Flatulência (gases) – Quais os sintomas e como evitá-los?

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O Cliquefarma fala hoje no blog a respeito de Flatulência. Um mal estar bem comum também conhecido como gases intestinais. Todo mundo vez por outra passa por isso e apesar de algumas vezes sentir-se constrangido, saiba que é algo perfeitamente normal e inerente a todos nós! E agora vamos abordar quais os principais sintomas e o que fazer para evitá-los. Então confira o artigo que preparamos até o final para ficar por dentro de tudo!

O que é flatulência e eructação?

Chamamos de gases (ou flatos) o ar que se acumula no sistema digestivo e que pode ser liberado através do ânus. Normalmente os gases não representam nenhuma preocupação para a saúde, mas por vezes eles podem causar desconforto ou dores fortes no abdômen e tórax. Já os gases que podem ser soltos pela boca, chamamos de eructação, ou mais popularmente, o arroto.

Estima-se que um homem libere entre 14 e 25 gases por dia, enquanto uma mulher de 7 a 12 no mesmo período. Se a pessoa libera mais gases do que essa média durante o dia, ela pode ter uma flatulência excessiva, que pode ser ocasionada por vários fatores, conforme veremos mais à frente.

Eliminar flatos, conhecido popularmente como pum, é normal e acontece com todo mundo. O mesmo pode se dizer em relação às eructações, conhecidas como arrotos. Todo mundo solta pum e arrotos, várias vezes por dia, às vezes, de forma até inconsciente.

Em alguns casos, o excesso de gases intestinais pode ser bastante incômodo, principalmente se ele for muito frequente, se tiver odor muito desagradável ou se estiver associado a sintomas desconfortáveis, tais como dor ou distensão abdominal.

Em geral, o excesso de gases intestinais costuma estar relacionado à dieta, mas ele pode ser um sinal de alguma doença do trato gastrointestinal, por exemplo, a síndrome do intestino irritável. Na maioria dos casos, o excesso de gases pode ser resolvido, ou ao menos bastante amenizado, com alterações na dieta e em alguns hábitos de vida.

Quais as causas?

São diversas as causas da flatulência, ou gases, em excesso. Entre elas:

  • Fazer uso de gomas de mascar
  • Fumar
  • Falar muito durante as refeições
  • Ter a mania de morder objetos, como a tampa da caneta, ou mantê-los na boca
  • Tomar bebidas gaseificadas
  • Comer muito rapidamente.

Alimentos chamados fermentativos como o feijão, repolho, brócolis, couve-flor, uvas passas, ameixas secas, lentilhas, cebola e maçãs podem levar mais tempo para serem digeridos, aumentando a quantidade de gases que a pessoa libera durante a digestão. Por causa deste longo tempo, os gases também podem ter um cheiro desagradável.

Alimentos que não são absorvidos, ou seja, que passam do intestino ao cólon sem serem digeridos, também podem ocasionar gases. Isso porque no cólon há uma série de bactérias que fermentam esses alimentos não digeridos e liberam gases enquanto fazem isso.

Se a dieta é equilibrada e não contém grande quantidade de carboidratos ou açúcares, e a pessoa ainda apresenta flatulência excessiva, o sintoma pode estar ligado a outras condições médicas, tais como:

  • Prisão de ventre (constipação)
  • Gastroenterite infecciosa
  • Intolerâncias alimentares, como a intolerância a lactose
  • Síndrome do intestino irritável
  • Doença celíaca
  • Alguns tipos de medicamentos
  • Distúrbios digestivos
  • Intoxicações alimentares

Fatores de risco para flatulências

Está mais propenso a desenvolver problema de gases quem:

  • Toma bebidas gaseificadas regularmente
  • É intolerante a lactose ou glúten
  • Tem uma dieta rica em frutas, legumes, vegetais e grãos
  • Tem problemas intestinais crônicos.

Quando devo procurar ajuda médica?

Se a pessoa está eliminando gases mais vezes do que o normal, ou apresenta dores frequentes devido ao sintoma, ela deve procurar ajuda médica.

Outros fatores que, combinados com a presença dos gases, requerem contatar o médico são:

  • Dor abdominal prolongada
  • Sangue nas fezes
  • Mudanças na cor, textura ou na frequência em que se evacua
  • Dores no peito
  • Perda de peso não intencional
  • Náusea ou vômitos recorrentes.

Caso os gases sejam tão frequentes que interfiram na qualidade de vida do paciente, é importante falar sobre o sintoma com o médico clínico geral, pois existem tratamentos que podem minimizar o problema.

Na consulta médica pode ser interessante o paciente levar um diário alimentar dos últimos dez ou 15 dias, incluindo horários e quantidade dos alimentos que ingeriu, além dos horários em que teve sintomas. Isso pode ajudar o médico a determinar se o excesso de gases está ligado à alimentação do paciente ou não.

Se for constatado problemas na alimentação, pode ser recomendado que ele marque uma consulta com um nutricionista para receber as orientações mais indicadas para a sua alimentação. Essas orientações devem levar em conta os gostos e estilo de vida do paciente.

Caso haja a suspeita de algum problema digestivo, o clínico geral pode passar o caso para um gastroenterologista para melhor investigação.

Como se dá o tratamento e os cuidados?

Os gases podem ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico. Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, assim como a dosagem correta e a duração do tratamento. Os medicamentos mais comuns no tratamento de flatulência são:

  • Dimeticona
  • Dimezin
  • Dimezin Max
  • Flagass
  • Luftal (comprimido)
  • Motilium
  • Simeticona

Lembrando sempre aos leitores para seguir à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedicar. Também é de suma importância não interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, seguir as instruções na bula.

A flatulência em excesso pode ser sinal de algum problema de saúde mais grave?

Sabemos que a eliminação de gases em excesso é um prato cheio para piadas, mas além de provocar mau cheiro, é passível de causar constrangimento em algumas pessoas. Apesar disso, a gastroenterologista Amanda Buchmann tem uma boa notícia para quem convive com este problema. “Embora a passagem excessiva de flatos ou seu mau cheiro possa ser uma fonte de embaraço para o paciente, raramente é associada a uma doença grave”, explica a médica.

Parasitoses e crescimento de bactérias podem provocar excesso de gases

Vale salientar que, é sempre importante ficar atento a alguns sinais capazes de indicar que algo está errado. “Devemos suspeitar de alguma doença quando há febre, perda de peso não explicada, dores abdominais associadas a fezes escuras e mal cheirosas e diarreia por mais de cinco dias“, explica a médica. Diante desses sintomas, é preciso procurar um clínico geral ou gastroenterologista rapidamente.

Entre os problemas que provocam a flatulência em excesso está a intolerância à lactose, substância encontrada no leite e em produtos derivados. A presença de parasitas no intestino, como a giárdia, dificulta a absorção dos alimentos e também pode aumentar a produção de gases. Cirurgias, crescimento exagerado de bactérias e condições como as já mencionadas anteriormente, síndrome do intestino irritável e gastroenterite também são fatores que devem ser considerados.

Forte cheiro dos gases é causado por alimentos com enxofre

Já para o forte cheiro dos gases, a explicação está na alimentação: “O odor ofensivo, quando presente, pode ser resultado de compostos contendo enxofre, tais como metanotiol, sulfureto de dimetilo e sulfureto de hidrogênio, bem como ácidos graxos de cadeia curta, indóis, aminas voláteis e amônia”, diz a especialista. Leite, cebola e alho são alguns exemplos.

Existem algumas formas de prevenir e tratar o excesso de flatulência. “Limitar a ingestão de alimentos conhecidos como produtores de gás, como repolho, brócolis, trigo e batata, deve ser recomendado como início à terapia. Medicamentos que fazem com que as bolhas de gás quebrem e se dissolvam são amplamente utilizados”, recomenda a especialista. Já se há suspeita de supercrescimento bacteriano, é possível recorrer ao tratamento com antibióticos. 

Quais gases contém no pum?

O ser humano elimina diariamente até 1,5 litro de gases pelo ânus em uma frequência de 10 a 20 flatos por dia. Boa parte deles pode passar despercebida.

Os gases do sistema gastrointestinal são compostos basicamente por cinco elementos: Nitrogênio (N2), Oxigênio (O2), Dióxido de carbono (CO2), Hidrogênio (H2) e Metano (CH4). Os cinco juntos somam 99% dos elementos presentes no pum. O arroto tem composição parecida, porém é mais rico em oxigênio e nitrogênio.

E qual deles é o responsável pelo mal cheiro? Nenhum, são todos basicamente inodoros. A culpa também não é das fezes. Ao contrário do que se imagina, a flatulência não cheira mal por passar pelas fezes antes de ser eliminada. O que causa mau cheiro é o 1% restante de gases, compostos principalmente por enxofre, sendo o principal o ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio). Isso explica por que nem todos os puns têm cheiro ruim. Se não houver um aumento da produção de gases com enxofre, o pum pode não ter cheiro incômodo.

E de onde vêm os gases?

Os gases intestinais são basicamente produzidos pelas bilhões de bactérias que vivem no nosso trato digestivo e participam do processo de digestão. Eles são produzidos principalmente após metabolização de carboidratos, gorduras e proteínas ingeridas nos alimentos.

No caso dos gases no estômago, a origem principal é o ar engolido durante as refeições. Nós não reparamos, mas durante as refeições engolimos volumes enormes de ar. Também é comum haver deglutição de ar quando se mastiga um chiclete ou se fuma um cigarro. Outra fonte de gases estomacais são as bebidas gaseificadas.

Grande parte do gases deglutidos são eliminados através das eructações, conhecidas popularmente como arrotos. Porém, se o paciente tem o costume de deitar após as refeições, esses gases apresentam mais facilidade em seguir o caminho em direção aos intestinos do que retornar ao esôfago (já notou como é muito mais fácil arrotar quando se está sentado ou em pé em vez de deitado?), aumentando a eliminação de flatos.

Quais alimentos causam mais flatulência?

Alguns tipos de carboidratos são mais difíceis de serem digeridos no intestino delgado e, por isso, chegam em grande quantidade ao cólon, onde são metabolizados pelas bactérias. Os principais carboidratos mal digeridos são os oligossacarídeos.

Os alimentos que mais causam gases intestinais são:

  • Feijão.
  • Ovos.
  • Cerveja (escura).
  • Leite.
  • Batata.
  • Milho.
  • Farelo de trigo.
  • Brócolis.
  • Aspargos.
  • Alho.
  • Repolho.
  • Bebidas gaseificadas.
  • Couve-flor.
  • Cebolas.
  • Refrigerantes.

Falta de exercício físico, constipação intestinal, intolerância à lactose e alterações da flora bacteriana dos intestinos por uso de antibióticos também podem causar aumento da produção de gases. Sexo anal passivo é outra causa.

O enxofre, que causa o odor desagradável do pum, normalmente é produzido após ingestão de proteínas. A carne de porco, por exemplo, costuma causar flatos com cheiro forte.

Ansiedade pode acelerar o trânsito intestinal, levando mais alimentos mal digeridos ao cólon, fornecendo mais substrato para as bactérias que produzem gases.

Quando devo me preocupar com o excesso de gases intestinais?

Estudos mostram que a maioria dos pacientes que se queixam de excesso de gases intestinais, na verdade apresentam a mesma quantidade de gases que a média da população. Esse paciente tem uma maior sensibilidade à presença de gases.

Como mencionado no início do artigo, eliminamos em média 500 a 1500 ml de gases através dos flatos. Por exemplo, um paciente pode se sentir desconfortável se sua eliminação diária de gases for normal, mas próxima de 1300 -1500 ml. Às vezes, uma dieta mais cuidadosa pode reduzir a produção de gases para menos de 1000 ml por dia, fazendo com que o mal-estar passe. Resumindo: não é preciso ter excesso de gases, para se sentir com excesso de gases.

Pacientes com síndrome do intestino irritável ou com dispepsia funcional costumam tolerar mal pequenos aumentos na produção de gases intestinais.

Na grande maioria dos casos, o excesso de gases intestinais não indica nenhuma doença, não importando se há ou não odor forte. Os sinais de gravidade estão na presença de outros sintomas associados, como perda de peso, diarreia crônica, anorexia, anemia, sangramentos e dor abdominal. Nestes casos, uma visita ao médico é imprescindível!

Como funciona o tratamento?

Como vimos até o momento, o modo mais fácil de controlar a flatulência é através de uma dieta cuidadosa. Evite alimentos que sabidamente agravam seus sintomas. Estes podem incluir laticínios, algumas frutas e legumes, cereais integrais, adoçantes artificiais e refrigerantes. Uma dica em relação ao feijão é deixá-lo de molho durante a noite e trocar a água antes de cozinhá-lo.

Mantenha um registro de alimentos e bebidas que você ingere para conseguir identificar quais as comidas são mais incômodas. O que pode causar gases em mim, não necessariamente causará em você e vice-versa.

Além de equilibrar a dieta, também é importante praticar exercícios e reduzir o estresse.

Existem pastilhas de carvão ativado, à venda em farmácias, que ajudam a neutralizar os gases intestinais. Mas atenção: se você toma medicamentos regularmente, o carvão ativado pode inativá-los, sendo contraindicado nesses casos. 

Um medicamento chamado Beano ajuda a diminuir os gases intestinais. O salicilato de bismuto é uma opção para quem se queixa de flatos com mau cheiro.

Já existem no mercado brasileiro cuecas e calcinhas feitas com tecidos que absorvem o pum, diminuindo a passagem do seu cheiro. Uma delas é chamada de Under-Ease. Algumas vêm acolchoadas, reduzindo também o barulho dos flatos.

No caso dos arrotos (eructações) a principal causa é o ar engolido durante as refeições. Quanto mais rápido se come, maior é a quantidade de ar deglutido. Engolir saliva, fumar, mastigar chicletes e falar enquanto come também causam deglutição de ar. Obviamente bebidas gasosas aumentam as eructações.

Pessoas ansiosas apresentam deglutição de grande quantidade de ar, chamado de aerofagia, que causa desconforto abdominal por distensão do estômago, que por sua vez, leva a mais ansiedade. O controle da ansiedade alivia os sintomas do excesso de gases.

O que fazer para prevenir?

Não há uma forma efetiva para prevenir todos os tipos de gases, até porque é uma condição normal que faz parte da digestão. Todavia, ter uma dieta equilibrada, realizar exercícios físicos regulares, tratar da constipação, não ingerir bebidas gaseificadas e não utilizar gomas de mascar pode ajudar.

Se você tem alguma dúvida ou então quer compartilhar alguma dica conosco que ajudou você a melhorar a flatulência excessiva, deixe no box abaixo. Teremos o maior prazer em interagir contigo!

Referências bibliográficas

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