Herpes genital é uma IST (infecção sexualmente transmissível) bastante conhecida. Hoje vamos falar do que ela se trata, quais os tipos, o que causa, quais os sintomas e como tratá-la. Acompanhe até o final para ficar por dentro de tudo!
O que é Herpes genital?
O Herpes genital é uma doença, de alta prevalência, causada pelo vírus do herpes simples (HSV), que provoca lesões na pele e nas mucosas dos órgãos genitais masculinos e femininos.
Uma vez dentro de um organismo, dificilmente esse vírus será eliminado, passando por períodos de remissão (adormecimento do vírus, sem causar sintomas) e recidivas (manifestação da doença clinicamente). Além disso, como ele permanece dentro das raízes nervosas, o sistema imunológico não tem acesso a ele.
Quais os tipos?
O herpes genital pode ter dois tipos:
Vírus da herpes simples tipo 1 (HSV-1)
Normalmente associado a infecções dos lábios, da boca e da face. Esse é o vírus mais comum de herpes simples e muitas pessoas têm o primeiro contato com este vírus na infância.
O HSV1 frequentemente causa feridas (lesões) nos lábios e no interior da boca, como afta, ou infecção do olho (principalmente na conjuntiva e na córnea) e também pode levar a uma infecção no revestimento do cérebro (meningoencefalite).
Pode ser transmitido por meio de contato com a saliva infectada. A maioria das pessoas contrai herpes oral quando são crianças, recebendo um beijo de um amigo ou parente.
Vírus da herpes simples 2 (HSV-2)
Normalmente transmitido sexualmente, o HSV-2 provoca coceira e bolhas ou mesmo úlceras e feridas genitais. Entretanto, algumas pessoas com HSV-2 não apresentam quaisquer sinais (latência).
A infecção cruzada dos vírus de herpes do tipo 1 e 2 pode acontecer se houver contato oral-genital. Isto é, pode-se pegar herpes genital na boca ou herpes oral na área genital.
E as causas?
Sexo sem proteção
A transmissão de herpes genital por ambos os vírus acontece principalmente via contato sexual desprotegido, caracterizando uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) – nome atualmente dado às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs).
Contato mesmo sem lesões
O herpes genital é mais comumente transmitido pelo contato com a pele de uma pessoa infectada que tem lesões visíveis, bolhas ou erupções (uma crise ativa).
Mas você também pode contrair herpes a partir do contato com a pele de uma pessoa infectada mesmo quando NÃO há lesões visíveis (e a pessoa pode nem saber que está infectada) ou pelo contato com a saliva ou com fluidos da vagina de uma pessoa infectada.
Como o vírus pode ser transmitido mesmo quando não há sintomas ou lesões presentes, um parceiro sexual que tenha sido infectado com herpes no passado, mas que não tem lesões ativas da doença, pode transmitir a infecção a outras pessoas.
Fatores de risco
Os fatores para herpes genital incluem:
- Ter mais de um parceiro sexual
- Manter relações sexuais sem camisinha
Sintomas de Herpes genital
Muitas vezes, as pessoas não sabem que foram infectadas com os vírus do herpes genital, porque é comum que a doença não manifeste sinais ou sintomas. Mas pode acontecer da pessoa presenciar alguns sintomas característicos:
- Dores e irritação que surgem de dois a dez dias após o contágio.
- Manchas vermelhas e pequenas bolhas esbranquiçadas que costumam surgir dias após a infecção.
- Úlcera na região dos genitais, que podem até mesmo sangrar e causar dor ao urinar.
- Cascas que se formam quando as úlceras cicatrizam.
Nos primeiros dias após o contágio, a pessoa infectada pode apresentar sintomas muito parecidos com os da gripe:
- Apetite reduzido
- Febre
- Mal-estar geral
- Dores musculares na parte inferior das costas, nádegas, coxas ou joelhos
As feridas características do herpes genital surgem imediatamente quando o vírus entra no organismo. Você pode espalhar a ferida tocando-a e, depois, passando as mãos por outras partes do corpo.
Herpes genital masculina e feminina
Herpes genital nos homens pode causar feridas no pênis, saco escrotal, coxas e na uretra, bem como, em mulheres, na vagina, vulva e colo do útero.
Feridas também podem aparecer nas nádegas, boca e no ânus em ambos os sexos.
Outros sinais
- Linfonodos aumentados e sensíveis na virilha durante uma crise
- Dor ao urinar
- As mulheres podem ter corrimento vaginal ou, ocasionalmente, não podem esvaziar a bexiga e precisam de um cateter urinário.
Segunda crise
Uma segunda crise pode aparecer semanas ou meses depois da primeira. Essa crise é quase sempre menos grave e de menor duração que a primeira. Com o tempo, o número de crises pode diminuir.
Uma vez que uma pessoa é infectada, no entanto, o vírus se esconde nas células nervosas e permanece no corpo. O vírus pode permanecer “dormente” (adormecido) por um longo período (chamado de latência).
A infecção pode se reativar ou piorar a qualquer momento. As situações que podem ativar infecções latentes e iniciar uma crise incluem:
- Fadiga
- Irritação genital
- Menstruação
- Estresse físico ou emocional
- Trauma
Os ataques podem acontecer com pouca frequência, como uma vez por ano, ou com tanta frequência que os sintomas parecem ser contínuos. As infecções recorrentes em homens normalmente são mais moderadas e duram menos que nas mulheres.
Quando é hora de buscar ajuda médica?
Procure um especialista imediatamente após notar a presença de feridas na região genital, que pode ser um urologista ou ginecologista.
Especialistas que podem diagnosticar são:
- Clínico geral
- Urologista
- Ginecologista
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Você costuma usar preservativos em suas relações sexuais?
- Você já foi diagnosticado alguma vez com outra doença sexualmente transmissível?
- Que medicamentos você está tomando?
- Você sente dores pélvicas e ardor ao urinar?
Como é feito o diagnóstico de Herpes genital
Se o diagnóstico para herpes genital for positivo, converse imediatamente com seu parceiro ou parceira, para que ele ou ela possa realizar os exames também. Quanto antes começarem o tratamento, melhor.
Exames necessários
Um exame físico muitas vezes pode bastar para o diagnóstico. Mas o médico pode optar também por realizar alguns exames para certificar-se de que acertará no diagnóstico, como:
Cultura de vírus
Neste procedimento, o especialista coletará uma amostra da ferida causada por herpes e levará para análise de laboratório.
Exame de reação de polimerase em cadeia
Conhecido como PCR, por causa da sigla em inglês, este exame faz um esboço do DNA do paciente por meio da análise de uma pequena amostra da ferida presente na genitália. A partir deste DNA, o médico poderá dizer se há presença de vírus causador do herpes ou não.
Exame de sangue
Os resultados do exame de sangue mostrarão se há presença ou não de anticorpos contra os vírus do herpes genital, indicando se houve infecção no passado.
E o tratamento de Herpes genital?
Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento deve ser iniciado tão logo comecem os primeiros sintomas, assim o surto deverá ser de menor intensidade e duração; evite furar as vesículas; evite beijar ou falar muito próximo de outras pessoas, principalmente de crianças se a localização for labial; evite relações sexuais se a localização for genital;
lave sempre bem as mãos após manipular as feridas pois a virose pode ser transmitida para outros locais de seu próprio corpo, especialmente as mucosas oculares, bucal e genital.
O tratamento deve ser orientado pelo médico dermatologista. É ele quem pode determinar os medicamentos mais indicados para o seu caso que, dependendo da intensidade, podem ser de uso local (na forma de cremes ou soluções) ou de uso via oral, na forma de comprimidos.
Quando as recidivas do herpes forem muito freqüentes, a imunidade deve ser estimulada para combater o vírus. Os fenômenos desencadeantes devem ser evitados, procurando-se levar uma vida o mais saudável possível.
O tratamento é feito basicamente por meio de medicamentos antivirais, que aliviam a dor e o desconforto causados durante uma crise, curando as lesões com maior rapidez.
Para crises recorrentes, comece a tomar o medicamento assim que o formigamento, a queimação ou a coceira começar, ou assim que você notar o aparecimento de bolhas.
As pessoas que têm muitas crises podem tomar esses medicamentos diariamente durante um tempo. Isso pode ajudar a evitar crises e a diminuir sua duração. Isso pode diminuir a chance de transmitir herpes para outra pessoa.
Herpes genital na gravidez
Mulheres grávidas podem receber tratamento contra herpes durante o último mês de gestação para diminuir as chances de ter uma crise no momento do parto.
Se houver uma crise no momento do parto, será recomendada uma cesariana para diminuir a possibilidade de infecção do bebê.
Os possíveis efeitos colaterais dos medicamentos contra herpes incluem:
Principais medicamentos para Herpes genital
Os medicamentos mais usados para o tratamento de herpes genital são:
- Aciclovir
- Ezopen (creme)
- Penvir
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique.
Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Remédios caseiros
De acordo com o infectologista Cláudio Gonsalez, as práticas caseiras para o tratamento da herpes não são consideradas dentro da medicina convencional, isso porque não possuem comprovação de serem seguras. No entanto, o especialista indica que existem práticas caseiras podem sim contribuir para o alívio da dor, porém é necessário aprovação do médico.
Entre os remédios caseiros para herpes genital mais indicados popularmente, estão o extrato de própolis, alho, óleo de rícino e chá de camomila.
Remédio caseiro para herpes genital funciona?
Devido a irritação intensa na pele, quem sofre com a herpes genital tende a buscar diversas alternativas caseiras para aliviar as dores.
“A utilização de medicamentos ou substâncias com a função medicamentosa sempre deve ter a avaliação e orientação de um médico, para que a escolha seja segura e possa garantir que os benefícios sejam superiores a eventuais eventos adversos”, disse Cláudio, os remédios caseiros para herpes genital mais indicados popularmente e que ajudam a aliviar seus sintomas são:
Extrato de própolis
O própolis possui uma ótima ação terapêutica: imunoestimulante, antioxidante, anticancerígeno, anti-inflamatório e antibiótico. “Por ser conhecido pelas propriedades cicatrizantes, o própolis pode ser usado com a finalidade de ajudar a curar as feridas causadas pela herpes genital”, considera o especialista.
Chá de salsaparrilha
A salsaparrilha é uma planta muito usada como aromatizante natural para alimentos e bebidas, porém também tem sido utilizada há muitos anos pela medicina. Beber ou passar o chá de salsaparrilha no local inflamado pode ser uma boa opção devido a ação anti-inflamatória presente na planta.
Chá de amora
O chá de amora é uma bebida feita com as folhas da amora, mas também é possível utilizar o fruto para preparar a bebida. A amora é uma fruta rica em fibras, leveduras, flavonoides, antioxidantes, potássio, manganês, magnésio, ferro, vitamina C, vitamina E, vitaminas do complexo B e vitamina K.
Devido a todos esses nutrientes, o chá de amora contribui para cicatrização e redução da inflamação.
Alho
O alho contém substâncias capazes de proporcionar uma série de benefícios para o organismo. “Este alimento é considerado um detentor de propriedades antibióticas, antimicrobianas e anti-inflamatórias, é um coadjuvante para secar e cicatrizar as feridas, prevenindo o surgimento de infecções”, afirma Claudio Gonsalez.
Óleo de melaleuca
De acordo com o infectologista, o óleo de melaleuca possui propriedades consideradas como antissépticas, antifúngicas, parasiticidas, germicidas, antibacterianas e anti-inflamatórias, podendo ser utilizado no combate e prevenção de infecções secundárias e redução do desconforto causado pelo herpes genital.
Óleo de rícino
O óleo de rícino é extraído das sementes da mamona, contendo ácido undecilênico que age impedindo a proliferação de fungos e bactérias, além de secar as feridas causadas pelo vírus da herpes.
Chá de camomila
A flor da camomila, quando imersa em água quente para preparar o chá, libera óleos essenciais com propriedades calmantes, antioxidantes e anti-inflamatórias. “As compressas de chá de camomila, já amplamente utilizadas no meio hospitalar, com suas propriedades anti-inflamatórias e que aliviam o ardor”, disse o infectologista.
Como evitar a herpes genital?
A melhor forma de se prevenir herpes genital e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é fazendo uso de preservativos durante atos sexuais. A única forma 100% garantida de não se contrair nenhum tipo de IST é não manter relações sexuais, então quanto mais cuidado tiver durante o ato, melhor.
Na gravidez, se a mãe for diagnosticada com herpes genital, o médico recomendará o uso de medicamentos antivirais para evitar que o bebê contraia a doença durante o parto. Em último caso, a cesariana pode ser considerada também como uma opção.
Herpes genital tem cura?
Ainda não há cura para herpes genital, mas o tratamento pode ajudar a evitar a recorrência da doença e impedir que ela cause complicações mais graves e que se espalhe pelo corpo.
O acompanhamento médico pode, também, agir para amenizar os sintomas e para não transmitir herpes para outras pessoas.
Possíveis Complicações
Herpes genital não tratada pode acarretar em problemas mais graves, a exemplo de:
- Infecção de recém-nascidos: ocorre por meio do contato do bebê com o vírus durante o trabalho de parto. O contágio de herpes por bebês recém-nascidos pode resultar em danos cerebrais, cegueira e pode levar até mesmo à morte em casos mais severos.
- Problemas de bexiga: resultantes da presença de feridas na região da uretra, obstruindo-a e impedindo a saída da urina. Nesses casos, é necessário o uso de um cateter para fazer a drenagem da bexiga.
- Meningite: A meningite está entre as possíveis complicações do herpes genital, causada pela inflamação das membranas e do líquido cefalorraquidiano presente no sistema nervoso.
- Retite: outro problema que pode ser causado é a retite, inflamação do reto provocada muitas vezes por sexo anal.
- Infecções graves: algumas pessoas podem desenvolver infecções muito graves por herpes que abrangem cérebro, olhos, esôfago, fígado, medula espinhal ou pulmões. Essas complicações normalmente se desenvolvem em pessoas com um sistema imunológico enfraquecido, como aquelas que estão passando por quimioterapia, radioterapia ou que tomam doses altas de cortisona.
Qual o prognóstico?
Uma vez que você é infectado, o vírus permanece em seu corpo para o resto da vida. Algumas pessoas têm somente uma crise, e outras têm crises frequentes.
Na maioria delas, não há um desencadeador óbvio. No entanto, muitas pessoas acreditam que os ataques de herpes genital acontecem com as seguintes condições:
- Fadiga
- Doenças gerais (de doenças leves a condições sérias, como operações, ataques cardíacos e pneumonia)
- Imunossupressão devido à Aids ou a medicamentos como quimioterapia ou esteroides
- Menstruação
- Estresse físico ou emocional
- Trauma na área afetada, inclusive atividade sexual
Em pessoas com um sistema imunológico normal, o herpes genital permanece como uma infecção localizada e incômoda, mas raramente provoca risco de vida.
Cuidados
Alguns cuidados básicos, ainda, podem ajudar o paciente a lidar melhor com a doença, curar as lesões mais rapidamente e impedir sua recorrência, como:
- Não use meias-calças, roupas íntimas ou calças de nylon ou de outros materiais sintéticos.
- Opte por roupas de algodão confortáveis.
- Lave a região suavemente com água e sabonete neutro.
- Tomar banhos mornos pode aliviar a dor (depois do banho, mantenha as bolhas secas)
Como prevenir?
A melhor forma de se prevenir herpes genital e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é fazendo uso de preservativos durante atos sexuais. A única forma 100% garantida de não se contrair nenhum tipo de IST é não manter relações sexuais, então quanto mais cuidado tiver durante qualquer relação sexual, melhor.
Gravidez
Como vimos, na gravidez, se a mãe for diagnosticada com herpes genital, o médico recomendará o uso de medicamentos antivirais para evitar que o bebê contraia a doença durante o parto. Em último caso, a cesariana pode ser considerada também como uma opção.
Ainda posso fazer sexo se tiver herpes?
Se você tem herpes, você deve conversar com seu(s) parceiro(s) sexual(is) e deixar ele saber que você tem e o risco envolvido. O uso de preservativos pode ajudar a reduzir esse risco, mas não vai se livrar completamente do risco.
Ter feridas ou outros sintomas do herpes podem aumentar seu risco de propagação da doença. Mesmo que não tenha sintomas, você ainda pode infectar seus parceiros sexuais.
Se seu parceiro ou parceira estiver infectado com herpes, é melhor evitar qualquer tipo de contato sexual até que a doença esteja sob controle.
Você ainda tem alguma dúvida a respeito do herpes genital e gostaria de dar sua opinião? Comente abaixo que iremos interagir com você com o maior prazer!