Seu exame preventivo está em dia? Saiba mais!

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Saúde da mulher e exame preventivo: imagem de Freepik
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O preventivo é um exame de rotina que ajuda a detectar precocemente o câncer de colo de útero.

O que é o exame preventivo?

O exame chamado popularmente de “preventivo” também é conhecido como “Papanicolau”. Seu nome técnico é exame citopatológico de colo de útero e ele consiste na realização de uma “raspagem” no colo do útero para a coleta do material que será analisado com a ajuda de um microscópio. Seu objetivo é detectar precocemente qualquer alteração sugestiva de câncer ou, principalmente, de lesões pré-malignas, que poderiam virar câncer.

Por essa razão, o preventivo é uma ferramenta fundamental de rastreio e diagnóstico precoce dessas lesões. Essa forma de rastreio já começou a mudar em alguns países e há expectativa de que, em breve, as mudanças cheguem ao protocolo brasileiro também.

Por ora, vamos seguir com as recomendações vigentes. Todas as recomendações a seguir são baseadas na última diretriz publicada e servem para a população em geral. Vale reforçar que cada pessoa deve ter seu caso analisado individualmente.

Para que serve o exame preventivo?

É muito comum receber em consulta pessoas que buscam o exame com objetivo de investigar corrimentos, irregularidades menstruais, infecções sexualmente transmissíveis e outros incômodos. Essas e outras queixas são investigadas através da consulta em si, com a entrevista e o exame físico ginecológico, quem nem sempre está atrelado à coleta do Papanicolau.

Podemos utilizar alguns exames complementares e, normalmente, até aproveitamos a oportunidade para colocar o preventivo em dia, tendo em vista sua grande importância. Geralmente, não é o preventivo que nos fornece essas respostas. Esse exame, de fato, serve “apenas” para detectar precocemente o câncer de colo de útero e evitar os casos mais graves.

Quem deve fazer o preventivo?

O exame preventivo deve ser realizado por pessoas que possuem colo do útero (por exemplo, mulheres cis e homens trans) e que já tiveram relação sexual. A idade recomendada para início do rastreio é aos 25 anos, devendo-se evitar o exame de rotina antes desta idade, pois os estudos mostram que os desdobramentos podem trazer mais riscos do que benefícios para as mulheres mais jovens.

Se até os 65 anos não houver nenhuma alteração e a pessoa tiver feito um acompanhamento adequado, a recomendação é suspender a coleta de rotina. Ainda assim, é necessário que a pessoa seja examinada por um profissional de saúde. Pessoas que retiraram o colo do útero por câncer, que tiveram alterações específicas no preventivo ou que têm a imunidade comprometida precisam de um acompanhamento diferenciado.

Pessoas que nunca tiveram relação sexual não devem realizar o exame, até porque o contato do colo de útero com o vírus HPV acontece por via sexual. A maioria das pessoas tem contato com o HPV, pois é muito comum. Existem vários tipos, porém apenas alguns são capazes de gerar as alterações que levam ao câncer de colo uterino.

Com que frequência é necessário colher preventivo?

A recomendação é realizar a primeira coleta aos 25 anos e repetir um ano após. Se os dois primeiros exames estiverem normais, deve-se realizar a coleta a cada três anos.

Como prevenir o câncer de colo de útero?

Apesar de se chamar “preventivo”, a realização do exame não previne o câncer de colo de útero. O exame detecta precocemente alterações que levam à doença e permite um tratamento precoce – o que já é muito importante. O que realmente ajuda a prevenir a doença é a vacinação contra o HPV em meninos e meninas, preferencialmente antes do início da atividade sexual.

Alguns sorotipos deste vírus são responsáveis pela maior parte dos casos de câncer de colo de útero. Existem as vacinas bivalentes, que protegem contra dois tipos de HPV, as quadrivalentes, que protegem contra quatro tipos e a nonavalente, que previne nove tipos, sendo, atualmente, a mais completa disponível. A quadrivalente e a nonavalente vêm sendo as mais utilizadas hoje em dia, porém apenas a quadrivalente está disponível gratuitamente no SUS para todas as meninas e meninos entre 9 e 14 anos.

Os seguintes grupos também podem se beneficiar da vacina pelo SUS: pessoas que vivem com HIV, pacientes oncológicos, transplantados, vítimas de abuso sexual e usuários de PREP (profilaxia pré-exposição ao HIV). Apesar de nem todas as pessoas conseguirem se vacinar gratuitamente, há indicação de realização da vacina por todos, entre 9 e 45 anos, nas clínicas privadas de vacinação.

Referências bibliográficas

Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016

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