Hipertensão (Pressão Alta)

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Hipertensão arterial

O que é hipertensão arterial? Neste artigo nós te explicamos do que se trata essa doença silenciosa, porém perigosa, as principais causas, sintomas, tratamento e formas de prevenção. Acompanhe até o final e tire todas as suas dúvidas agora mesmo!

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Hipertensão arterial: o que é?

Também conhecida popularmente como pressão alta, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial (PA). Considerando-se valores de pressão arterial maiores ou iguais a 140 / 90mmHg.

 

Segundo o próprio Ministério da Saúde, aqui no Brasil, os idosos com mais de 65 anos são os mais afetados pela hipertensão. Ao todo, 60,9% dessa população que vive nas capitais brasileiras  afirma ter o diagnóstico. Segundo os novos dados Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2018), a parcela da sociedade mais afetada é formada por idosos: 60,9% dos entrevistados com idade acima de 65 anos disseram ser hipertensos, assim como 49,5% na faixa etária de 55 a 64 anos. Essa última edição da pesquisa foi realizada por telefone com 52.395 pessoas maiores de 18 anos, entre fevereiro e dezembro do ano passado.

Hipertensão: sistólica e diastólica

Quando o seu coração bate, ele contrai e bombeia sangue pelas artérias para o resto do seu corpo. Esta força cria uma pressão sobre as artérias. Isso é chamado de pressão arterial sistólica. Há também a pressão arterial diastólica, que indica a pressão nas artérias quando o coração está em repouso, entre uma batida e outra. Em um adulto normal, a média da pressão sistólica é de 120 milímetros de mercúrio (mmHg), enquanto a diastólica é de 80 mmHg. 

 

A pressão diastólica ocorre no início do ciclo cardíaco. É a pressão mínima nas artérias, quando as câmaras de bombeamento do coração se enchem de sangue. No final do ciclo cardíaco ocorre a pressão sistólica, quando os ventrículos se contraem.

Classificação

Os valores de pressão arterial em indivíduos acima de 18 anos classificam-se em:

 

  • Ótima: Pressão sistólica < ou = 120 e Pressão diastólica > ou = 80
  • Normal: Pressão sistólica < 130 e Pressão diastólica: > 85
  • Limítrofe:130-139 e Pressão diastólica: 85-89
  • Hipertensão estágio 1: Pressão sistólica: 140-159 e Pressão diastólica: 90-99
  • Hipertensão estágio 2: Pressão sistólica: 160-179 e Pressão diastólica: 100-109
  • Hipertensão estágio 3: Pressão sistólica: = 180 e Pressão diastólica = 110
  • Hipertensão sistólica isolada: Pressão sistólica: = 140 e Pressão diastólica: > 90.

 

Quais os tipos de hipertensão?

A hipertensão arterial é dividida em três tipos, conforme os estágios classificados pelos níveis de pressão. O estágio I corresponde à pressão acima de 140/90 e abaixo de 160/100. O estágio II ocorre acima de 160/100 e abaixo de 180/110. Já o estágio III é marcado pela pressão acima de 180/110.

 

É importante lembrar que a pressão elevada, combinada com condições como AVC, obesidade ou diabetes, determina se o risco de morte é leve, moderado, alto ou altíssimo. Portanto, o assunto é bem sério e é necessário saber que quanto maior é a hipertensão arterial, maiores são as chances de o paciente precisar de medicação.

 

Os estágios são definidos da seguinte maneira:

 

  • Estágio I: hipertensão acima de 130 por 90 e abaixo de 160 por 100;
  • Estágio II: hipertensão acima de 160 por 100 e abaixo de 180 por 110;
  • Estágio III: hipertensão acima de 180 por 110.

 

Principais causas e fatores de risco envolvidos

Quando há uma resistência e endurecimento dos vasos sanguíneos para a passagem do sangue por eles, é necessário que o coração faça uma força maior para bombeá-lo. Isso pode até ser um processo natural do corpo, mas se houverem certos fatores de risco, as chances aumentam consideravelmente. São eles:

 

Fatores de risco para hipertensão arterial não modificáveis

Idade: presença de HAS em idosos merece maior atenção devido à vulnerabilidade frente às complicações cardiovasculares determinadas não só pela hipertensão, como também por outros fatores de risco que se acumulam com o passar do tempo.

 

Hereditariedade: O caráter hereditário aparece em praticamente 90% dos hipertensos, dos fatores envolvidos na fisiopatogênese da hipertensão arterial, metade deles pode ser atribuído a fatores genéticos. Citam como exemplo o sistema regulador da pressão arterial e sensibilidade ao sal.

 

Em aproximadamente 90% a 95% dos casos não existe etiologia conhecida ou cura, sendo o controle da pressão arterial obtido por mudanças do estilo de vida e tratamento farmacológico.

 

Gênero: Estudos demonstraram que a pressão arterial é mais elevada em homens que em mulheres até a faixa etária de 60 anos. Sugere-se que os hormônios ovarianos são responsáveis pela pressão mais baixa nas mulheres (durante o climatério) e com a chegada da menopausa a prevalência da pressão alta entre homens e mulheres tende a se aproximar.

 

Fatores de risco para hipertensão arterial modificáveis

Hábitos cotidianos e uso de anticoncepcionais:

Anticoncepcionais: O III CBHA (BRASIL, 2001) afirma que a ingestão de anticoncepcionais orais deve ser considerada como possível causa de hipertensão arterial. Os riscos de anticoncepcionais em relação à hipertensão arterial são menores, pois, atualmente, as pílulas têm boa eficácia com concentração menor de estrogênio. Entretanto, risco baixo não significa ausência de perigo. O risco está relacionado com a elevação dos níveis pressóricos ou ainda dificuldade no controle dos níveis pressóricos com medicação anti-hipertensiva, principalmente para quem iniciou o uso da pílula agora e tem uma elevação na pressão arterial.

 

Tabagismo: É evidente para todos que os efeitos do tabagismo são maléficos em curto ou longo prazo para saúde de maneira geral. O fator vasoconstrição é o mais relevante, além de acelerar o processo de arteriosclerose. Geralmente, o fumante busca o famoso “cafezinho”, nas situações estressantes e adicionam ainda o consumo desenfreado de cafeína. Um estudo desenvolvido na Universidade de São Paulo (USP) e publicado na revista Clinical Nutrition, descobriu que, o consumo de mais de três xícaras de café de 50 ml por dia aumenta, em até quatro vezes a chance de pessoas geneticamente predispostas apresentarem pressão arterial alta.

 

Bebida alcoólica: A Associação Americana de Cardiologia recomenda que, se a pessoa consome bebidas alcoólicas, o faça com moderação. Isso significa uma média de 1 a 2 doses por dia para homens e 1 por dia para as mulheres. Ela alerta também que beber acima destes limites aumenta os riscos para o alcoolismo, hipertensão arterial, obesidade, acidente vascular cerebral, câncer de mama e acidentes.

 

A Organização Mundial de Saúde estabelece que 1 dose padrão contém aproximadamente 10 a 12 g de álcool puro, o equivalente a uma lata de cerveja (330 ml), ou uma taça de vinho (100 ml) ou uma dose de destilado (30 ml).

 

Padrões alimentares e aspectos físicos

Sedentarismo e obesidade: Devido ao aumento no consumo de alimentos de alto valor energético e a diminuição da prática de atividade física pela população, muito provavelmente por conta da rotina corrida que a atual geração enfrenta, o quadro de obesidade está cada vez maior e mais preocupante, afinal, este é um fator importante no desenvolvimento de várias doenças, entre elas diabetes, hipertensão, cardiopatias e até mesmo alguns tipos de câncer. Essas mudanças de hábito da população são consideradas comportamentos de risco para o desenvolvimento de doenças, principalmente de ordem cardiovascular, as quais são responsáveis pelas maiores taxas de mortalidade no mundo.

 

Alimentação: Uma alimentação equilibrada pode favorecer em vários aspectos a saúde das pessoas, beneficiando o funcionamento do organismo como um todo e melhorando o ritmo dos vasos sanguíneos e da musculatura do coração. O consumo excessivo de gorduras, carboidratos refinados e sal, a falta de alguns nutrientes e o sedentarismo são práticas que favorecem o surgimento precoce da hipertensão arterial.

 

Quando não é possível fazer uma alimentação adequada, vemos frequentemente, inclusive em crianças, esta sendo substituída por lanches que, do ponto de vista nutricional, deixam a desejar, além de serem uma boa fonte de calorias e gorduras saturadas. Assim como os salgadinhos de pacote que além do sal, em sua maioria, contém massa na composição. 

 

Vale ressaltar que o mundo moderno e suas dietas industrializadas, ricas em sódio, carboidratos, açúcares e colesterol são fatores de risco não só para a hipertensão arterial, assim como, para obesidade, dislipidemia e diabetes. Estes fatores agravados pelo sedentarismo favorecem a elevação de riscos para as complicações tardias e imediatas da doença. O aspecto físico somado aos hábitos alimentares inadequados indica uma dieta hipersódica e hipercalórica que contribuem para elevação da pressão.

 

A importância de uma mudança de estilo de vida para a prevenção e controle da hipertensão arterial

Quando voltamos a atenção para os aspectos modificáveis dos fatores de risco para a hipertensão arterial, percebemos um padrão de comportamento muito comum na era contemporânea. 

 

Por isso que uma alimentação equilibrada, composta por vitaminas e minerais, nutrientes que nosso corpo necessita, combinada a atividade física, é capaz de retardar o aparecimento da hipertensão, mesmo em indivíduos com uma predisposição genética maior para tal.

 

Não se engane, o sódio (componente do sal de cozinha) não é o único vilão da hipertensão. A inclusão de cálcio, magnésio, potássio e fibras, assim como a exclusão de carboidratos refinados, gordura vegetal e açúcares na alimentação são de extrema importância para que a hipertensão seja realmente diminuída com melhores resultados.

 

Observe agora como cada uma das substâncias citadas como benéficas para nosso organismo, podem facilitar a diminuição da hipertensão e prevenir o aparecimento precoce da mesma:

 

Cálcio: auxilia na contração da musculatura e melhora as condições do tônus vascular.

 

Potássio: auxilia na excreção do sódio.

 

Magnésio: mantém um efeito vasodilatador.

 

Fibras Solúveis: podem diminuir a absorção de gordura e também diminuir a síntese do colesterol hepático. Esses efeitos podem contribuir na diminuição de riscos de formação da placa de ateroma nos vasos sangüíneos.

 

Fibras Insolúveis: Não atuam na diminuição de gordura, mas contribuem no aumento da saciedade, que por sua vez limita o consumo de alimentos e ainda favorece os movimentos do intestino.

 

Não nos esquecendo, é claro, que o excesso de sódio na alimentação favorece hipertensão.

 

A junção de todos esses nutrientes é algo fácil de ser consumido no nosso dia a dia, pois estão presentes em alimentos simples de encontrar e preparar, alguns prontos para serem consumidos. Vamos aos exemplos:

 

Cálcio: Soja, Feijão-branco, Vegetais de folhas escuras como couve e espinafre;

 

Potássio: Abacate, iogurte desnatado, banana, mamão, lentilha, beterraba; 

 

Magnésio: Uva, gergelim, amendoim, peixes, batata, leite;

 

Fibras solúveis: 

Essas fibras podem ser encontradas em legumes, cereais e frutas, sendo as principais fontes:

 

  • cereais e sementes: aveia, cevada, chia
  • frutas: maçã, morangos e frutas cítricas
  • legumes: cenoura, vagem, abobrinha e batata
  • leguminosas: feijão, ervilha, lentilha, soja

 

Fibras insolúveis:

Pertencem a esse grupo aquelas que não apresentam solubilidade em água. Elas são muito importantes para a formação do bolo fecal e para a regulação intestinal. Os alimentos ricos em fibras insolúveis são:

 

  • cereais integrais: farelo de aveia e de arroz, arroz integral, trigo integral
  • verduras e legumes:  vegetais folhosos, brócolis, legumes com casca
  • frutas: maçã e pêra com casca, laranja, manga
  • frutas secas: figo, uva passa, tâmara, damasco.

 

Podemos enumerar também, algumas atitudes que todos podemos tomar a fim de melhorar nossos hábitos alimentares e físicos para que nosso estilo de vida diminua ou até previna o aparecimento da hipertensão arterial:

 

1) Diminuindo o sódio

 

Quando for comprar:

 

– Leia atentamente os rótulos para conhecer o teor de sódio;

 

– Dê preferência aos alimentos com teor de sódio reduzido ou sem adição de sal;

 

– Na hora da escolha dos alimentos, esteja ciente de que: molhos de soja, alimentos em salmoura ou curados apresentam alto teor de sódio.

 

– Dê preferência para aves frescas, peixes e carnes magras em vez de enlatados, defumados ou processados.

 

– Observe os refrigerantes light e diet, pois podem conter alto teor de sódio, já que alguns edulcorantes contém sódio na sua composição.

 

Na hora de cozinhar:

 

– Em vez de adicionar somente sal nos alimentos na sua preparação, diminua sua quantidade e adicione conjuntamente ervas, limão ou vinagre para realçar o sabor.

 

– Evite condimentos industrializados como: temperos prontos, molho de soja e glutamato monossódico ou escolha as versões com baixo teor de sódio.

 

2) Faça escolhas ou trocas inteligentes e tenha um bom resultado sem se sacrificar

 

– Limite o consumo de alimentos curados (presunto, peito de peru, mortadela), e alimentos em salmoura (picles, azeitonas e condimentos como mostarda e ketchup);

 

– Não utilize saleiro na mesa

 

3) Aumente o teor de cálcio, potássio, magnésio e fibras no seu dia a dia:

Como mencionamos mais acima, você encontra facilmente alimentos ricos nessas vitaminas e minerais. 

O ritmo de vida corrido associado a uma má-alimentação (fora do horário, apressada, improvisada) e dieta não muito favorável à manutenção da saúde, o consumo de bebida alcoólica, tabagismo e uso de anticoncepcionais integram o estilo de vida, pois são hábitos ou costumes, que se destacaram como fatores de risco para HAS.

 

Apesar de não compor o estilo de vida, encontra-se a influência de fatores hereditários e idade, os quais se destacaram como possíveis fatores contribuintes para HAS, estando à mercê das influências ambientais que possuem importante papel no que diz respeito à expressão genética.

 

Hábitos alimentares prejudiciais, consumo de bebidas alcoólicas, tabagismo, obesidade e consumo de anticoncepcionais são os que mais aparecem somados em estudos como os principais fatores desencadeadores da hipertensão no quesito modificáveis. Quando confrontados com 47,8% de docentes com pressão normal limítrofe julga-se que o fato é alarmante e surpreendedor, já que os sujeitos da pesquisa são professores que ensinam a cuidar de pessoas.

 

É possível fazermos considerações a respeito do sobrepeso, porém, sempre direcionadas à dieta, apontando para a necessidade de reeducação alimentar e não dietas de curto prazo. Considera-se a dieta como a primeira conduta, pois funciona como o principal fator relevante dentro dos fatores modificáveis. Após o controle deste, não há uma resolução completa dos fatores modificáveis, até porque as pessoas vivem no mundo pós-moderno e tecnológico, onde a acomodação é quase que um convite e tudo vai depender de como o organismo de cada uma responde.

Mas o que dizer da Hipertensão com níveis pressóricos normais?

Já ouviu falar em hipertensão do avental branco? Essa condição se manifesta em pessoas que só apresentam níveis pressóricos elevados na presença do médico, quando medem em qualquer outro lugar, como farmácias, praças ou mesmo em casa, eles mantém uma pressão arterial normal.

 

Estudos já demonstraram que 20% a 30% de pessoas com hipertensão no consultório médico têm essa alteração. Esses são casos de difícil diagnóstico cuja melhora com várias drogas distintas não é obtida, levando ao uso de medicamentos em excesso e desnecessários.

Uma outra situação pouco conhecida e citada por alguns estudos é a normopressão do avental branco (NAB), ou seja, pessoas que normalmente têm hipertensão arterial mas que nos consultórios apresentam uma pressão arterial normal. Dessa forma, essas pessoas passam despercebidas e como a hipertensão arterial raramente dá sintomas por si só, elas vão apresentar os sintomas mais tardiamente devido às complicações nos órgãos alvo.

 

Como foi feito o estudo da Universidade de British Columbia – Canadá

 

Um estudo realizado pelos Drs. Wolfgang Linden, Christopher Selenta e Brenda Hogan do Departamento de Psicologia da Universidade, procurou determinar a presença dessa alteração em pessoas tidas como normotensas (pressão arterial normal). O resumo foi publicado na revista médica Archives of Family Medicine.

 

Foram selecionadas pessoas sabidamente normotensas. O grupo foi composto de estudantes e pessoas da comunidade em geral, dos quais 154 eram homens e 165, mulheres. O único critério de exclusão foi o uso de drogas cardioativas. Os participantes tiveram suas PAs (pressão arterial) medidas cinco vezes em quinze minutos no consultório e depois utilizaram um dispositivo para medir a PA fora do consultório por 8 a 12 horas (diurnas) em dias normais, sem fatores estressores específicos.

 

Foram respondidos questionários demográficos e psicológicos relacionados com estresse, limiar de decepção, depressão, hostilidade, expressão de raiva e contribuição social. Isso porque tais características emocionais têm uma relação comprovada com alterações cardiovasculares. O limite superior da PA no consultório foi considerado 140 x 90 mmhg, e fora do consultório, 135 x 85 mmhg (o primeiro número da PA – 140 e 135 – é a PA sistólica e o segundo – 90 e 85 – é a PA diastólica).

 

As interpretações dos resultados ocorreu da seguinte maneira: Tentou-se perceber características específicas das pessoas que apresentaram a alteração – normotensão do avental branco (NAB) – de acordo com as respostas aos questionários psicológicos e com o estilo de vida que foram documentados: tabagismo, alcoolismo e nível de atividade física.

 

Ao todo, cerca de 24% das pessoas tiveram o diagnóstico de NAB. Houve um grupo de pessoas que apresentou um aumento da PAS. Esse grupo tinha um maior consumo de álcool e era composto por uma maioria masculina em relação aos normotensos.

 

Um outro grupo apresentou um aumento da PAD. Este, por sua vez, era composto por pessoas mais velhas que os normotensos e incluiu uma proporção maior de ex-fumantes. Dessa forma, 70% das pessoas com NAB eram do sexo masculino enquanto 40% dos normotensos o eram, 37% dos NAB tinham uma história passada de tabagismo enquanto somente 17% dos normotensos a tinham.

 

Foi-se descoberto ainda que o aumento do número de mensurações da PA no consultório de duas para cinco vezes não aumentou a acurácia diagnóstica, ao contrário do que se pensou. Outro achado foi o de que a acuidade da mensuração da PA no consultório é menor quando os níveis pressóricos se encontram dentro de uma variação de 10 mmhg do limite superior (140 x 90 mmhg). Consequentemente, há uma maior certeza da veracidade da medida quando os níveis se encontram abaixo de 119 x 69 mmhg ou acima de 10 mmhg do limite superior.

 

Concluiu-se nesse estudo a importância da NAB devido à sua prevalência alta (24%) em pessoas sabidamente normotensas. Outros estudos têm chegado a números bem parecidos. A questão levantada diante disso é: Como conseguir diagnosticar a hipertensão arterial em tais pessoas? 

 

Certamente, a mensuração da PA fora do consultório é algo impraticável quando se pensa na população como um todo, pelo fato de se demandar uma enorme modificação logística a nível de saúde pública e convênios privados. Contudo, o conhecimento das características biopsicossociais das pessoas que desenvolveram a NAB pode possibilitar uma triagem de todos os pacientes, e assim, a mensuração das PAs fora do consultório somente de um grupo selecionado de pacientes considerados mais propensos a desenvolvê-la.

 

Nesse estudo, pôde-se perceber também uma relação da NAB com o uso de bebidas alcoólicas e tabagismo tanto pregresso quanto atual, idade mais avançada, sexo masculino e um maior controle do sentimento de raiva. Esses achados sugerem haver uma relação da NAB com fatores de risco para doenças cardiovasculares. Entretanto, essas características são ainda inespecíficas sendo incapazes de selecionar com exatidão aqueles pacientes que necessitam de uma avaliação mais cuidadosa.

 

Reunindo os casos de hipertensão do avental branco com os de normotensão do avental branco, pode-se considerar que de um terço à metade das medidas de PA nos consultórios são equivocadas, o que exprime a necessidade de se aumentar o conhecimento sobre as influências e causas dessas situações para que se possa diminuir o número de pessoas falsamente diagnosticadas como hipertensas ou erroneamente não diagnosticadas como tal. Por isso, fique atento aos sinais, se conheça e cuide da sua saúde!

 

Tratamento e cuidados da Hipertensão

Precisamos ter em mente que a hipertensão não tem cura, mas tem tratamento para ser controlada. Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente, que depende das comorbidades e medidas da pressão. Também é importante ressaltar que o tratamento para hipertensão inicia-se a mudança do estilo de vida (MEV) associado ou não a medicamentos.

 

Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares, não se esqueça dessa importante variável para a manutenção de um estilo de vida mais saudável, por exemplo:

  • Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos
  • Praticar atividade física regular
  • Aproveitar momentos de lazer
  • Parar de fumar
  • Moderar o consumo de álcool
  • Evitar alimentos gordurosos
  • Controlar o diabetes e outras comorbidades.

Medicamentos contra pressão alta

Existem diferentes classes de drogas para reduzir a PA, que agem em mecanismos distintos. O tratamento da hipertensão deve ser individualizado, levando em conta como cada organismo pode responder de acordo com o próprio metabolismo e estilo de vida. Analiza-se o perfil do paciente hipertenso, pois algumas classes podem ser mais adequadas que outras. Obviamente, isso apenas o seu médico pode avaliar corretamente! 

 

Muitas vezes se faz necessário associar classes de medicações com mecanismos distintos, pois essa estratégia possibilita uma maior efetividade no controle da pressão arterial e na proteção cardiovascular. Entre os medicamentos usados para controlar a PA estão:

 

  • Inibidor da enzima conversora da angiotensina: eles impedem a angiotensina I de se converter em angiotensina II, essa última responsável pelo aumento da pressão arterial
  • Antagonistas dos receptores da angiotensina (ARA): bloqueia a ação da angiotensina II em um dos receptores que ale atua
  • Betabloqueadores: agem no sistema nervoso simpático, que tem como uma das funções reagir ao estresse. Diuréticos: aumentam a excreção de água e sódio do organismo e também tem ação vasodilatadora, reduzindo a pressão sanguínea
  • Antagonistas de cálcio: eles bloqueiam a ação do canal de cálcio com consequente dilatação das artérias.

É sempre bom lembrar!

Não é porque a pressão voltou aos níveis normais nas medições de controle que o tratamento acabou. Um dos grandes problemas na terapêutica da hipertensão é a falta de adesão ao método e o conceito de que uma vez que a pressão arterial esteja controlada, a medicação pode ser suspensa. Não se deixe levar por isso.

É de total importância que o paciente hipertenso saiba que ao suspender a sua medicação, ele estará sujeito aos riscos de uma elevação súbita da pressão em algumas situações, como no estresse, além dos riscos crônicos que os níveis pressóricos elevados provocam – AVC, Infarto Agudo do Miocárdio, Doença Renal Crônica e Insuficiência Cardíaca.

Principais medicamentos para Hipertensão

Os medicamentos mais usados para o tratamento de hipertensão são:

 

  • Aldactone
  • Apresolina
  • Aradois
  • Atenolol
  • Atenolol + Clortalidona
  • Atensina
  • Besilato de Anlodipino
  • Benicar
  • Clortalidona
  • Co-Pressotec
  • Captopril
  • Captopril + Hidroclorotiazida
  • Cardizem
  • Carvedilol
  • Concor
  • Coreg
  • Cozaar
  • Diovan
  • Diurix
  • Doxazosina
  • Duomo
  • Enalapril + Hidroclorotiazida
  • Enalapril
  • Espironolacton
  • Furosemida
  • Hidroclorotiazida
  • Higroton
  • Indapen SR
  • Lasix
  • Lisinopril
  • Losartana Potássica
  • Losartana Potássica + Hidroclorotiazida
  • Metildopa
  • Nebilet

 

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, assim como, a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Losartana Potássica + Hidroclorotiazida

Em pacientes com pressão alta e espessamento das paredes do ventrículo esquerdo (hipertrofia do ventrículo esquerdo – a principal câmara de bombeamento do coração), a losartana potássica, frequentemente em combinação com a hidroclorotiazida – é um medicamento que possui em sua fórmula uma substância chamada hidroclorotiazida, que pertence a classe de substâncias tiazídas, reduz o risco de derrame (acidente vascular cerebral) e de ataque cardíaco (infarto do miocárdio) e ajuda os pacientes a viverem mais.

 

Esta substância tem uma ação diurética, isto é, aumenta a eliminação de líquidos do organismo através da urina. O início de ação ocorre 2 horas após sua administração, sendo o efeito máximo é alcançado após cerca de 4 horas. A ação da hidroclorotiazida persiste por aproximadamente 6 a 12 horas.

 

É preciso entender que para o autocuidado resultar em sucesso, é necessário perceber as próprias necessidades, ou seja, indagar-se sobre o que é realmente preciso ter no estilo de vida para manter a saúde. A percepção do indivíduo sobre um problema a ser enfrentado, em seu ritmo natural, é um fator importante que influencia na reação para a busca de melhorias. A partir deste ponto, há possibilidade de harmonizar a saúde com levar a vida dia a dia.

 

Percebe-se que os hábitos sociais sinalizados em todos os estudos estão diretamente relacionados com os índices pressóricos encontrados, já que são classificados pela literatura pertinente como fatores de risco em potencial para o desenvolvimento de HAS.

 

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