As desorientações que afetam o sistema digestivo (problemas gastrointestinais) são chamados distúrbios digestivos. Alguns deles afetam simultaneamente várias partes do sistema digestivo, enquanto outros afetam apenas uma parte ou órgão.
Alguns sintomas geralmente sugerem a presença de um distúrbio digestivo, como:
- Diarreia
- Constipação
- Hemorragia do trato digestivo
- Regurgitação
- Dificuldade em engolir
Falando um pouco sobre cada sinal
Diarreia
Diarreia é definida como mais de duas evacuações diárias ou mais do que é o habitual para aquela pessoa. Pode ocorrer ainda a perda da consistência das fezes com ou sem a presença de muco ou sangue. Na maioria dos casos, a diarreia dura alguns dias, porém quando ela dura semanas, pode indicar uma doença grave, como uma infecção persistente, um câncer ou uma doença inflamatória intestinal.
Causas
A causa mais comum da diarreia é a infecção por vírus, bactérias ou outros parasitas que entram no organismo, causando gastroenterite – inflamação aguda que compromete os órgãos do sistema gastrointestinal.
Diarreia também pode ser causada por intoxicação alimentar e por alguns medicamentos, como antibióticos, laxantes que contenham magnésio e quimioterapia. Algumas doenças também podem levar à diarreia, como a doença de Crohn, colites ulcerosas, doença celíaca, síndrome do intestino irritável, intolerância à lactose, entre outras.
Sintomas de problemas gastrointestinais: diarreia
A diarreia costuma ser por si só um sintoma de outros quadros e apresenta consigo outros sinais, que podem variar de intensidade. O principal sintoma do quadro é a presença de fezes líquidas nas várias evacuações.
A pessoa também pode manifestar dores como cólicas na região abdominal e uma vontade constante de ir ao banheiro. Os principais sinais que acompanham as fezes líquidas e caracterizam a diarreia são:
- Fezes líquidas
- Cólicas abdominais
- Dor abdominal
- Febre
- Sangue nas fezes
- Inchaço
- Náusea
Caso esses sintomas piorem ou durem mais do que 4 dias, talvez seja necessário procurar ajuda médica, lembre-se de estar preparado na consulta com as seguintes informações, isso vai poupar tempo e facilitar o diagnóstico:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que você tenha e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
Provavelmente, serão pedidos alguns exames para determinar o que está causando a sua diarreia. Eles incluem:
- Exame de sangue
- Exames de fezes como elementos anormais nas fezes, ph-fecal e leucócitos fecais
- Exames de fezes como coprocultura com parasitológico de fezes
- Colonoscopia
Diarreia é transmissível?
A diarreia pode sim ser transmissível, principalmente em casos de gastroenterites infecciosas causadas por bactérias e vírus invasivos. Para evitar é essencial ter cuidado com a higiene ao início do tratamento.
Lembre-se de dedicar uma atenção especial para crianças com diarreias pelo risco de desidratação grave e diarreia com sangue e muco. Cerca de 525.000 crianças morrem anualmente por diarreia, sendo a segunda maior causa de morte em menores de 5 anos no mundo. Nestes casos a consulta ao pediatra deve ser realizada em caráter de urgência.
Na consulta com o médico, provavelmente, serão pedidos alguns exames para determinar o que está causando a sua diarreia. Eles incluem:
- Exame de sangue
- Exames de fezes como elementos anormais nas fezes, ph-fecal e leucócitos fecais
- Exames de fezes como coprocultura com parasitológico de fezes
- Colonoscopia
Tratamento para a diarreia
O tratamento é geralmente feito em casa, por meio da ingestão de líquidos, a fim de evitar desidratação. O médico também poderá receitar alguns medicamentos. Esses remédios geralmente não precisam de prescrição, mas você só deve usá-los por orientação médica.
Para o tratamento você pode tomar algumas atitudes, como:
- Iniciar a ingestão do soro caseiro o mais breve possível
- Aumento da ingestão de líquidos como soros, sopas, sucos
- Ingerir soro de reidratação após cada evacuação diarreica
- Manter a alimentação habitual, principalmente o leite materno (no caso de bebês e crianças pequenas), corrigindo erros alimentares e seguindo as orientações médicas.
- Observar os sinais de desidratação.
Soro caseiro fácil: Misture em um litro de água mineral, de água filtrada ou de água fervida (mas já fria) uma colher pequena (tipo cafezinho), de sal e uma colher grande (tipo sopa), de açúcar. Misture bem e ofereça o dia inteiro ao doente em pequenas quantidades.
Dieta durante a diarreia
Quando se tem diarreia é importante ingerir alimentos leves, de fácil digestão e que não agridam ainda mais o sistema gastrointestinal, uma vez que ele está passando por um momento de inflamação. O contato com alimentos de difícil digestão pode gerar uma maior dificuldade na recuperação da diarreia nesse caso. Prefira ingerir alimentos cozidos, em pequenas quantidades, várias vezes ao dia. Dê preferência a estes alimentos, que favorecem a prisão do intestino:
- Arroz cozido
- Torradas
- Batata inglesa cozida
- Biscoitos do tipo cream cracker
- Maçã
- Banana
- Sopas
Evite a ingestão destes alimentos durante os episódios:
- Alimentos gordurosos e condimentados: eles podem irritar o intestino e dificultar o tratamento.
- Vegetais não cozidos e frutas com casca: esses itens contém muitas fibras e podem estimular o trânsito intestinal e a defecação, aumentando a chances de você perder água e nutrientes
- Frutos do mar e carnes mal passadas: esses alimentos podem conter bactérias causadoras de infecções gastrointestinais, o que pode agravar o quadro.
- Pimentas, são alimentos naturalmente irritantes para o sistema.
- Leite e seus derivados.
- Alimentos ricos em açúcares, frutose ou adoçantes.
- Alimentos processados.
- Alimentos cítricos.
- Bebidas alcoólicas e cafeinadas, como café, alguns chás e refrigerantes.
Durante todo o período em que estiver com diarreia, é importante saber conviver com ela e também, saber tratá-la. Por isso é tão importante seguir à risca as orientações médicas para livrar-se desse problema o quanto antes. Tome algumas medidas caseiras para acelerar o tratamento e a recuperação:
- Beba de 8 a 10 copos de líquidos leves todos os dias.
- Beba pelo menos um copo de líquido toda vez que você tiver uma evacuação sem controle.
- Faça refeições pequenas ao longo do dia, em vez de três refeições grandes.
- Coma alimentos salgados, como bolachas, sopas e bebidas energéticas.
- Coma alimentos ricos em potássio, como banana, batata sem pele e suco de fruta diluído. Esses alimentos e outros alimentos, como maçãs, são conhecidos como os que “seguram o intestino”.
- Descanse bastante.
Se você apresenta uma forma crônica de diarreia, como aquela causada pela síndrome do intestino irritável, tente enriquecer a dieta com grãos e farelos integrais para dar consistência às fezes e regular os intestinos. Se você está amamentando seu bebê, continue a fazê-lo mesmo com a diarreia.
Se perceber dor abdominal intensa ou persistente, sangue ou muco nas fezes e febre, procure um médico imediatamente, pois esses são sinais de alerta para um quadro mais complicado.
O Ministério da Saúde tem uma página em seu site fornecendo informações pertinentes sobre doenças diarreicas e suas considerações gerais.
Constipação (Prisão de ventre)
A prisão de ventre é um problema gastrointestinal caracterizado pela dificuldade persistente para evacuar. As causas mais comuns são dieta pobre em fibras, pouca ingestão de líquidos, sedentarismo e consumo excessivo de proteína animal.
Prisão de ventre e intestino preso são os nomes populares pelos quais é conhecida a constipação (ou obstipação) intestinal, um distúrbio gastrointestinal comum caracterizado pela dificuldade persistente para evacuar. Lembrando que precisamos considerar que não há um padrão rígido que classifique a frequência ideal do funcionamento do intestino de cada pessoa. Isso pode variar de 3 a até 12 vezes por semana.
Só é considerado um quadro típico de constipação, quando ocorrem duas ou menos evacuações por semana e/ou o esforço para evacuar é grande demais e pouco produtivo.
É comum vermos queixas de algumas pessoas de que o intestino não funciona regularmente em ambientes estranhos, ou quando quebram a rotina, como ocorre durante as viagens, por exemplo. Essa alteração, porém, costuma desaparecer tão logo a pessoa retome suas atividades habituais.
A constipação é um dos transtornos gastrointestinais mais comuns nas mulheres, especialmente durante a gravidez, nas crianças e nos idosos.
Principais causas
A constipação instestinal ocorre mais comumente quando os resíduos de fezes se movem muito lentamente através do trato digestivo, ficando duras e ressecadas.
Claro que tem a constipação crônica também, que pode ser causada por bloqueios no cólon ou no reto, o que pode retardar a passagem das fezes. Alguns exemplos:
- Fissura anal
- Obstrução intestinal
- Câncer de cólon
- Estreitamento do cólon (estenose do intestino)
- Tumores na região abdominal que pressionam o cólon
- Câncer retal
- Retocele (herniação da parede anterior do reto em direção a parede posterior da vagina)
Alguns problemas neurológicos também podem afetar os nervos do cólon e reto, fazendo com que esses órgãos não trabalhem de maneira eficiente para contrair e movimentar as fezes através do intestino. Entre elas, podemos destacar:
- Neuropatia autonômica
- Esclerose múltipla
- Doença de Parkinson
- Lesão medular
- AVC
Também podemos citar problemas musculares, afinal, algumas doenças que afetam os músculos pélvicos podem causar constipação crônica, um dos problemas gastrointestinais mais comuns. Esses incluem:
- Incapacidade para relaxar os músculos pélvicos e permitir a evacuação
- Músculos pélvicos não coordenam o relaxamento e contração corretamente
- Músculos pélvicos enfraquecidos
Existem ainda, as doenças e condições que perturbam o equilíbrio dos hormônios, podendo levar à constipação, veja só:
- Diabetes
- Hiperparatireoidismo
- Gravidez
- Hipotiroidismo.
Outras causas dos problemas gastrointestinais: constipação
Alguns hábitos e até mesmo o estilo de vida também podem dificultar os movimentos intestinais, causando a prisão de ventre. Confira só:
- Pouca ingestão de água
- Pouca ingestão de fibra
- Interrupção da dieta regular ou de rotina
- Viajar
- Sedentarismo
- Comer grandes quantidades de produtos lácteos
- Estresse
- Resistir ao impulso de defecar, o que às vezes é o resultado da dor de hemorroidas
- Uso excessivo de laxantes que, ao longo do tempo, enfraquecem os músculos do intestino
- Medicamentos antiácidos que contêm cálcio ou alumínio
- Medicamentos sedativos e narcóticos
- Medicamentos para baixar a pressão arterial
- Depressão
- Transtornos alimentares
- Síndrome do intestino irritável.
Fatores de risco para a prisão de ventre
Confira agora, alguns fatores que podem aumentar o risco de constipação crônica:
- Estar na meia idade
- Ser mulher
- Baixa ingestão de água
- Dieta pobre em fibras
- Sedentarismo
E quais os principais sintomas da prisão de ventre?
Você pode se considerar constipado se tiver dois ou mais dos seguintes sintomas por pelo menos três meses:
- Esforço durante a evacuação
- Fezes duras mais do que o normal
- Evacuação incompleta
- Duas ou menos evacuações por semana
Outros sintomas de menor frequência, podem ser:
- Inchaço ou dor abdominal
- Vômitos
Tratando a constipação intestinal
A grande maioria das pessoas que estejam com prisão de ventre precisará apenas fazer algumas mudanças em sua alimentação e estilo de vida para tratar a doença. No entanto, em alguns casos mais sérios, podem ser necessários tratamentos mais específicos:
Uso de Laxantes
Essa indicação deve ser feita somente pelo médico depois de avaliar toda a situação, afinal, se a situação for mais grave, o uso indevido de laxantes podem mascarar o problema.
Há também casos em que o paciente está com uma constipação intensa, e o médico irá receitar o laxante como medida paliativa para aliviar o intestino do constipado. Isto porque o medicamento é recomendado quando a prisão de ventre já está instalada, mas não faz parte do tratamento para educar o intestino.
Existem os laxantes naturais e sintéticos. Os primeiros agem regulando o funcionamento intestinal e no geral são feitos de fibras, como um suplemento alimentar. Devem ser tomados apenas com indicação médica e se as mudanças na alimentação não derem resultado. Já laxantes sintéticos, por sua vez, são divididos em duas categorias: osmóticos e apáticos.
Os primeiros atuam puxando a água presente nas paredes do intestino para o meio do órgão, diluindo a massa fecal e eliminando-a. Já os laxantes apáticos agem causando uma irritação na parede do intestino, forçando a evacuação. É como se o intestino identificasse um corpo estranho e precisasse expeli-lo do corpo, o fazendo por meio das fezes.
Biofeedback
Ele utiliza dispositivos para ajudá-lo a aprender a relaxar e apertar os músculos da pélvis. Relaxar os músculos do assoalho pélvico na hora certa durante a defecação pode ajudar a passar as fezes mais facilmente.
Durante uma sessão de biofeedback, um tubo especial (cateter) é inserido em seu reto. O terapeuta orienta-o através de exercícios para relaxar e apertar os músculos pélvicos, alternadamente. A máquina vai medir sua tensão muscular usar sons ou luzes para ajudar você a entender quando você relaxou seus músculos.
Cirurgia
A cirurgia pode ser a última opção se você já tentou outros tratamentos e sua constipação crônica é causada por retocele, fissura anal, estenose ou câncer. Para as pessoas que já tentaram outros tratamentos sem sucesso e que têm o movimento intestinal anormal, existe a cirurgia como opção. A cirurgia para a remoção o cólon é raramente necessária.
Tomando medicamentos na prisão de ventre
Apenas o especialista avaliando sua situação vai poder prescrever um medicamento para a sua constipação intestinal se ele achar necessário. Ele avaliará qual deles se encaixa melhor na sua situação e receitará a dosagem correta.
É importante seguir sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedicar. Também não deve-se interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, seguir todas as instruções na bula.
Como posso prevenir uma constipação intestinal?
Comendo mais fibras
Elas são as responsáveis pela formação do bolo fecal, por isso, são fundamentais para a manutenção da flora intestinal. Deve-se ingerir de 25 a 35 gramas de fibras solúveis e insolúveis distribuídas ao longo do dia.
Bebendo muita água
É muito importante beber no mínimo 2 litros de água todos os dias, pois ela se mistura às fibras e fazem as fezes ficarem mais volumosas e pastosas, impedindo seu ressecamento. Com isso, o efeito das fibras sobre o movimento intestinal se torna mais eficaz.
Pelo fato de a ingestão de água potencializar os efeitos das fibras, de nada adianta tomar litros de água por dia e não ingerir a quantidade adequada de fibras. O inverso também é verdade, portanto alie o consumo de fibras com uma boa ingestão de água.
Praticando exercícios
Durante o exercício físico, o intestino tem o seu funcionamento estimulado, devido aos movimentos que o corpo faz.
Mastigando bem os alimentos
Pelo fato da digestão de alguns alimentos já se iniciar na boca, é recomendado que você mastigue muito bem, através da enzima amilase, a mastigação bem feita vai facilitar o início do processo de digestão e, consequentemente, de todo o restante, incluindo o intestino.
Evitando o estresse!
Tanto o estresse quanto a ansiedade podem ocasionar problemas gastrointestinais, seja ele uma prisão de ventre ou uma diarreia. Para aqueles que já sofreram do problema, o estresse pode fazer com que os sintomas retornem. Os especialistas recomendam a adoção de hobbies ou técnicas de relaxamento e ainda psicoterapia para a redução do estresse e da ansiedade.
Não evitando o banheiro!
Recomendamos que você evite mau humor e irritação, frequentando regularmente o banheiro de uma a duas vezes por dia. É importante reservar horários específicos do dia para a prática, pois assim o corpo se habitua e tem menos chances de desenvolver constipação intestinal.
Evite consumir:
- alimentos ricos em gordura saturada, gordura trans, açúcar e sódio.
- bebidas com quantidades excessivas de açúcar, como refrigerantes e xaropes; cafeína, como chás e café; e sódio, como refrigerantes diet e isotônicos.
Sempre realize a leitura de rótulos na hora da compra, a fim de escolher produtos mais saudáveis.
Hemorragia do trato digestivo
Ou simplesmente sangramento digestivo, se caracteriza pela perda de sangue que pode ocorrer em qualquer órgão do trato digestivo. Não consiste em uma doença, mas um sintoma de alguma doença.
Tipos de hemorragia digestiva
Ela pode ser classificada em alta, quando atinge a parte superior do trato gastrointestinal (esôfago, estômago e duodeno); e baixa, quando atinge a parte inferior do trato gastrointestinal (intestino delgado, intestino grosso e ânus).
Causas principais
As causas para o sangramento digestivo são diversas. Há casos em que o sangramento é ocasionado por doenças graves, como câncer; e há casos em que o sangramento é passageiro e benigno. Podemos enumerar algumas delas:
- Hemorroidas;
- Fissura anal;
- Infecção no intestino;
- Úlcera gástrica ou duodenal;
- Diverticulite;
- Câncer do intestino;
- Inflamação intestinal;
- Angiodisplasia;
- Pólipos intestinais;
- Úlceras no reto;
- Proctites;
- Endometriose intestinal.
Vômito com sangue vivo ou com aparência de borra de café, sangue escuro misturado nas fezes e sangue vivo revestindo ou misturado nas fezes são sinais de hemorragia digestiva alta.
Vale ressaltar que, para qualquer tipo de hemorragia digestiva, o profissional especializado deverá ser procurado para que se faça um diagnóstico cuidadoso a fim de descobrir os reais motivos do sangramento. O diagnóstico do sangramento é feito conforme o tipo da hemorragia (alta ou baixa), a partir de exames, como a endoscopia digestiva alta e a colonoscopia. O tratamento é prescrito conforme a causa do sangramento.
Regurgitação
A regurgitação e o vômito são sintomas diferentes. A regurgitação é a passagem de conteúdo do estômago para a boca de forma involuntária, sem esforço e sem ejeção (eliminação forçada ou “violenta”) do conteúdo alimentar. Já o vômito é uma resposta voluntária e coordenada da pessoa que causa a expulsão forçada do alimento. Na prática, na regurgitação o conteúdo alimentar apenas “volta” e sai pela boca da criança sem que ela perceba.
A doença do refluxo gastroesofágico ocorre quando as regurgitações geram manifestações clínicas, complicações e impacto à vida da criança. Quando existem sinais de alerta presentes, o quadro apresentado pela criança pode corresponder à doença do refluxo gastroesofágico ou mesmo a outras doenças que apresentem regurgitações como sintoma.
Dificuldade de engolir
A disfagia (dificuldade para engolir) não está necessariamente associada à dor para engolir, mas sim a uma sensação subjetiva de dificuldade de fazer o alimento percorrer o caminho entre a boca e o estômago. A dor para deglutir é chamada de odinofagia e está habitualmente relacionada a quadros de inflamação da garganta. Odinofagia e disfagia são sintomas diferentes, que costumam ocorrer em doenças variadas, daí a importância de saber distingui-las.
Geralmente, a dificuldade para engolir é um sintoma que deve ser levado muito a sério, pois ela pode ser um sinal de doenças graves, como tumores do esôfago ou problemas neurológicos.
Como a disfagia é um sintoma, e não uma doença, o seu tratamento depende, obviamente, da sua causa. Doenças completamente distintas, como tumores, AVC e refluxo gastroesofágico podem até apresentar sintomas semelhantes, mas o seu tratamento é completamente diferente. Portanto, é muito importante que o profissional tenha um diagnóstico estabelecido, para que seja possível indicar um tratamento adequado para a disfagia do paciente.
Outros sintomas mais generalizados como, por exemplo, dor abdominal, eliminar gases (flatulência), perda do apetite, soluços e náuseas, podem vir a sugerir a presença de um problema gastrointestinal ou outro tipo de distúrbio. Dor torácica ou nas costas normalmente sugere outro tipo de distúrbio, mas, às vezes, pode ser causada por um problema digestivo.
Gastrite: Um problema gastrointestinal comum
A gastrite é a inflamação, infecção ou erosão do revestimento do estômago. Ela pode durar por pouco tempo, na chamada gastrite aguda, ou pode durar meses e até mesmo anos (gastrite crônica).
Existem algumas causas e fatores de risco associadas à gastrite, mas a mais provável é a fraqueza da barreira mucosa que protege a parede estomacal, permitindo que os sucos digestivos produzidos pelo estômago causem danos ao tecido que reveste o órgão.
Esse enfraquecimento pode ser causado pela bactéria Helicobacter pylori, que vive justamente no revestimento do estômago e que, se não for tratada, pode levar ao surgimento de úlceras e até mesmo ao câncer de estômago. Outras bactérias e vírus também podem causar infecções que levam à gastrite. Especialistas apontam também o refluxo da bile para dentro do estômago como uma causa para a gastrite.
Sintomas da gastrite
Às vezes, ela pode passar despercebida, mas também pode manifestar alguns sinais. Conheça os principais sintomas:
- Indigestão
- Queimação e azia
- Náuseas
- Vômitos
- Perda de apetite
- Dores abdominais.
Em caso de sangramento da parede do estômago:
- Fezes escuras (semelhante à borra de café)
- Vômito de sangue.
Tratamento
O tratamento depende muito da causa específica.
É possível usar medicamentos (sempre prescrito por um médico) que diminuam a quantidade de ácido no estômago, como:
- Antiácidos.
- Antagonistas H2.
- Inibidores da bomba de prótons (IBP), como omeprazol, esomeprazol, lansoprazol, rabeprazol e pantoprazol.
- Antibióticos.
Os antibióticos também podem ser usados em conjunto a esses para tratar a gastrite crônica causada pela infecção pela bactéria Helicobacter pylori.
O que evitar se você sofre com algum dos problemas gastrointestinais
Lembrando que falamos especificamente apenas dos problemas gastrointestinais mais comuns até agora, precisamos considerar que por apresentarem sintomas como queimação, azia, cólicas e gases, as doenças gastrointestinais muitas vezes são interpretadas como “um mal-estar passageiro”.
Também por elas serem razoavelmente comuns, vemos a contribuição para essa tranquilidade excessiva em relação aos cuidados que deveriam ser tomados para evitar que elas se manifestem e que seus sinais se agravem.
Normalmente, é o médico clínico geral que pode fazer o diagnóstico inicial de uma doença gastrointestinal. Quem preferir ir direto a um especialista da área, por perceber que os sintomas são evidentemente de algo relacionado a este trato, deve procurar um gastroenterologista. Em qualquer um dos casos será necessário avaliar o quadro geral do paciente, entender seu histórico, fazer exames físicos e pedir e analisar testes clínicos.
As doenças gastrointestinais pedem cuidado e acompanhamento constantes, para isso, é preciso evitar determinados hábitos e estilo de vida que atrapalham sua melhora ou agravam seus sintomas. Mas não se preocupe, nenhuma delas é muito difícil de colocar em prática.
Hábitos a serem evitados
Ficar muito tempo sem comer
Nossos sucos gástricos são produzidos normalmente pelo estômago, mesmo quando não nos alimentamos. Se ficamos com o estômago vazio durante muito tempo, ele se acumula e pode refluir, causando irritação no final do esôfago e azia. Alimentar-se com regularidade mantém o sistema digestivo em funcionamento, sem sobrecarga da produção do suco ou ácido gástrico.
Usar roupas muito apertadas na cintura
A pressão de calças, saias e outras peças de roupas apertados demais na cintura, assim como cintos fechados em uma ou mais posições além do necessário, aperta o estômago e pode acabar obrigando a comida a voltar para o esôfago junto com os ácidos gástricos, o que causa azia e refluxo.
Comer demais em uma única refeição
Mesmo que a comida esteja muito gostosa, quem sofre de algum problema gastrointestinal, deve evitar montar pratos imensos e consumir tudo de uma só vez, isso porque o processo digestivo fica muito mais longo e acaba causando uma sensação de moleza e até mal estar. Faça várias refeições menores ao longo do dia ao invés de exagerar em uma só.
Beber pouca água
O simples uso de certos medicamentos é suficiente para deixar a boca seca. Além disso, doenças como diabetes, Parkinson e HIV afetam as glândulas salivares. A saliva inicia o processo de digestão, se a boca não estiver “irrigada” o suficiente, o processo digestivo é prejudicado. Para evitar esse problema, a solução é simples: lembre-se de beber água sempre que houver a sensação de boca seca.
Tomar leite para “tratar” a queimação do estômago
O leite pode ter o efeito contrário e prejudicar ainda mais quem tem síndrome do intestino irritável (os sintomas costumam aparecer depois do consumo de leite e de alimentos como chocolate e bebidas gaseificadas) ou refluxo gastroesofágico (o leite contribui para o quadro de azia). O melhor para tratar qualquer queimação do estômago é tomar um remédio receitado pelo médico após exames.
Deitar para dormir logo após a refeição
Dormir profundamente após refeições principais não é nem um pouco recomendado, pois atrapalha a digestão e favorece o refluxo. O ideal é esperar de duas a três horas para ir dormir.
Passar por estresse
O estresse pode causar muitos problemas, não é mesmo? E com o trato intestinal não é diferente: ele pode causar prisão de ventre, diarreia, má digestão e gastrite, além de agravar sintomas de refluxo gastroesofágico, por exemplo. Isso é pelo efeito direto do estresse ou intermediado por hormônios liberados por ele, há aumento na secreção de ácido gástrico e mudanças na regulação de fatores protetores da mucosa do estômago.
Tente eliminar as fontes de estresse do dia a dia. Pratique atividades físicas, e relaxantes. Essas atitudes vão ajudar a controlar e evitar o problema. Além disso, tente rir mais da vida e deixe o celular de lado por alguns momentos do seu dia, quando seu uso não for tão necessário.
Esperamos que tenha tirado proveito do artigo e sanado qualquer dúvida a respeito de problemas gastrointestinais. Se desejar, comente abaixo sua opinião, ela é muito importante para nós!