode se mobilizar usando uma fita amarela ou vestindo amarelo, levantando o tema em seus grupos e buscando informações confiáveis sobre o assunto.

 

O movimento Setembro Amarelo, mês mundial de prevenção do suicídio, iniciado em 2015, visa sensibilizar e conscientizar a população sobre a questão.

 

A campanha Setembro Amarelo salva vidas! 

Segundo o próprio site da campanha, desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza nacionalmente o Setembro Amarelo®. O dia 10 deste mês é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a campanha acontece durante todo o ano.

São registrados cerca de 12 mil suicídios todos os anos no Brasil e mais de 01 milhão no mundo. Trata-se de uma triste realidade, que registra cada vez mais casos, principalmente entre os jovens. Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Com o objetivo de prevenir e reduzir estes números a campanha Setembro Amarelo cresceu e hoje conquistamos o Brasil inteiro. Para isso, o apoio das nossas federadas, núcleos, associados e de toda a sociedade é fundamental.

Como resultado de muito esforço, em 2016, garantimos espaços inéditos na imprensa e firmamos muitas parcerias. Conseguimos também iluminar monumentos históricos, pontos turísticos, pela primeira vez o Cristo Redentor, espaços públicos e privados no Brasil inteiro. Centenas de pessoas participaram de caminhadas e ações para a conscientização sobre este importante tema.

Trata-se de uma página completa com material disponível para auxiliar a todos. Assim sendo, aproveite os materiais deles e participe de sua campanha durante todo o ano.

São diversos materiais de uso público: Diretrizes para a Divulgação e Participação da Campanha Setembro Amarelo®, materiais online para download, a Cartilha Suicídio Informando para Prevenir e todo o material para a imprensa.

​De onde surgiu o Setembro Amarelo?

setembro amarelo 1

A origem do Setembro Amarelo e todo esse movimento de conscientização contra suicídio começou com a história de Mike Emme, nos Estados Unidos. O jovem era conhecido por sua personalidade carinhosa e habilidade mecânica, tendo como sua marca um Mustang 68 que ele mesmo restaurou e pintou de amarelo.  Porém, em 1994, Mike cometeu suicídio, com apenas 17 anos. Infelizmente nem a família, nem os amigos dele, perceberam os sinais de que pretendia atentar contra sua própria vida. 

No funeral, os amigos montaram uma cesta de cartões e fitas amarelas com a mensagem: “Se precisar, peça ajuda”. A ação ganhou grandes proporções e expandiu-se pelo país. Diversos jovens passaram a utilizar cartões amarelos para pedir ajuda a pessoas próximas. 

 

A fita amarela foi escolhida como símbolo do programa que incentiva aqueles que têm pensamentos suicidas a buscar ajuda. Em 2003, a Organização Mundial da Saúde(OMS) instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. O amarelo do Mustang de Mike é a cor escolhida para representar essa campanha.  

Setembro Amarelo no Brasil

Aproveitando a data mundial, a campanha Setembro Amarelo foi criada no Brasil em 2015. O projeto é um trabalho conjunto do CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), com a proposta de associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. O objetivo é conscientizar sobre a prevenção do suicídio e dar visibilidade à causa. 

 

Ao longo dos últimos anos, escolas, universidades, entidades do setor público e privado e a população de forma geral se envolveram neste movimento. Monumentos como o Cristo Redentor (RJ), o Congresso Nacional e o Palácio do Itamaraty (DF), o Estádio Beira Rio (RS) e o Elevador Lacerda (BA), participam da campanha.  

O CVV

O Centro de Valorização da Vida (CVV) trabalha para oferecer suporte emocional e realizar a prevenção do suicídio. A organização é reconhecida como Utilidade Pública Federal desde a década de 1970. Voluntários ficam à disposição 24 horas para oferecer atendimento pelo telefone 188 ou pelo chat online no site. O atendimento é anônimo e realizado por voluntários que guardam sigilo.

Para que serve o Setembro Amarelo?

Como foi dito anteriormente, o suicídio ainda é um tema cercado por tabus. Para muitos, persiste o pensamento de que uma pessoa que desiste da sua própria vida não tem coragem para viver e prefere desistir a lutar. O Setembro Amarelo vem mostrar que isso não é verdade.

 

Problemas como estresse, depressão, uso descontrolado de substâncias e até mesmo o assédio em função do bullying, geram grandes abalos para a saúde mental do indivíduo. Quem se suicida não quer desistir de viver, mas se livrar da dor e dos problemas para os quais não encontra uma saída.

 

A campanha mostra para essas pessoas que elas não estão sozinhas, são compreendidas e podem procurar ajuda, que todos esses problemas têm uma solução quando recebem o apoio de outras pessoas. Além disso, faz o trabalho de conscientização com quem não está passando por essa situação.

Nesse último caso, o Setembro Amarelo contribui para que se consiga identificar os sinais de quem está passando por momentos difíceis, o modo correto de abordar essas situações delicadas e como evitar que uma pessoa chegue a esse estágio de desespero.

 

Por que tratar de suicídio é falar de saúde mental?

Como também mencionamos anteriormente, um dos dados apresentados pelo Setembro Amarelo mostra que cerca de 96,8% dos casos de suicídio registrados no último ano tinham relação com transtornos mentais. Entre as doenças, a depressão ocupa o primeiro lugar.

 

Por isso, um dos pontos abordados pela campanha é exatamente a saúde mental. O suicídio é um fenômeno complexo e uma atitude extrema de uma pessoa em sofrimento. É preciso entender essas relações para compreender essa ação.

 

Doenças mentais, assim como aspectos sociológicos e sociais, são considerados fatores de risco. Na verdade, a relação com esses aspectos é mais presente do que se pensa. Por isso, é importante observar as situações a seguir.

Doenças mentais

Quando não são identificadas ou são tratadas de forma incorreta podem levar ao suicídio. Entre as doenças mentais relacionadas a ele destacam-se: depressão, transtorno de ansiedade, transtorno bipolar e esquizofrenia.

Aspectos psicológicos

São situações em que o equilíbrio psíquico é afetado. Não estão relacionados com causas patológicas e, por isso, não entram no campo de doenças mentais. Os mais comuns são:

 

  • perda de pessoas estimadas;
  • estresse pós-traumático;
  • abusos na infância (físicos ou sexuais);
  • questões de personalidade, como agressividade.

Aspectos sociais

Nos aspectos sociais estão incluso tratos como gênero, idade e situação familiar. São fatores relacionados ao contexto social e à forma como a sociedade se organiza. Entre os casos de suicídio registrados, homens, entre 15 e 30 anos, são mais propensos a atentar contra a própria vida. Idosos e grupos especiais também integram a população de risco.

 

É importante observar que estar classificado com um fator de risco não é determinante. No entanto, quando se trabalha o Setembro Amarelo, esses fatores auxiliam a identificar alertas e agir precocemente.

Por que trabalhar o Setembro Amarelo nas empresas é importante?

Mais do que prevenir o suicídio, o Setembro Amarelo é uma excelente oportunidade para a empresa falar e agir em prol da saúde mental. As atividades, eventos e o trabalho educacional se estenderão durante todo o restante do ano, impactando o bem-estar e a qualidade de vida dos trabalhadores.

 

Consequentemente, a equipe desempenhará o seu trabalho da melhor forma possível, atuando com mais qualidade, engajamento e motivação. Isso se reflete em benefícios para a empresa e se estende para a vida pessoal desses profissionais, impactando sua família e a sociedade em geral.

 

Para realizar uma campanha realmente efetiva, devem ser pensadas diferentes ações durante todo o mês, como conversas, dinâmicas e atividades em grupo. Pequenas ações já fazem toda a diferença para promover a conscientização e tornar esses dias diferenciados.

 

As ações devem levar em consideração as características da empresa. Se o ambiente tiver muitos afastados por doenças mentais, é interessante direcionar o Setembro Amarelo para os problemas observados. Dessa forma, é possível atingir, de melhor maneira, os envolvidos e garantir a saúde mental do trabalhador.

 

Esse é um momento para desmistificar as doenças mentais, manter um diálogo aberto e combater o preconceito e discriminação na organização, encorajando quem precisa a buscar ajuda. Organizar ações para o Setembro Amarelo com cuidado permite oferecer um mês enriquecedor e transformador para os funcionários.

Quais práticas podem ser adotadas durante o Setembro Amarelo?

Como o suicídio está diretamente relacionado com o estado psicológico e a saúde da mente, a campanha no mês de setembro deve ser pautada em atividades, momentos e eventos que, além de conscientizar, contribuam para minimizar o estresse, a ansiedade e proporcionar bem-estar para os colaboradores.

 

Como explicamos, é interessante que cada organização desenvolva as suas próprias ações com base nas necessidades identificadas no perfil da equipe. De toda forma, algumas práticas são muito eficazes em diferentes ambientes, uma vez que proporcionam equilíbrio e bem-estar para qualquer pessoa.

 

Veja a seguir algumas ideias para implementar em sua próxima campanha do Setembro Amarelo:

Palestras

Para que os colaboradores possam receber da melhor forma a campanha o ideal é que eles compreendam a importância e a relevância do tema suicídio e como ele está muito próximo do dia a dia das empresas. Sendo assim é interessante promover palestras para informação e conscientização.

 

Convide especialistas para um bate-papo sobre o tema. Dê preferência a profissionais que trabalhem o assunto de forma natural, para que os colaboradores se sintam à vontade para compartilharem dúvidas.

Mindfulness

O mindfulness é uma prática de meditação para desenvolvimento da atenção plena. As sessões auxiliam no controle do estresse e promovem a consciência corporal, assim, alia corpo e mente para mantê-los em equilíbrio.

 

Durante o mês de setembro você pode formar grupos de mindfulness, convidar profissionais para conversar sobre essa prática e coordenar esses grupos, além de incentivar a meditação fora do ambiente corporativo para que ela se torne um hábito.

Yoga

É uma atividade que alia exercício físico com meditação e concentração. Trabalha corpo e mente por meio de posições especiais e técnicas de respiração. A yoga promove a liberação de endorfinas ao mesmo tempo em que permite que o indivíduo relaxe.

 

Assim como no caso do mindfulness, você pode proporcionar momentos com instrutores especializados nessa técnica para falar sobre os benefícios dela e organizar grupos para praticar a yoga na empresa, além de incentivar a atividade em âmbito pessoal.

Biofeedback

O biofeedback é um método para identificar as respostas do corpo em diferentes situações. As funções orgânicas, como batimentos cardíacos, são escaneados a fim de identificar reações automáticas que muitas vezes a própria pessoa não percebe.

 

Com esse método, o colaborador pode conhecer melhor seu próprio organismo e entender quais são as situações que provocam essas respostas orgânicas, e podem gerar impactos negativos para sua saúde física e mental. Assim, é possível traçar um plano de ação para controlar e trabalhar esses aspectos de uma forma mais eficaz.

Atividades em conjunto

Aqui, vale desde as dinâmicas até as reuniões de descontração. Para atender aos mais diferentes perfis, a empresa deve oferecer algumas opções para os funcionários. Seja alguma dança, seja um momento de recreação ou até mesmo uma gincana, o importante é oferecer um momento de integração.

 

As atividades sugeridas (mindfulness e yoga) também possibilitam esses momentos em grupo e promovem uma troca de experiências. Mas a empresa também pode criar um espaço de bem-estar, formar grupos para prática da ginástica laboral, corrida, caminhada, entre muitos outros.

 

O Setembro Amarelo é uma oportunidade da empresa dar o primeiro passo para garantir bem-estar aos seus colaboradores, mas é fundamental que as ações não parem por aí e se desdobrem durante todo o ano. Saúde mental deve ser uma prioridade no ambiente de trabalho.

 

Se a sua empresa ainda não adotou o Setembro Amarelo, que tal começar com pequenas ações? Estimule o diálogo e o acesso às informações. Permita que os funcionários saibam a importância de cuidar da saúde mental, estimule que eles se cuidem e promova mudanças positivas no ambiente de trabalho para elevar a qualidade de vida ali.

setembro amarelo 3

O Cliquefarma também apoia a campanha do Setembro Amarelo e acredita que ela é de grande importância na conscientização da prevenção ao suicídio. Comente no box abaixo sua opinião sobre o assunto agora mesmo!

Referências bibliográficas

Compartilhe nas redes sociais

Últimas publicações
Em destaque

Quem escreveu este post

Uma resposta

  1. Olá tem alguma material para campanha setembro amarelo kids (linguagem infantil).
    Alguma reflexão , dinâmica ou algo do tipo?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *