Prisão de ventre – Causas, sintomas e tratamento

Tempo de leitura: 11 minutos
Índice do conteúdo
Índice do conteúdo
Avalie esse post

Hoje o Cliquefarma vai falar sobre a prisão de ventre. Você sabe o que é? Já passou por esse incômodo antes? Neste artigo abordamos o que causa a constipação intestinal, os sintomas e o tratamento. Leia tudo até o final para não perder nada!

O que é Prisão de ventre?

A prisão de ventre ou constipação intestinal acontece quando os movimentos do intestino tornam-se difíceis ou menos frequentes e você tem fezes muito ressecadas, que exigem um esforço muito grande na hora de evacuar, comumente associado a uma sensação de cólica e desconforto?

A constipação não é definida necessariamente pelo número de vezes que você vai ao banheiro, uma vez que a duração normal de tempo entre as evacuações varia muito de pessoa para pessoa.

Você pode ir ao banheiro a cada dois ou três dias, por exemplo, mas se a evacuação não é desconfortável, você não está com prisão de ventre.

Algumas pessoas podem inclusive ir ao banheiro todos os dias, mas sofrerem de constipação justamente pela dificuldade ao evacuar ou pela sensação de não ter evacuado o suficiente, aquele estufamento e desconforto abdominal bem característicos!

Quais as causas?

A prisão de ventre ocorre mais comumente quando os resíduos de fezes se movem muito lentamente através do trato digestivo, ficando duras e ressecadas. A constipação crônica tem muitas causas, observe as principais delas:

Bloqueios no cólon ou reto

Bloqueios no cólon ou reto podem retardar ou parar o movimento das fezes. As causas incluem:

  • Fissura anal
  • Obstrução intestinal
  • Câncer de cólon
  • Estreitamento do cólon (estenose do intestino)
  • Tumores na região abdominal que pressionam o cólon
  • Câncer retal
  • Retocele

Problemas neurológicos

Doenças que afetam os nervos do cólon e reto podem fazer com que esses órgãos não trabalhem de maneira eficiente para contrair e movimentar fezes através do intestino. As causas incluem:

  • Neuropatia autonômica
  • Esclerose múltipla
  • Doença de Parkinson
  • Lesão medular
  • AVC

Problemas musculares

Doenças que afetam os músculos pélvicos podem causar constipação crônica. Esses problemas incluem:

  • Incapacidade para relaxar os músculos pélvicos e permitir a evacuação
  • Músculos pélvicos não coordenam o relaxamento e contração corretamente
  • Músculos pélvicos enfraquecidos

Condições hormonais

Doenças e condições que perturbam o equilíbrio dos hormônios podem levar à constipação, incluindo:

  • Diabetes
  • Hiperparatireoidismo
  • Gravidez
  • Hipotiroidismo.

Outras condições

Hábitos e estilo de vida também podem dificultar os movimentos intestinais, causando a prisão de ventre. Veja:

  • Ingestão de água inadequada
  • Ingestão de fibra inadequada
  • Interrupção da dieta regular ou de rotina
  • Viajar
  • Sedentarismo
  • Comer grandes quantidades de produtos lácteos
  • Estresse
  • Resistir ao impulso de defecar, o que às vezes é o resultado da dor de hemorroidas
  • Uso excessivo de laxantes que, ao longo do tempo, enfraquecer os músculos do intestino
  • Medicamentos antiácidos que contêm cálcio ou alumínio
  • Medicamentos sedativos e narcóticos
  • Medicamentos para baixar a pressão arterial
  • Depressão
  • Transtornos alimentares
  • Síndrome do intestino irritável.

Existem fatores de risco que predispõem a prisão de ventre?

Fatores que podem aumentar o risco de constipação crônica incluem:

  • Estar na meia idade
  • Ser uma mulher
  • Baixa ingestão de água
  • Dieta pobre em fibras
  • Sedentarismo

Sintomas de Prisão de ventre

Você é considerado constipado se tiver dois ou mais dos seguintes sintomas por pelo menos três meses:

  • Esforço durante a evacuação
  • Fezes duras mais do que o normal
  • Evacuação incompleta
  • Duas ou menos evacuações por semana

Outros sintomas podem incluir:

  • Inchaço ou dor abdominal
  • Vômitos

Diagnóstico e Exames

Marque uma consulta médica se você experimentar mudanças inexplicáveis e persistentes nos seus hábitos intestinais. Especialistas que podem diagnosticar prisão de ventre são:

  • Clínico geral
  • Nutricionista
  • Nutrólogo
  • Gastroenterologista
  • Proctologista

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico de prisão de ventre e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações, tais como:

  • Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
  • Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
  • Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, das quais:

  • Quando os sintomas começaram?
  • Os sintomas são contínuos ou ocasionais?
  • Quão grave são os sintomas?
  • O que, se alguma coisa, parece melhorar os sintomas?
  • O que, se alguma coisa, parece piorar os sintomas?
  • Os sintomas incluem dor abdominal?
  • Os sintomas incluem vômitos?
  • Você recentemente perdeu peso sem esforço?
  • Quantas refeições você faz por dia?
  • Quanta água e fluidos outros que você bebe por dia?
  • Você vê sangue misturado nas fezes, na água do vaso sanitário ou no papel higiênico?
  • Você tem algum histórico familiar de problemas digestivos ou câncer de cólon?
  • Você tem quaisquer outras condições médicas?
  • Você já começou a tomar novos medicamentos ou recentemente mudou a dosagem de seus medicamentos atuais?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso as dúvidas ocorram no momento da consulta.

Como se dá o diagnóstico de Prisão de ventre?

A maioria das pessoas não precisa de exames para diagnosticar constipação intestinal. Apenas um pequeno número de pacientes com prisão de ventre tem um problema médico mais sério. Se você tem prisão de ventre, você deve consultar um médico para que ele possa determinar a origem do problema e tratá-lo. Se a constipação é causada por câncer de cólon, a detecção e tratamento precoce é muito importante.

Os testes e procedimentos utilizados para diagnosticar constipação crônica incluem:

  • Sigmoidoscopia
  • Colonoscopia
  • Avaliação da função músculo do esfíncter anal (manometria anorretal)
  • Avaliação dos movimentos intestinais (estudo de trânsito no cólon)
  • Raio-X do reto durante a defecação (proctografia)
  • Exames de sangue para verificar possíveis alterações hormonais

Como funciona o tratamento e os cuidados?

A maioria das pessoas com prisão de ventre precisará apenas fazer mudanças em sua alimentação e estilo de vida para tratar a doença. No entanto, em alguns casos, podem ser necessários tratamentos mais específicos, tais como:

Reguladores intestinais

A indicação do uso de reguladores intestinais ou laxantes é feita para episódios isolados, quando o paciente está há cerca de sete dias constipado, mas sempre vai necessitar de prescrição médica. Muitas vezes, o quadro clínico pode ser mais grave do que o previsto e o uso de laxantes por conta própria pode mascarar esses problemas.

Em alguns casos, o paciente pode precisar fazer procedimentos como uma lavagem intestinal, que até pode ser precedida do uso de laxantes. Há também casos em que o paciente está com uma constipação intensa, e o médico irá receitar o laxante como medida paliativa para aliviar o intestino do constipado. Isto porque o medicamento é recomendado quando a prisão de ventre já está instalada, mas não faz parte do tratamento para educar o intestino.

Os laxantes são divididos entre naturais e sintéticos. Os primeiros agem regulando o funcionamento intestinal e no geral são feitos de fibras, como um suplemento alimentar. Devem ser tomados apenas com indicação médica e se as mudanças na alimentação não funcionarem.

Os laxantes sintéticos, por sua vez, são divididos em duas categorias: osmóticos e apáticos.

Laxantes osmóticos

Os osmóticos atuam puxando a água presente nas paredes do intestino para o meio do órgão, diluindo a massa fecal e eliminando-a.

Laxantes apáticos

Os laxantes apáticos agem causando uma irritação na parede do intestino, forçando a evacuação. É como se o intestino identificasse um corpo estranho e precisasse expeli-lo do corpo, o fazendo por meio das fezes.

Riscos do uso excessivo de laxante para prisão de ventre

O uso excessivo pode causar uma inflamação intestinal, além de serem necessárias doses maiores para que o laxante funcione. O laxante em excesso pode levar à diminuição de absorção de vitaminas, distúrbios hidroeletrolíticos e diminuição da absorção de água pelo corpo.

Biofeedback

O biofeedback utiliza dispositivos para ajudá-lo a aprender a relaxar e apertar os músculos da pélvis. Relaxar os músculos do assoalho pélvico na hora certa durante a defecação pode ajudar a passar fezes mais facilmente.

Durante uma sessão de biofeedback, um tubo especial (cateter) é inserido em seu reto. O terapeuta orienta-o através de exercícios para relaxar e apertar os músculos pélvicos, alternadamente. A máquina vai medir sua tensão muscular usando sons ou luzes para ajudar você a entender quando você relaxou seus músculos.

Cirurgia

A cirurgia pode ser uma opção se você já tentou outros tratamentos e sua constipação crônica é causada por retocele, fissura anal, estenose ou câncer. Para as pessoas que já tentaram outros tratamentos sem sucesso e que têm o movimento intestinal anormalmente, tem a cirurgia como opção. A cirurgia para remover o cólon é raramente necessária.

Quais medicamentos usados para Prisão de ventre?

A prisão de ventre pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico.

Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Os medicamentos mais comuns no tratamento de prisão de ventre são:

  • Brometo de Pinavério 100 mg
  • Brometo de Pinavério 50 mg
  • BuscoDuo
  • Digestil (gotas)
  • Digesan
  • Dulcolax
  • Fleet Enema
  • Lactulona
  • Muvinlax

Sempre lembrando aos leitores de seguir à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedicar. Também não interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, seguir as instruções na bula.

Existe remédio caseiro para prisão de ventre?

Por mais que existam diversas receitas caseiras na internet, é aconselhável que você consulte um especialista antes de tomar chás ou outras substâncias para prisão de ventre em casa.

O que podemos esperar do prognóstico?

  • Tenha uma dieta equilibrada, com muita fibra
  • Beba de um litro e meio a 2 litros de água e outros líquidos por dia
  • Pratique exercícios regularmente
  • Vá ao banheiro sempre que tiver vontade

Possíveis complicações

As complicações da constipação crônica incluem:

  • Hemorroidas
  • Fissura anal
  • Acúmulo de fezes endurecidas que fica presa em seu intestino
  • Prolapso retal

Como posso prevenir a prisão de ventre?

1. Coma mais fibras

São elas as responsáveis pela formação do bolo fecal, além de facilitar o trânsito dos alimentos no intestino. Portanto, são fundamentais para a manutenção da flora intestinal.

As fibras podem ser divididas entre solúveis e insolúveis. As primeiras estão presentes em polpa de frutas e farelo de cereais e auxiliam no funcionamento do nosso metabolismo. As insolúveis – encontradas em verduras e alimentos integrais – são as que ajudam efetivamente no funcionamento intestinal, combatendo a prisão de ventre. Deve-se ingerir de 25 a 35 gramas distribuídas ao longo do dia.

O bagaço de frutas possui uma alta concentração de fibras, o que melhora o funcionamento intestinal, auxilia no controle dos níveis sanguíneos de glicose e colesterol e fornece maior sensação de saciedade.

2. Beba muita água

É muito importante beber bastante água todos os dias, pois ela se mistura às fibras e fazem as fezes ficarem mais volumosas e pastosas, impedindo o ressecamento. Com isso, o efeito das fibras sobre o movimento intestinal se torna mais eficaz.

A necessidade diária de água varia para cada pessoa e é influenciada por diversos fatores, como a atividade física. De maneira geral, para pessoas saudáveis, é recomendável a ingestão de dois litros de água por dia.

Pelo fato de a ingestão de água potencializar os efeitos das fibras, de nada adianta tomar litros de água por dia e não ingerir a quantidade adequada de fibras. O inverso também é válido.

3. Pratique exercícios

Durante o exercício físico, o intestino tem o seu funcionamento estimulado, devido aos movimentos que o corpo faz. A prática de exercícios é essencial para a saúde, podendo contribuir de maneira até mesmo indireta para a cura da prisão de ventre.

4. Mastigue bem os alimentos

Mastigar bem não só ajuda o organismo a digeri-los melhor, como também evita o mal estar intestinal.

A digestão de alguns alimentos já se inicia na boca, através da enzima amilase, e a mastigação faz parte desse processo. Mastigar bem facilita o início do processo de digestão e, consequentemente, de todo o restante, incluindo o intestino.

5. Fuja do estresse

Tanto o estresse quanto a ansiedade podem ocasionar sintomas gastrointestinais, seja ele uma prisão de ventre ou uma diarreia. Para aqueles que já sofreram do problema, o estresse pode fazer com que os sintomas retornem.

Os especialistas recomendam a adoção de hobbies ou técnicas de relaxamento para a redução do estresse e da ansiedade.

6. Vá ao banheiro

Pessoas que não têm o hábito de ir regularmente ao banheiro podem apresentar maior irritabilidade, alterações no humor e agravamento dos sintomas de prisão de ventre.

A recomendação é ir ao banheiro de uma a duas vezes por dia. É importante reservar horários específicos do dia para a prática, pois assim o corpo se habitua e tem menos chances de desenvolver constipação intestinal.

7. Tome iogurte probiótico

O intestino tem a presença de bactérias boas e ruins. Quando as boas estão em grande quantidade, evitam os danos causados pelas ruins, que são os casos de diarreia, aumento do risco de câncer de cólon, dor abdominal, gases e outros.

Os iogurtes probióticos possuem uma série dessas bactérias boas. Para ter um intestino saudável, devemos incluir os probióticos na nossa alimentação, pois eles vão equilibrar a flora intestinal.

Eles devem estar presentes na alimentação juntamente com as fibras, pois um potencializará a ação do outro. O consumo deve ser diário porque, uma vez que interrompido, perde-se o efeito desejado.

Alguns iogurtes intitulados probióticos não possuem as bactérias necessárias para melhorar o funcionamento do intestino. Por isso, procure um médico antes de iniciar qualquer tratamento do tipo, pois ele indicará o iogurte mais adequado.

8. Evite alimentos ricos em açúcar, sódio e gorduras trans

Pessoas que sofrem com a prisão de ventre devem evitar alimentos ricos em gordura saturada, gordura trans, açúcar e sódio.

Em relação às bebidas, é importante prestar atenção ao consumo daquelas com quantidades excessivas de açúcar, como refrigerantes e xaropes; cafeína, como chás e café; e sódio, como refrigerantes diet e isotônicos.

A ingestão desses alimentos pode prejudicar o pleno funcionamento do intestino, contribuindo para o aparecimento da prisão de ventre. Por isso, devemos sempre realizar a leitura de rótulos na hora da compra, a fim de escolher produtos mais saudáveis.

Conseguiu entender bem a respeito do assunto? Caso tenha ficado com alguma dúvida sobre prisão de ventre ou queira até mesmo compartilhar alguma dica interessante que tenha dado certo com você, deixe seu comentário no box abaixo. Sua opinião é importante para nós e será um grande prazer interagir com você!

Referências bibliográficas

Compartilhe nas redes sociais

Últimas publicações
Em destaque

Quem escreveu este post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *