Doenças estomacais

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Você sabia que problemas no estômago afetam cerca de 20% das pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial de Gastroenterologia. Esse número envolve diversas doenças diferentes caracterizadas, principalmente, pela forte dor no estômago.

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Se você tem esse sintoma, saiba que ele pode indicar muitos problemas, daí a necessidade de procurar um médico imediatamente. Acompanhe este artigo que vamos te mostrar as principais delas, suas causas, sintomas e formas de tratamento.

Principais doenças do estômago

O estômago é um órgão em formato de J que se localiza entre o esôfago e o duodeno. É nele que o alimento recebe o ácido clorídrico, que tem papel importante na digestão.

 

A dor de estômago (dor na porção superior do abdômen) deve ser sempre investigada por um gastroenterologista. Várias são as doenças que podem motivar o problema. Vamos falar um pouco de cada?

Gastrite

Trata-se da inflamação, infecção ou erosão do revestimento do estômago. Ela pode durar por pouco tempo, na chamada gastrite aguda, ou pode durar meses e até mesmo anos (gastrite crônica).

Causas mais relevantes

Vários são os fatores envolvidos na origem da gastrite. A infecção pela bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) é a principal causa de gastrite crônica não erosiva. Essa bactéria afeta a parede do estômago e pode ser transmitida de pessoa para pessoa e através de alimentos ou água contaminados.

 

Já nos casos de gastrite erosiva aguda ou crônica, os principais agentes envolvidos são: uso por longo período de anti-inflamatórios não esteroides, abuso de álcool e drogas.

 

Já em casos de grande estresse para o organismo (cirurgias extensas, queimaduras de alta gravidade e múltiplas fraturas), o paciente pode apresentar erosões na mucosa do estômago gerando gastrite de estresse — que pode evoluir para úlceras e hemorragia.

Sintomas

Alguns pacientes não apresentam sintomas. Outros, relatam as seguintes queixas:

 

  • dor na região superior do abdome;
  • náuseas;
  • vômitos;
  • perda de apetite;
  • sensação de “cheio” após a alimentação (empachamento);
  • queimação.

 

Além disso, quando há sangramento da parede do estômago, o paciente pode expelir fezes escuras ou perceber a presença de sangue no vômito.

 

O Ministério da Saúde informou em um artigo, que mesmo nos casos em que essas manifestações de sintomas não se tratem de uma gastrite real, é sempre preciso tomar cuidados com a alimentação.

Tratamento

Os medicamentos prescritos têm por objetivo reduzir a acidez estomacal e melhorar os sintomas dispépticos do paciente. Entre eles, incluem os antiácidos, os bloqueadores H2 de histamina, os inibidores de bomba de prótons (IBP) e os procinéticos.

 

Alguns tipos de gastrite apresentam tratamento específico, como é o caso da gastrite eosinofílica, que requer o uso de corticoides. Em alguns casos, o tratamento será a suspensão de agentes nocivos à mucosa gástrica, como anti-inflamatório e álcool.

 

Já o uso de antibióticos é necessário para erradicação da H. pylori. A mudança no estilo de vida e nos hábitos alimentares também contribui para a melhora dos sintomas. É preciso eliminar o tabagismo, evitar o álcool, café, alimentos ácidos e gordurosos.

Existe prevenção?

Uma recomendação importante para a prevenção da gastrite é evitar o uso de substâncias que causam irritação no estômago, como bebidas alcoólicas em excesso, cigarros, drogas e medicamentos sem indicação do médico.

 

Já a bactéria H. Pylori é transmitida por meio de água e comida contaminados ou de pessoa para pessoa. Por isso, a prevenção deve incluir hábitos básicos de higiene, como lavar as mãos frequentemente, consumir apenas alimentos de boa procedência e devidamente higienizados e evitar levar as mãos à boca.

Refluxo gastroesofágico

O refluxo gastroesofágico é o retorno involuntário e repetitivo do conteúdo do estômago para o esôfago. Os alimentos mastigados na boca passam pela faringe, pelo esôfago (um tubo que desce pelo tórax na frente da coluna vertebral) e caem no estômago. 

 

Entre o esôfago e o estômago, existe uma válvula que se abre para dar passagem aos alimentos e se fecha imediatamente para impedir que o suco gástrico penetre no esôfago, pois a mucosa que o reveste não está preparada para receber uma substância tão irritante.

 

Crianças pequenas podem apresentar episódios de refluxo em virtude da fragilidade dos tecidos existentes na transição entre o estômago e o esôfago. Na maioria dos casos, o problema desaparece espontaneamente.

Causas e fatores de risco do refluxo

– alterações no esfíncter que separa o esôfago do estômago e que deveria funcionar como uma válvula para impedir o retorno dos alimentos;

– hérnia de hiato provocada pelo deslocamento da transição entre o esôfago e o estômago, que se projeta para dentro da cavidade torácica;

– fragilidade das estruturas musculares existentes na região.

 

Fatores de risco:

– obesidade: os episódios de refluxo tendem a diminuir quando a pessoa emagrece;

– refeições volumosas antes de deitar;

– aumento da pressão intra-abdominal;

– ingestão de alimentos como café, chá preto, chá mate, chocolate, molho de tomate, comidas ácidas, bebidas alcoólicas e gasosas.

E quais os sintomas dessa condição?

– azia ou queimação que se origina na boca do estômago, mas pode atingir a garganta;

– dor torácica intensa, que pode ser confundida com a dor da angina e do infarto do miocárdio;

– tosse seca;

– doenças pulmonares de repetição, como pneumonias, bronquites e asma.

Tratamento indicado

O tratamento será clínico ou cirúrgico. O clínico inclui a administração de medicamentos que diminuem a produção de ácido pelo estômago e melhoram a motilidade do esôfago. Junto a isso, o paciente recebe orientação para perder peso, evitar alimentos e bebidas que agravam o quadro, fracionar a dieta, não se deitar logo após as refeições e praticar exercícios físicos. 

 

Já a cirurgia pode ser realizada de maneira convencional ou por laparoscopia e é indicada nos casos de hérnia de hiato, para os pacientes que não respondem bem ao tratamento clínico ou quando é necessário inserir uma válvula antirrefluxo. Ela é sempre um procedimento adequado, quando a repetição do refluxo gastroesofágico provoca esofagite grave, uma vez que a acidez do suco gástrico pode alterar as células do revestimento esofágico e dar origem a tumores malignos.

Algumas recomendações para prevenção do refluxo:

– não se automedique se tiver episódios repetidos de azia ou queimação. Procure assistência médica para diagnóstico e tratamento adequados;

– evite alimentos e bebidas, especialmente as alcoólicas, que favorecem o retorno do conteúdo gástrico;

– fique longe do cigarro;

– procure perder peso;

– não use cintos ou roupas apertadas na região do abdome;

– não se deite logo após as refeições;

– distribua os alimentos em pequenas quantidades por várias refeições (café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar);

– faça refeições mais leves. Sente-se e coma sem pressa, mastigando bem os alimentos;

– aumente a salivação com gomas de mascar ou balas duras. A saliva pode aliviar a dor;

– não ponha o bebê na cama assim que acabar de mamar. Mantenha-o em pé no colo até que elimine o ar que deglutiu durante a amamentação.

Úlcera Péptica

A úlcera é uma ferida que pode ocorrer em diversas partes do organismo. Quando se fala em úlcera, porém, quase sempre as pessoas se referem às úlceras pépticas, isto é, às úlceras gástricas que surgem no estômago, às úlceras do duodeno, que é aquela pequena válvula da junção do estômago com o intestino delgado, e mesmo às do esôfago que são mais raras.

Principais causas

  • Histórico familiar: Fatores genéticos podem justificar o aparecimento de úlceras pépticas;
  • Bactéria Helicobacter pylori: Esse micro-organismo pode atacar a parede estomacal de pessoas com predisposição para a doença. Eliminada a infecção, a úlcera tende a desaparecer;
  • Ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios: O uso constante desses medicamentos pode provocar o aparecimento de úlceras;
  • Estresse: Que, além de outros efeitos prejudiciais, pode estimular a secreção de ácidos que atacam o revestimento do estômago e do duodeno.

Quais os sintomas da úlcera péptica?

Podemos classificar como principais, os seguintes sintomas:

 

  • Sensação de dor e/ou queimação na área entre o esterno e o umbigo que se manifesta especialmente com o estômago vazio, afinal, a ausência de alimentos para digerir permite que os ácidos irritem a ferida;
  • Dor que desperta o paciente à noite e tende a desaparecer com a ingestão de alimentos ou antiácidos;
  • Dor característica da úlcera do duodeno que desaparece com a alimentação reaparecendo depois (ritmo dói-come-passa-dói-come-passa-dói);
  • Vômitos com sinais de sangue;
  • Fezes escurecidas ou avermelhadas que indicam a presença de sangue.

Qual o tratamento?

O tratamento para úlceras pépticas envolve uma combinação de medicamentos para matar a bactéria H. pylori (se o diagnóstico confirmar sua presença) e reduzir os níveis de ácido no estômago. Essa estratégia permite que sua úlcera seja curada com mais facilidade e reduz a chance de ela voltar eventualmente. Para isso, tome todos os medicamentos exatamente como prescritos.

 

Se o paciente tiver uma úlcera péptica causada por uma infecção por H. pylori, o tratamento padrão usa diferentes combinações de alguns medicamentos, principalmente antibióticos. Consulte seu médico sobre as opções disponíveis para tratamento no seu caso.

 

Agora, se a pessoa tiver uma úlcera que não seja causada por uma infecção por H. pylori, ou uma úlcera péptica que tenha sido causada pelo uso excessivo de analgésicos, o médico provavelmente também prescreverá outros medicamentos adequados para tratá-las.

 

Os medicamentos mais comumente prescritos para a úlcera péptica são:

 

 

Os medicamentos contraindicados para a úlcera péptica são:

 

  • Nimesulida
  • Toragesic.

Câncer no estômago

Também conhecido como câncer gástrico, os tumores do estômago aparecem em terceiro lugar na incidência entre homens e em quinto entre as mulheres. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) são diagnosticados mais de 20 mil novos casos de câncer gástrico por ano.

Quais os tipos de câncer no estômago?

O câncer de estômago se apresenta, geralmente, em três tipos diferentes: adenocarcinoma (correspondente a 95% dos casos), linfoma (3% dos casos) e leiomiossarcoma (2%).

 

Adenocarcinomas são um tipo de tumor maligno que acometem células secretoras e que podem acontecer em qualquer parte do corpo. Já os linfomas são um tipo específico de tumor que afeta células do sistema linfático. Um leiomiossarcoma, por sua vez, é um tipo de tumor que afeta os tecidos que dão origem aos ossos e músculos do corpo.

E as causas e fatores de risco?

Ainda não existe um consenso sobre a real causa do câncer de estômago. O que se sabe é que há uma forte correlação entre a infecção pelo H. pilory, uma dieta rica em sal e em alimentos defumados e em conserva e o desenvolvimento dessa doença.

 

Em geral, o câncer de estômago começa quando ocorre um erro no DNA da célula. Essa mutação faz com que a célula cresça e se multiplique rapidamente. As células cancerosas acumuladas formam aquilo que chamamos de tumor, podendo invadir outras partes do corpo também, e ainda podendo se espalhar por todo o organismo.

 

Fatores de risco

Médicos apontam alguns fatores como de risco para o desenvolvimento de um câncer no estômago. Tais como:

 

  • Alimentar-se por uma dieta rica em alimentos salgados, defumados e em conserva;
  • Ter uma dieta pobre em frutas e legumes;
  • Comer alimentos contaminados;
  • Ter histórico familiar de câncer de estômago;
  • Ter uma infecção por Helicobacter pylori;
  • Sofrer de uma inflamação do estômago a longo prazo;
  • Ter anemia perniciosa;
  • Ser fumante;
  • Apresentar pólipos do estômago.

Quais os sintomas do câncer gástrico?

Não existem sintomas específicos do câncer de estômago. Alguns sinais da doença podem, na verdade, até serem confundidos com outras doenças gástricas, como a gastrite, úlcera e outros problemas, por exemplo. Os principais sintomas são:

 

  • Fadiga
  • Sensação de inchaço após comer
  • Sensação de saciedade após ingerir pequenas quantidades de alimentos
  • Azia grave e persistente
  • Indigestão grave
  • Náuseas persistentes e aparentemente sem explicação
  • Dor de estômago
  • Vômitos persistentes
  • Perda de peso não intencional

 

Cerca de 10 a 15% dos casos desse tipo de câncer apresentam o vômito com sangue. Também podem fezes com sangue, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte (indicativo de sangue digerido).

 

Quando o exame físico está sendo realizado, o paciente com câncer pode sentir dor no momento em que o estômago é apalpado.

Realizando o diagnóstico

Para o diagnóstico ser concluído, é necessário que o médico peça alguns exames específicos, como:

 

  • Endoscopia
  • Exames de imagem, especialmente raios-X e tomografia computadorizada

 

Outros testes podem ser feitos para determinar a extensão do tumor, como a biópsia, que é o exame feito para confirmar se o tecido afetado é mesmo canceroso. Além disso, é feita uma análise histológica do tumor, que pode se enquadra em um desses quatro estágios:

 

  • Estágio I. Neste, o tumor é limitado à camada de tecido que reveste o interior do estômago. As células cancerosas também podem se espalhar para gânglios linfáticos próximos.
  • Estágio II. O câncer cresceu, crescendo para dentro da camada muscular da parede do estômago. Ele também pode se espalhar para mais dos gânglios linfáticos.
  • Estágio III. Aqui, o câncer pode ter crescido por meio de todas as camadas do estômago. Ou pode ser um câncer menor que se espalhou de forma mais ampla para os gânglios linfáticos.
  • Estádio IV. O câncer se espalhou para áreas mais distantes do corpo.

 

Tratamento

As opções de tratamento disponíveis para o câncer de estômago dependem do estágio da doença. Normalmente, é feita a cirurgia, o meio mais utilizado para curar o paciente. Se você estiver com diagnóstico positivo para câncer de estômago, converse com seu médico sobre a melhor opção de procedimento cirúrgico.

 

Sessões de quimioterapia e radioterapia também podem ajudar. Elas podem ser feitas também após ou antes da cirurgia, aumentando as possibilidades de cura do paciente.

 

O médico também poderá descrever alguns medicamentos que agem sobre algumas células tumorais específicas.

É possível prevenir-se do câncer de estômago?

Como ainda não está claro o que causa o câncer do estômago, ainda não se sabe uma única maneira de prevenir. Mas você pode tomar medidas para reduzir o risco da doença fazendo pequenas mudanças em seu estilo de vida. Você deve:

 

  • Comer mais frutas e legumes;
  • Reduzir a quantidade de alimentos salgados e defumados em sua dieta;
  • Parar de fumar

 

Também você deve perguntar ao seu médico sobre o seu risco específico de câncer de estômago para que, juntos, vocês possam buscar opções de prevenção e tratamentos eficazes.

Intolerância alimentar

A intolerância alimentar consiste na ocorrência de um conjunto de reações adversas aos alimentos, como problemas intestinais, respiratórios, surgimento de manchas e coceira na pele. Apesar dos sintomas serem semelhantes, a intolerância alimentar é diferente da alergia alimentar, porque na alergia há também uma reação do sistema imunológico com formação de anticorpos, o que pode causar sintomas mais graves que na intolerância alimentar.

 

Os sintomas da intolerância alimentar normalmente surgem pouco tempo depois de se ingerir um alimento para o qual o corpo tem maior dificuldade em fazer a digestão e, por isso, os sintomas mais comuns incluem o excesso de gases, a dor abdominal ou as náuseas, por exemplo.

 

Os alimentos que têm maiores chances de provocar este tipo de sintomas incluem o leite, os ovos, o glúten, o chocolate, o pão, o camarão e o tomate, mas muitos outros podem causar este tipo de sinais, variando muito de pessoa para pessoa.

Atente-se aos seguintes sinais e sintomas para identificar uma possível intolerância alimentar:

1. Dor de cabeça contínua

A dor de cabeça pode ter várias causas, porém, quando não melhora com qualquer tipo de tratamento ou não é identificada uma causa específica, pode estar relacionada com a intolerância a algum tipo de alimento, já que a inflamação do intestino interfere com a produção de vários neurotransmissores.

 

Uma boa forma de identificar se a dor de cabeça está sendo causada pelo consumo de algum alimento é ir eliminando, aos poucos, por exemplo, os alimentos com maior risco de intolerância da dieta.

2. Cansaço em excesso

A intolerância alimentar geralmente provoca um estado de inflamação constante do intestino e do corpo e, por isso, existe um maior gasto de energia, o que acaba resultando numa sensação de cansaço excessivo que não desaparece mesmo depois de uma boa noite de sono.

 

Assim, é comum que, em pessoas com um cansaço fora do normal, o médico desconfie de algum tipo de intolerância alimentar, antes de suspeitar de qualquer outro problema.

3. Dor na barriga

É muito comum que pessoas com intolerância alimentar geralmente apresentem dor no estômago ou na barriga, que surge principalmente porque o corpo não está conseguindo digerir corretamente a comida ingerida. 

 

Normalmente, esta dor é mais intensa pouco tempo depois de comer, mas também pode se manter constante ao longo do dia, especialmente se estiver comendo várias vezes o alimentos que provoca a intolerância.

4. Barriga inchada, sensação de estufamento

A sensação de barriga inchada é um dos sintomas mais comuns de uma intolerância alimentar e acontece porque o sistema digestivo não está conseguindo digerir completamente a comida e, por isso, os restos alimentares acabam fermentando no intestino, o que causa o acúmulo de gases, que deixam a barriga mais estufada.

 

Normalmente, associada à barriga inchada também costuma surgir a vontade urgente para ir no banheiro, que pode até ser acompanhada de diarreia.

5. Coceira e manchas na pele

Não é segredo para ninguém que a saúde intestinal influencia bastante o aspecto da pele e, dessa forma, caso exista uma inflamação do intestino causada por uma intolerância alimentar é comum que surjam alterações na pele como pequenas bolinhas, vermelhidão e coceira. 

 

Este tipo de sintoma é mais comum nas intolerâncias ao glúten, mas podem surgir em qualquer caso, especialmente em regiões como os cotovelos, joelhos, couro cabeludo ou nádegas.

6. Dor nas articulações

Apesar de ser mais rara, a dor frequente e constante nas articulações, e até nos músculos, podem indicar a presença de uma intolerância alimentar, já que o consumo de alguns alimentos pode piorar este tipo de sinais, principalmente em pessoas que já sofrem com fibromialgia, por exemplo.

7. Azia frequente

A azia geralmente surge quando a digestão não é feita corretamente e, por isso, o conteúdo do estômago acaba subindo até ao esôfago e provocando a sensação de queimação na garganta.Por mais que este tipo de sintoma seja quase sempre relacionado ao refluxo gastroesofágico ou gastrite, também pode surgir em pessoas com intolerância alimentar, especialmente nos casos de intolerância à lactose, por exemplo.

Confirmando se é mesmo intolerância alimentar

Visto que os sintomas de intolerância podem ser semelhantes a outros problemas gástricos e intestinais, a melhor forma de confirmar a intolerância, e despistar outras doenças, é consultando um gastroenterologista para avaliar os sintomas e fazer exames como análises de sangue ou exame de fezes, por exemplo.

 

Para o diagnóstico da intolerância alimentar o médico pode ainda sugerir que se faça o teste da provocação, que consiste em comer o alimento do qual se desconfia de intolerância e depois observar se surge algum sintoma. 

 

Por que é sempre importante procurar um médico quando sentimos dor ou queimação de estômago?

Queimação no estômago, sensação de inchaço abdominal, dores e refluxo são sintomas que afetam cerca de 44% da população, de acordo com um estudo conduzido no Rio Grande do Sul. Dos quase 4000 indivíduos que participaram da pesquisa, 27% relataram ter essas sensações de forma frequente, mais de seis vezes ao mês. 

 

O desfecho mais natural para um quadro de queimação ou desconforto estomacal é ir até a farmácia. Mas pode não ser tão simples assim. Queimação, sensação de empachamento, refluxo e dores estomacais podem ser a expressão da presença de alguma bactéria em seu organismo. 

 

A melhor coisa, então, é procurar por um especialista. É comum, por exemplo, sentir um desconforto depois de um fim de semana regado à “estripulias gastronômicas”. Porém, se os sintomas começarem a impactar na qualidade de vida, é bom tomar uma providência. 

 

Pessoas com histórico familiar de câncer no estômago também é importante marcar uma consulta preventiva, mesmo que não tenham sintomas.

 

Atente-se aos sintomas mais frequentes além da dor e queimação

Alguns sinais de alerta devem ser atentamente observados e indicam maior gravidade. São eles:

  • dor epigástrica em pessoas acima de 55 anos;
  • história familiar de câncer gastrointestinal;
  • perda de peso importante e espontânea;
  • sangramento nas fezes;
  • vômitos persistentes ou com sangramento;
  • dificuldade progressiva ao engolir os alimentos;
  • dor ao deglutir;
  • anemia por deficiência de ferro sem causa definida;
  • massa abdominal;
  • quadro de icterícia.

 

A dispepsia funcional, consiste na presença de plenitude pós-prandial (empachamento) e/ou sensação de saciedade precoce e/ou dor epigástrica e/ou queimação nos últimos três meses também pode ser uma importante causa de dor no estômago.

 

Alguns outros fatores são associados a essa doença, como:

  • alteração da movimentação gastrointestinal;
  • aumento da sensibilidade visceral;
  • fatores genéticos;
  • infecção pela bactéria H. pylori e outras;
  • gastroenterite;
  • doenças psiquiátricas, como ansiedade e depressão.

 

O diagnóstico normalmente é realizado pelo gastroenterologista a partir do histórico do paciente (doenças prévias, uso de medicações, estilo de vida), exame físico e análises anteriores.

 

Serão solicitados exames de acordo com o quadro do paciente, entre eles:

 

  • exame de sangue e de fezes;
  • endoscopia digestiva alta;
  • ultrassonografia de abdômen;
  • tomografia computadorizada.

Como tratar e prevenir as doenças estomacais?

Quando falamos em prevenção, pode ser que adotar algumas medidas seja útil e também auxilie o tratamento de algumas das doenças que causam dor no estômago, tais como:

 

  • manter dieta equilibrada, rica em fibras e pobre em gorduras;
  • comer a cada três horas;
  • parar de fumar;
  • reduzir ou até mesmo eliminar por completo o consumo de café e refrigerantes;
  • evitar alimentos ácidos, gordurosos e doces;
  • fazer atividade física regularmente.

 

É então que o tratamento vai depender da causa da doença, podendo ser feito com:

 

  •  terapia de supressão ácida (antiácidos, bloqueadores de bomba H2 e inibidores de bomba de prótons);
  • procinéticos;
  • antidepressivos;
  • antibióticos para tratamento de H. pylori;
  • tratamento de parasitoses;
  • dieta sem lactose e reposição de lactose, em caso de intolerância à lactose;
  • cirurgia, nos casos de colelitíase e câncer.

 

Perceberam como a dor no estômago precisa ser tratada de maneira adequada, de acordo com as suas causas? Por isso, é fundamental procurar um médico logo que o sintoma começar, caso tenha histórico de câncer de estômago na família, procure antes mesmo de ter sintomas. Depois do diagnóstico, o tratamento deve ser realizado conforme a indicação do profissional.

 

A bactéria responsável por muitas doenças gástricas

Como falamos brevemente anteriormente, a Helicobacter pylori, mais conhecida como H. pylori, é uma bactéria identificada pela primeira vez em 1982 por dois cientistas australianos. O achado representou um marco no tratamento de várias doenças gástricas que, como hoje se sabe, podem estar ligadas à presença desse micro-organismo. Tanto que a dupla recebeu um Nobel pela descoberta. 

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Isso porque, até então, se acreditava que o estômago era um ambiente inabitável. Por conta de sua extrema acidez, acreditava-se que nenhum micro-organismo conseguiria viver no órgão. Mas acontece que não só o H. pylori gosta desse ambiente como os humanos são o maior reservatório da bactéria no planeta. Prova disso é a alta incidência desse agente na população. 

 

Estima-se que metade das pessoas do mundo todo o possuam e, no Brasil, essa taxa chega aos 70%. E esse alto índice está relacionado a questões de higiene e saneamento básico. Por exemplo, na Austrália, ele está em 25% dos habitantes, apenas. 

Possível primeiro contato

 

Ao que tudo indica, começa-se ainda na infância: Nós adquirimos a infecção provavelmente nesse período, mas não sabemos disso porque a bactéria chega e causa uma gastrite aguda pequena, que pode nem apresentar sintomas. 

Como é feito o diagnóstico que estamos infectados com H. pylori?

Primeiro, aparecem pequenos indícios de que a H. pylori está vivendo no seu estômago. Esse micro-organismo está associado à sensação da gastrite, náuseas, em especial matutinas, sentimento de estufamento, dor na região abdominal ao se alimentar e depois e até vômitos.

 

Se houver um histórico de câncer na família, a recomendação é investigar mesmo sem sintomas – até mesmo porque muitas vezes eles são inexistentes. O teste é geralmente feito por meio de endoscopia: o médico retira com o aparelho um pedaço pequeno da mucosa e realiza um teste que mostra na hora a presença da bactéria ali. Mas também já existem outros métodos, menos invasivos. Como o teste respiratório, que detecta pelo ar que expiramos alguns produtos que a bactéria produz, e a pesquisa nas fezes pelo antígeno do H. pylori também pode ser realizada. 

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Recomendamos sempre procurar um médico para mais esclarecimentos e exames que porventura devam ser feitos.

Tirou suas dúvidas a respeito das doenças estomacais? Tem alguma opinião ou sugestão para nos fazer? Comente em nosso quadro de comentários que iremos lhe responder com todo o prazer! 

Referências bibliográficas

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