Insuficiência Venosa Crônica

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A insuficiência venosa crônica se caracteriza por uma lesão nas veias da perna que não permite que o sangue flua normalmente. A síndrome pós-flebite é uma insuficiência venosa crônica decorrente de um coágulo de sangue nas veias.

 

A Insuficiência Venosa Crônica (IVC), que é uma condição clínica, interfere diretamente na qualidade de vida das pessoas.

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Explicando de modo mais simples, o sistema venoso dos membros inferiores – que é composto por veias superficiais, profundas e comunicantes; é responsável pelo transporte do sangue para o coração, para que seja oxigenado, funcionando na  direção contrária à força da gravidade. Para isso, ele depende de vários mecanismos e um deles é a musculatura da panturrilha das pernas. A presença das válvulas nas veias, é importante para impedir o refluxo do sangue nas pernas, ou seja, impedir que o sangue volte para a direção dos pés.

 

Um problema no funcionamento das válvulas ou aumento de pressão nas veias pode provocar a Insuficiência Venosa Crônica (IVC), que faz com que o sangue não volte para o coração de forma adequada, estagnando na perna. A consequência disso é o aumento da pressão venosa nas pernas, ocasionando uma série de mudanças que vão gerar edema, alteração da cor da pele e até feridas, conhecidas como úlcera venosa. Esta condição clínica vai trazer, no longo prazo, uma diminuição da qualidade de vida das pessoas.

 

  • A insuficiência venosa crônica pode provocar desconforto e inchaço nas pernas e erupção, descoloração e/ou úlceras na pele.
  • A síndrome pós-flebite é uma insuficiência venosa crônica decorrente de um coágulo de sangue nas veias (trombose venosa profunda).
  • Os médicos usam ultrassonografia duplex para estabelecer o diagnóstico.
  • Manter a perna elevada, usar meias de compressão e tratar cuidadosamente qualquer ferimento são medidas necessárias para o tratamento.

Dados da condição

Estudos internacionais apontam que cerca de 20 a 33% das mulheres e de 10 a 20% dos homens vão apresentar algum grau da doença ao longo de sua vida. Por ser uma doença crônica e evolutiva, cerca de 3 a 11% das pessoas com varizes podem chegar a estágios mais avançados da doença onde ocorrem alterações irreversíveis na pele da região afetada. 

 

Tais alterações compreendem desde um escurecimento, descamação e ressecamento da pele, geralmente acompanhadas de piora dos sintomas como dor, queimação e inchaço, podendo ocorrer a abertura de feridas nas pernas que podem demorar anos para cicatrizar. No outro extremo temos os pequenos vasos dérmicos chamados telangectasias  (ou simplesmente vasinhos) que têm um apelo principalmente estético, ao menos no início, mas com o passar do tempo podem gerar alguns sintomas como dor e desconforto local.

 

Cerca de 5% das pessoas nos Estados Unidos têm insuficiência venosa crônica. A síndrome pós-flebite pode manifestar-se em 20 a 70% das pessoas com trombose venosa profunda, geralmente no prazo de um a dois anos.

 

Causas da IVC

Um fator de risco preponderante para a insuficiência venosa é a idade. 

 

Ser do sexo feminino também é um deles. As mulheres são afetadas com muito mais frequência que os homens. Por causa da diferença na estrutura do seu tecido conjuntivo e pelo hormônio feminino estrogênio. É por isso que esta condição também se desenvolve mais frequentemente durante a gravidez, porque a concentração de estrogênio é particularmente alta durante este período.

 

A predisposição hereditária é comumente também uma causa de insuficiência venosa. Nesse caso, vários membros da família serão afetados pela doença. Obesidade e atividades que requerem longos períodos em pé ou sentado também podem favorecer o surgimento de insuficiência venosa crônica.

 

O sangue retorna das pernas por meio de veias superficiais e profundas. A contração dos músculos da perna empurra o sangue pelas veias profundas. As válvulas das veias mantêm o sangue fluindo para cima no sentido do coração. A insuficiência venosa crônica ocorre quando algo dilata as veias e/ou danifica suas válvulas. Essas alterações reduzem o fluxo sanguíneo nas veias e aumentam a pressão dentro delas. O aumento da pressão e o baixo fluxo de sangue causam retenção de líquido nas pernas e outros sintomas.

 

Conseguimos entender que a Insuficiência Venosa Crônica é motivada por problemas no funcionamento das válvulas, por obstrução e aumento na pressão nas veias, que são causados, normalmente, por varizes e pela Trombose Venosa Profunda.

Qual o papel das varizes como causa?

 

Muito comuns na população, as varizes são veias anormais que ficam dilatadas e retorcidas, perdendo sua função. Estudos apontam que a origem das varizes está associada à questão genética, mas existem alguns fatores que podem potencializar a ocorrência da doença: obesidade, sedentarismo, gravidez, uso de anticoncepcional e questões hormonais.

 

Já a Trombose Venosa Profunda, que vamos ver um pouco mais à frente, ocorre quando o sangue coagula de forma anormal no interior das veias profundas dos membros inferiores, formando trombos que dificultam o retorno do mesmo, temporariamente ou de forma permanente.

 

A Trombose Venosa Profunda está associada à diminuição do fluxo sanguíneo, inflamação ou irritação na veia e alteração na coagulação. Isso pode ocorrer pelos seguintes motivos: idade avançada, hormonal (anticoncepcional, tratamento de reposição, entre outros), obesidade, tabagismo, traumas, tumores malignos, insuficiência renal, pós-cirurgias, anormalidades genéticas, situações em que a circulação é prejudicada – viagens prolongadas, permanecer muito tempo sentado.

 

A causa mais comum de insuficiência venosa crônica é:

 

  • Coágulo de sangue anterior nas pernas (trombose venosa profunda)

 

Um coágulo de sangue pode causar insuficiência venosa crônica porque o tecido cicatricial do coágulo pode danificar as válvulas nas veias. Como a trombose venosa profunda às vezes também é chamada flebite, a insuficiência venosa crônica pode ser chamada de síndrome pós-flebite.

Quais os principais sintomas? 

Os sintomas variam de acordo com a evolução da doença e podem ser:

 

  • Dor e desconforto no local;
  • Edema (inchaço nas pernas);
  • Queimação e inchaço;
  • Alterações na pele – escurecimento, descamação e ressecamento;
  • Úlceras – feridas nas pernas de difícil cicatrização.

 

As pessoas com insuficiência venosa crônica podem apresentar inchaço (edema) nas pernas que normalmente é pior no final do dia, pois o sangue precisa fluir para cima contra a gravidade quando a pessoa está em pé ou sentada. Durante a noite, o edema desaparece porque as veias se esvaziam bem quando as pernas estão em posição horizontal. O inchaço pode não originar outros sintomas, porém, algumas pessoas sentem as pernas pesadas, latejantes, cansadas, volumosas e com formigamento. 

 

A pele da parte interna do tornozelo fica descamada e com pruridos, podendo ganhar um tom vermelho escuro. Essa alteração da cor é causada pelos glóbulos vermelhos que escapam das veias inchadas (distendidas) para a pele. A pele despigmentada é vulnerável e mesmo uma pequena lesão, como um arranhão ou uma pancada, pode rompê-la, resultando em uma úlcera. 

 

Também podem surgir úlceras sem nenhuma lesão conhecida, normalmente na parte interior do tornozelo. No geral, elas são apenas levemente desconfortáveis. Caso sejam muito doloridas, existe a chance de elas estarem infectadas.

 

Se o edema for grave e persistente, forma-se um tecido cicatricial que retém líquido nos tecidos. Consequentemente, a panturrilha aumenta de tamanho de modo permanente e endurece. Nesses casos, há maior probabilidade de que se desenvolvam úlceras e de que estas cicatrizem menos facilmente.

 

Veias varicosas podem aparecer também.

O que são veias varicosas?

As veias varicosas são vasos superficiais das pernas anormalmente dilatadas.

 

  • Elas podem doer, provocar coceiras ou sensação de cansaço.
  • Os médicos podem detectar veias varicosas examinando a pele.
  • Cirurgia ou o tratamento com injeções podem removê-las, mas é comum que novas veias varicosas se formem.

 

A causa precisa é desconhecida, mas o principal problema provavelmente é a debilidade nas paredes das veias superficiais (localizadas logo abaixo da pele). Essa debilidade pode ser hereditária. Ao longo do tempo, a debilidade faz com que as veias percam sua elasticidade. 

 

As veias se esticam e se tornam mais compridas e largas. Para que possam se acomodar no mesmo espaço que ocupavam quando eram normais, as veias alargadas ficam mais sinuosas. Na insuficiência venosa, elas podem surgir como uma protuberância em forma de serpente sob a pele.

 

Da mesma forma que a condição que estamos analisando neste artigo, a incidência de veias varicosas é maior em mulheres do que em homens e podem surgir pela primeira vez durante a gravidez. Além disso, ficar em pé por muito tempo, obesidade e o envelhecimento podem contribuir para o desenvolvimento delas, principalmente em pessoas com predisposição para o problema.

 

Mais importante do que o alongamento é o alargamento das veias que faz com que as abas da válvula (cúspides) se separem. Quando a pessoa está em pé, o sangue é puxado para trás pela força da gravidade e não é parado porque as cúspides da válvula estão separadas. Assim, há um refluxo do sangue que rapidamente preenche as veias e faz com que as veias de paredes finas e contorcidas aumentem ainda mais. 

 

Algumas das veias comunicantes, que normalmente permitem que o sangue flua apenas das veias superficiais para as veias profundas, também ficam mais largas. Devido ao alargamento, suas cúspides valvares também se separaram. Como consequência, o sangue retorna para as veias superficiais quando os músculos comprimem as veias profundas e ocorre uma distensão adicional das veias superficiais.

 

Muitas pessoas com veias varicosas também têm aranhas vasculares, que são capilares dilatados.

 

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E a flebite, o que é?

A flebite, também chamada de trombose venosa, é causada pela formação de um coágulo sanguíneo (trombose) em uma veia, bloqueando inteiramente ou parcialmente a passagem do sangue. Ainda que possa ocorrer em qualquer lugar do organismo, ela aparece mais frequentemente na altura das pernas.  Por ano, a flebite é responsável por mais de 800.000 mortes no mundo. 

 

A flebite pode ser distinguida em dois tipos em função da veia atingida e do grau de gravidade. A flebite superficial ocorre no sistema venoso superficial (nas veias que se encontram logo abaixo da pele), assim como as varizes. O coágulo é de tamanho pequeno e não apresenta risco para a saúde.

 

A flebite profunda aparece no sistema venoso profundo, que alimenta os músculos e tecidos. Nessas áreas,o fluxo sanguíneo é mais importante e exerce uma pressão mais forte sobre o coágulo.  Ele pode, então, se desprender e alcançar o coração, bloqueando as artérias principais do corpo humano. A flebite profunda leva a várias complicações sérias como uma embolia pulmonar e exige ajuda médica imediata.

Como é possível reconhecer? Quais os sintomas?

Os sintomas são diferentes conforme o tipo de flebite – ou trombose venosa. A flebite superficial é a que vemos com maior facilidade. Observa-se o inchaço e o enrijecimento da veia sob a pele. A inflamação estende-se, geralmente, sob a área da pele em volta, deixando-a dolorosa e sensível ao toque. Um edema também pode se formar.

 

Os sintomas da trombose venosa profunda dependem de onde o coágulo de sangue está localizado. Eles são menos marcados e, portanto, mais difíceis de diagnosticar. Constata-se, geralmente uma dor profunda na panturrilha ou coxa, uma sensação de calor, um enrijecimento da perna e, em alguns casos, a aparição de um edema. O paciente sente uma dor quando direciona a ponta do pé para o alto. É o chamado Sinal de Homans, característica da trombose venosa.

Quais as principais causas e fatores de risco para a flebite?

Existem condições que facilitam uma predisposição maior de pessoa para pessoa. Por exemplo, quem já teve câncer ou mulheres grávidas têm quatro vezes mais risco de desenvolver uma trombose. As pessoas que sofrem de insuficiência venosa (deficiência do sistema nervoso) e que têm problemas cardíacos (principalmente portadores de marcapassos) apresentam, também, mais riscos do que a média.

 

Além do mais, alguns fatores e situações devem ser considerados. Um longo período de imobilidade como em uma viagem de avião ou um aleitamento prolongado aumenta consideravelmente os riscos. Assim como na insuficiência venosa, o tabagismo, a idade e a obesidade têm, também, um papel na aparição da flebite.

Qual o tratamento indicado?

Em casos de flebite profunda, um tratamento por medicamentos anticoagulantes deve imediatamente ser empregado. Eles têm por objetivo dissolver os coágulos sanguíneos de impedir que novos se formem, mantendo o sangue em seu estado líquido. Os mais utilizados são heparina de baixo peso molecular (HBPM) e Antivitaminas K (AVK).

 

A contenção elástica é utilizada desde os primeiros dias. São recomendadas meias de compressão durante vários meses, a fim de se prevenir eventuais complicações como a síndrome pós-flebite ou pós-trombótica.

 

A trombose venosa superficial não necessita de um tratamento local. Um repouso prolongado com elevação da perna é, na maioria dos casos, suficiente para a cura.

 

Síndrome pós-flebite

Nem todo mundo que tem um coágulo de sangue na perna desenvolve síndrome pós-flebite. As pessoas que têm mais risco após um coágulo de sangue na perna incluem as que tiverem tido:

 

  • Diversos episódios de coágulos de sangue na mesma perna;
  • Um coágulo de sangue na parte superior da perna e/ou na região pélvica.

 

Obesos também podem correr mais risco de síndrome pós-flebite. 

 

Diagnóstico de insuficiência venosa crônica

  • É feita por meio de avaliação do médico
  • Algumas vezes, ultrassonografia com Doppler

 

Atualmente o exame mais utilizado é o ultrassom com Doppler do sistema venoso dos membros inferiores. É um exame que não utiliza contraste ou radiação, sendo indolor e de execução simples com bons resultados em mãos habilitadas para isso. 

 

Essa análise é capaz de fornecer os dados fundamentais como o calibre das veias (varizes são veias permanentemente dilatadas), seu fluxo ou refluxo, presença de trombose recente ou antiga, assim como a existência de pontos de compressão. 

 

Normalmente é o exame escolhido, e já suficiente para o planejamento cirúrgico. Em casos de exceção, podem ser necessários exames mais complexos, caros e invasivos como tomografia computadorizada, ressonância magnética nuclear, ultrassom endovascular e flebografia para complementar o diagnóstico, definir estratégias e planejar o tratamento. 

 

É importante que um cirurgião vascular seja consultado tanto para a solicitação destes exames quanto para sua análise. Fazer isso pode evitar exames desnecessários e eventualmente perigosos.

 

Apesar do ultrassom ser um exame importante, nem todos os pacientes necessitam realizá-lo. Existem pessoas que podem ter estabelecida a indicação de tratamento somente baseado no exame clínico e na consulta com o médico. Afinal, a insuficiência venosa crônica pode ser diagnosticada com base em sua aparência e seus sintomas.

 

Em alguns casos, os médicos fazem essa ultrassonografia das pernas mais para confirmar se o edema não é causado por trombose venosa profunda.

 

Prevenção de IVC

Os fatores de risco já referidos podem ser evitados e, desse modo, consegue-se prevenir muitos dos casos de insuficiência venosa crônica.

 

Evitar permanecer muitas horas de pé ou sentado, principalmente de pernas cruzadas, uma vez que em pessoas predispostas, isso poderá conduzir ao desenvolvimento de insuficiência venosa. Caso o trabalho obrigue a permanecer longas horas sentado, é importante procurar realizar movimentos circulares com os pés ou caminhar em horários apropriados.

 

A prática de exercício físico regular é igualmente importante, visto que estimula a contração muscular e o retorno venoso. Devem ser preferidos esportes como a ginástica, natação, ciclismo ou a dança, que promovem a circulação venosa e devem ser evitados esportes como o basquete, futebol ou o tênis que obrigam a movimentos bruscos. Estes últimos induzem variações de pressão nas veias que provocam a sua dilatação e a diminuição do retorno venoso.

 

Os lugares quentes, abafados devem também ser evitados, porque eles dilatam as veias e aumentam a estase. Ao contrário, passar água fria nas pernas, em forma de compressas e também permanecer em locais frescos é aconselhado. Afinal, isso vai estimular o funcionamento venoso e aliviar a dor e sensação de pernas pesadas.

 

É importante salientar que, a prisão de ventre e o excesso de peso aumentam a pressão sanguínea venosa. Por isso, é útil fazer uma alimentação rica em fibras (vegetais), com boa hidratação e redução da ingestão de gorduras saturadas (como, por exemplo, manteiga).

 

Lembre-se também que a roupa muito apertada comprime as veias e dificulta a circulação, por isso deve ser evitada. O uso de sapatos apropriados é também extremamente importante. Devem ser preferidos saltos de 3-4 cm em detrimento de sapatos de salto ou sapatos rasteiros.

 

Durante o sono, o sistema venoso não é estimulado, por isso, é aconselhável  a realização de movimentos de pedalar antes de adormecer, assim como a elevação dos pés (10 a 15 cm da cama).

 

Massagear as pernas de baixo para cima estimula o retorno venoso, portanto deve ser feito sempre que possível. Perder peso, participar de atividades físicas regulares e reduzir a quantidade de sódio na dieta podem ajudar a manter a pressão arterial baixa na veias das pernas.

 

Pessoas que tiverem tido trombose venosa profunda devem tomar anticoagulantes para prevenir a síndrome pós-flebite. As meias de compressão não previnem o desenvolvimento de insuficiência venosa crônica, mas são úteis para o tratamento.

 

Tratamento para insuficiência venosa crônica. Como funciona?

 

O tratamento envolve:

 

  • Elevação das pernas;
  • Faixas e meias de compressão: ao fazerem pressão nas pernas ajudam o sangue a voltar dos pés para o coração, funcionando assim como uma espécie de bomba que atua contra a força da gravidade e auxiliando no regresso do sangue. 

 

Antes de indicar o tratamento, o médico especialista em Cirurgia Vascular e Angiologia realizará a avaliação clínica e os exames complementares. Essas medidas são fundamentais para que o médico possa verificar o histórico familiar e de saúde do paciente, sua condição clínica, o tipo de veia e a sua localização. Assim, poderá indicar qual o tratamento será mais assertivo de acordo com a necessidade de cada pessoa. Entre as opções disponíveis atualmente estão:

 

  • Prevenção com uso de meias elásticas e atividades físicas orientadas. Hábitos saudáveis e avaliações periódicas com especialista para intervir, quando necessário.
  • Cirurgia de varizes, em casos de necessidade, melhorando o quadro de refluxo e consequentemente, melhorando a qualidade de vida.
  • Aplicação / Escleroterapia, quando necessário, de veias dilatadas
  • Profilaxia de trombose venosa profunda, em casos especiais, e acompanhamento de pacientes que já tiveram ou encontram-se com trombose em atividade.
  • Pressão pneumática intermitente;
  • Cuidado de ferimentos;

 

A elevação das pernas acima da altura do coração diminui a pressão nas veias e deve ser feita por 30 minutos ou mais, ao menos três vezes ao dia.

 

A compressão é eficaz e é usada em todas as pessoas para ajudar a reduzir o inchaço e o desconforto. Inicialmente, são usadas faixas elásticas. Assim que o edema diminuir e as úlceras começarem a melhorar, é possível passar ao uso de meias de compressão comerciais. Este tipo de meia está disponível em diferentes intensidades de pressão. As de maior pressão são mais eficazes para problemas graves, embora sejam mais desconfortáveis. 

 

Elas devem ser colocadas ao acordar, antes que o edema piore com a atividade, e precisam ser usadas por todo o dia. Muitas pessoas têm dificuldade de usar as meias com regularidade. Elas podem achar as meias pouco atraentes. 

 

Pessoas mais jovens ou mais ativas consideram as meias irritantes ou restritivas. Idosos podem ter dificuldade para vesti-las, mas seu uso regular é importante, inclusive o próprio Ministério da Saúde tem um relatório de recomendações baseados em estudos sobre a eficácia desse tipo de meia na prevenção da doença.

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A compressão pneumática intermitente (CPI) usa uma bomba que infla e desinfla meias plásticas pneumáticas repetidamente. A CPI comprime o sangue e o líquido para fora da parte inferior da perna, o que pode ser incômodo. A terapia por CPI é utilizada quando as meias de compressão não são eficazes ou quando a pessoa não consegue tolerá-las.

 

O cuidado de ferimentos é importante para curar úlceras das pernas. Existem diversos revestimentos que podem ser deixados abaixo das meias de compressão por vários dias ou até uma semana. A bota de Unna consiste em uma bandagem impregnada com pasta à base de óxido de zinco. Outros curativos possuem superfícies hidratantes que propiciam a cura da lesão e promovem o crescimento de novo tecido.

 

A cirurgia não chega a melhorar a insuficiência venosa crônica, embora o enxerto de pele seja o último recurso para úlceras que não foram curadas por outros métodos. No entanto, a pele enxertada apresentará novas úlceras, a menos que a pessoa afetada mantenha a perna elevada e siga de forma consistente as instruções de compressão

Medicamentos para insuficiência venosa

A ação dos flebotrópicos se dá na redução de sintomas por atuação na microcirculação capilar, atenuando os efeitos clínicos da IVC por interferir com a resposta inflamatória presente na gênese dos sintomas. Melhoram as queixas dos pacientes como dor, sensação de peso nas pernas, prurido, cãibras e cansaço. 

 

Segundo alguns autores de estudos clínicos randomizados, estas medicações poderiam ser utilizadas como adjuvantes após mudanças no estilo de vida, correção hemodinâmica e compressão. 

 

Estas evidências são derivadas de trabalhos experimentais que mostram que estas drogas aumentam a sensibilidade ao cálcio em veia femoral de ratos, que inibem a permeabilidade vascular induzida pela bradicinina em bochecha de hamsters, que diminuem a síntese de derivados de ácido araquidônico em ratos e que aumentam o fluxo venoso e fluxo linfático em coelhos, ovelhas e cães.

 

Estudos clínicos em humanos sugerem que as drogas flebotrópicas são eficazes na redução de sintomas de IVC. Há bons resultados com utilização destes medicamentos principalmente na diminuição do edema venoso, cansaço nas pernas, parestesias e sensação de peso nos membros. 

 

Um exemplo é o estudo multicêntrico RELIEF, desenhado de modo prospectivo e controlado com mais de 5.000 pacientes avaliados inicialmente, que concluiu que há melhora nos sintomas de dor e peso nas pernas além de redução do edema e das cãibras, com aumento da qualidade de vida.

 

Normalmente estes medicamentos, como o Venaflon, por exemplo, devem ser usados o mais precocemente possível, pois no estágio inicial da insuficiência venosa crônica conseguimos impedir a inflamação na parede das veias. A consequência principal deste problema é a perda da função valvular, levando a veia a se dilatar e ter dificuldade de fazer o sangue retornar ao coração, criando, assim, uma pressão elevada dentro da veia que piora esta dilatação progressivamente. 

 

Quando o sangue tem dificuldade de retornar para o coração há um acúmulo dentro das veias e líquidos fora delas, no espaço entre as células, e este líquido é drenado pelo sistema linfático.

 

É por isso que, os medicamentos para varizes, além de impedir a progressão e consequente piora das veias acometidas, ajudam o sistema linfático promovendo um funcionamento melhor do mesmo. Por isto, o uso desta medicação produz alívio das sensações de peso, cansaço, cãibras, melhora o inchaço e os demais sintomas associados às varizes. 

 

Qualquer pessoa que estiver se sentindo muito incomodada com suas pernas é porque a deterioração das veias pode estar começando e este é o melhor momento de iniciar o uso de medicamentos. Quando receitados por um médico angiologista, que conhece bem estes fármacos e está apto a escolher um mais adequado para cada caso, o efeito esperado é de melhora intensa dos sintomas.

 

Tais fármacos devem ser usados por um período mínimo de 30 dias, pois como agem na microcirculação demoram um pouco para fazer efeito. O efeito costuma durar por mais de 30 dias, após o término de sua utilização, podendo ser repetido por períodos intermitentes. Como são remédios, na maioria, derivados de plantas, são muito bem tolerados e apresentam raramente efeitos colaterais, sendo os mais comuns algumas intolerâncias digestivas.

 

É óbvio que estão longe de serem medicamentos mágicos, são remédios que exigem uma prescrição correta, mas que proporcionam um grande alívio e uma melhora significativa na qualidade de vida.

 

O que acontece se a insuficiência venosa não for tratada?

A insuficiência venosa crônica é o gatilho que desencadeia toda uma série de sintomas e distúrbios com consequências progressivamente mais sérias:

 

No primeiro sinal de insuficiência venosa, como pernas doloridas, cansadas, pesadas ou inchadas, “veias de aranha” e varizes, um especialista (flebólogo, angiologista, cirurgião vascular, dermatologista) deverá examinar as suas pernas. 

 

Como já mencionado anteriormente, com um exame de ultrassom (ultrassonografia por Doppler), ele pode determinar a condição do seu sistema venoso e detectar distúrbios e coágulos sanguíneos que possam ter-se formado.

 

Se a fraqueza do sistema venoso, comumente o sistema venoso superficial em um estágio inicial, não for tratada prontamente, ela poderá progredir para varizes e tromboses que também afetam o sistema venoso profundo, como trombose venosa profunda.

 

Se coágulos sanguíneos se deslocarem da trombose, isso pode levar a embolia pulmonar, com risco de morte. Úlceras venosas das pernas (ulcus cruris) são outra consequência da insuficiência venosa crônica. 

 

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Referências bibliográficas

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