Tudo sobre Doença do Refluxo Gastroesofágico

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Vez ou outra, todos nós sentimos aquela sensação de queimação no peito ou garganta. Comumente chamada de azia, é um desconforto que faz parte da vida de várias pessoas. O refluxo nada mais é que a passagem do conteúdo gástrico para o esôfago, constituindo um processo fisiológico normal, com episódios breves que geralmente não causam sintomas ou lesões. 

 

Já a doença é caracterizada por complicações associadas, como esofagite e problemas pulmonares e, nesses casos, a criança ou o adulto deve seguir tratamento medicamentoso.Se você ou seu filho sofre com isso constantemente, já pensou que provavelmente possa ser a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)

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O que é Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE)?

Trata-se de uma doença que ocorre quando a “válvula” entre o estômago e esôfago não se fecha adequadamente e o conteúdo do estômago volta para o esôfago, causando esses sintomas.

 

Essa doença é a mais comum relacionada ao sistema digestivo, ela atinge cerca de 45% da população ocidental, e esta condição afeta principalmente as mulheres e idosos.

 

Qual a causa da doença?

Quando alguém come, a comida passa da garganta para o estômago através do esôfago. Uma vez que a comida está no estômago, um anel de fibras musculares impede que o que a pessoa ingeriu se mova para trás, em direção ao esôfago. Essas fibras musculares são chamadas de esfíncter esofágico inferior (EEI).

 

Se o esfíncter não fechar bem, tudo o que a pessoa comeu, bebeu e até mesmo o suco gástrico usado na digestão pode vazar de volta para o esôfago. Isso é chamado de refluxo gastroesofágico. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é definida pela presença do refluxo gastroesofágico associada a sintomas ou complicações.

 

Entre as causas pode-se citar hérnia de hiato, hipotonia do esfíncter esofagiano inferior, perda da peristalse do esôfago (contrações musculares coordenadas para conduzir o alimento para o estômago), aumento da secreção gástrica, aumento da pressão intra-abdominal e estômago muito cheio por tempo prolongado.

 

A sensação que o refluxo causa acontece quando, o conteúdo gástrico contraria a gravidade e sobe pelo canal que leva à boca. Um retorno indesejado. Uma possibilidade para isso ocorrer é o estômago demorar tempo demais para esvaziar. Outra é o esfíncter inferior ficar frouxo por causa de abuso de álcool, cigarro…

 

“A obesidade é outro grande causador de refluxo, já que o acúmulo de gordura no abdômen aumenta a pressão no estômago e exige mais do tal esfíncter”, observa o gastroenterologista Fernando Herbella, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Principais fatores de risco para Refluxo

É verdade que o estilo de vida e alguns hábitos no cotidiano podem contribuir para o desenvolvimento da doença, por isso, fique atento à ingestão de bebidas alcoólicas, sobrepeso, gravidez e fumo. E, alguns alimentos também podem estar associados com eventos de refluxo, como: frutas cítricas, chocolate, bebidas com cafeína, frituras e comidas gordurosas, alho e cebola, essências de menta, alimentos apimentados e comidas baseadas em tomate, como molho de macarrão, lasanha e pizza.

 

Alguns fatores são considerados de risco, pois aumentam as chances de uma pessoa apresentar refluxo gastroesofágico:

 

  • Obesidade
  • Gravidez
  • Hérnia de Hiato, em que parte do estômago se move acima do diafragma
  • Tabagismo
  • Asma
  • Diabetes
  • Atraso no esvaziamento do estômago
  • Esclerodermia e outros distúrbios do tecido conjuntivo
  • Uso de certas medicações como betabloqueadores, broncodilatadores, bloqueadores dos canais de cálcio para pressão arterial alta, agonistas dopaminérgicos, sedativos e antidepressivos tricíclicos
  • Alimentação: chocolate, pimenta, frituras, café e bebidas alcoólicas estão entre os itens que, se consumidos em excesso, podem contribuir para o refluxo.

 

Quais os sintomas de refluxo que posso sentir?

Existem sintomas que são característicos da doença de refluxo gastroesofágico. Por exemplo:

  • Azia
  • Dor no peito
  • Regurgitação
  • Tosse seca
  • Rouquidão
  • Dor de garganta
  • Náusea após refeições
  • Afta
  • Pigarro
  • Sinusite
  • Otite
  • Sensação de “bolo na garganta”
  • Erosão dentária.

 

É comum também a sensação de que o alimento pode ter ficado preso na garganta e a pessoa ainda pode sentir os sinais da doença aumentar ao se curvar, inclinar para a frente, ficar deitado ou comer. Os sintomas também costumam ser piores à noite e podem ser aliviados com antiácidos.

 

Percebeu como os sintomas são diversos? Mas os principais continuam sendo azia persistente e a regurgitação de ácidos. Além disso, dor no tórax, rouquidão pela manhã, dificuldades para engolir, tosse seca e mau hálito.  

 

Se você percebe que os sintomas persistem toda semana, é importante procurar o acompanhamento do médico gastroenterologista, que fará exames para diagnóstico, e se necessário prescreverá medicamentos para o tratamento da doença e dos sintomas.

 

Quando procurar ajuda médica?

É importante que você procure um médico gastroenterologista assim que surgirem os primeiros sintomas. E atenção: muitos deles podem ser confundidos com sintomas de outras doenças, então é importante que um médico avalie a sua situação para dar o diagnóstico preciso, além de aliviando os sintomas, também prevenindo ou acompanhando possíveis complicações como úlceras, estreitamentos do esôfago e até câncer.

 

Logo que chegar à consulta, descreva todos os seus sintomas e também tire todas as dúvidas. Aqui enumeramos algumas incertezas que você pode ter e que talvez queira perguntar para o médico, por exemplo:

 

  • Que tipos de exames serão necessários para realizar o diagnóstico?
  • A doença do refluxo gastroesofágico é temporária ou crônica?
  • Terei de fazer restrições à minha dieta?
  • Será necessário realizar uma cirurgia?
  • Quanto tempo em média dura o tratamento?

 

Deve-se esperar que o especialista também lhe faça algumas perguntas como meio de chegar à uma conclusão do teste clínico, tais como:

 

  • Quando os sintomas começaram?
  • Quão intensos eles são?
  • Os sintomas são ocasionais ou contínuos?
  • Eles costumam piorar durante a noite?
  • Você sente-se mal após as refeições?

 

Quando é feito o diagnóstico da Doença do Refluxo?

O diagnóstico da DRGE é realizado através de cuidadosa avaliação dos seus sintomas pelo especialista, que provavelmente, será seguida de exames subsidiários (endoscopia, exame radiológico contrastado do esôfago, cintilografia, manometria, pHmetria de 24 horas, teste terapêutico).

 

Lembre-se que nem sempre é necessária a realização de endoscopia digestiva alta em todos pacientes com DRGE. Em pessoa jovens, com sintomas sugestivos de refluxo e na ausência de sinais de alarme (dor ou dificuldade para engolir, anemia, emagrecimento, vômitos importantes e história de câncer na família), pode-se optar por realizar tratamento empírico, com medicamentos e dieta, por até oito semanas e observar se há uma melhora efetiva da doença.

 

Caso isso não aconteça, exames complementares como a endoscopia digestiva alta devem ser feitos a fim de avaliar a gravidade da doença e excluir alterações mais graves como úlceras, estenose, esôfago de Barrett e câncer.

 

O refluxo de ácido para o esôfago também costuma ser um critério bastante utilizado para fazer o diagnóstico. Para medi-lo, o médico usará um medidor que será inserido no interior do esôfago do paciente. Este medidor verificará a quantidade de ácido presente no tubo, enviando as respostas para um computador. Este exame é conhecido como phmetria esofagiana.

 

Podem ainda ser necessários outros exames como a esofagomanometria (para estudar a motilidade esofagiana e o tônus do esfíncter esofagiano inferior) e a impedanciometria esofágica (detecta inclusive o refluxo não ácido pela medida das variações na resistência elétrica dentro do esôfago).

 

Como é feito o tratamento?

Depois do diagnóstico fechado, o tratamento da doença do refluxo gastroesofágico pode ser feito de maneiras diversas:

 

  • Ajustes na dieta e medidas posturais são os mais comumente adotados;
  • Uso de antiácidos, antagonistas H2, inibidores de bomba de prótons, agentes procinéticos e relaxadores do fundo gástrico
  • Cirurgias antirrefluxo como a fundoplicatura de Nissen são usadas em casos selecionados, considerando idade do paciente, sintomas, características anatômicas e funcionais do esôfago, complicações do refluxo e preferências do paciente. Esta cirurgia envolve o esôfago com a parte do estômago que está mais próxima e o costura como um fundo gástrico ao redor do esôfago distal, formando uma válvula antirrefluxo. Geralmente a cirurgia é feita por via laparoscópica. Apesar da mortalidade associada à cirurgia ser inferior a 1%, até um quarto dos pacientes apresenta sintomas no pós-operatório como dificuldade de engolir e sensação de distensão no estômago, com dificuldade de arrotar. Além disso, após um período de 10 anos, a maioria dos pacientes volta a usar medicamentos para o tratamento da DRGE.

Principais medicamentos prescritos para o refluxo

É importante esclarecermos também neste artigo que, somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, assim como a dosagem correta e a duração do tratamento. Por isso indicamos que você siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. 

 

Também não deve interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes. 

 

Como possuem indicações precisas e efeitos colaterais que incluem diarreia, vômitos, pólipos gástricos, hipomagnesemia, aumento no risco de infecções gastrointestinais e pneumonias, o uso de medicamentos deve ser feito apenas com prescrição médica.

 

Comecemos falando dos antiácidos, que agem tamponando diretamente o ácido presente no estômago e têm como efeito colateral mais comum a alteração do hábito intestinal. Tem rápido início de ação, mas o efeito apresenta curta duração. Normalmente, são administrados após as refeições.

 

Já os antagonistas H2 (como a ranitidina) e os inibidores de bomba de prótons (omeprazol, por exemplo) inibem a produção de ácido, tendo um tempo de ação mais prolongado que o dos antiácidos. Seus efeitos adversos incluem cefaleia, diarreia, constipação, alteração de eletrólitos e risco aumentado de gastroenterite e pneumonias.

 

Também usam-se os procinéticos, que aceleram a velocidade com que o alimento é transferido do estômago para o duodeno. Entre os efeitos adversos destes, podemos citar alterações neurológicas, hormonais e arritmias cardíacas. Por isso, deve-se ter cuidado com interações medicamentosas e com certos grupos de pacientes mais susceptíveis a esses efeitos colaterais, como crianças e idosos.

 

Montamos uma lista com os medicamentos mais usados para o tratamento de alguns sintomas da doença do refluxo gastroesofágico. Acompanhe:

 

  • Dexilant
  • Digedrat
  • Digeplus
  • Digesan
  • Digestil (comprimidos)
  • Digestil (gotas)
  • Domperidona
  • Droxaíne
  • Esomeprazol Magnésio
  • Omeprazol
  • Bromoprida
  • Label
  • Lansoprazol
  • Motilium
  • Nexium
  • Pantoprazol
  • Rabeprazol
  • Trimebutina
  • Ondansetrona
  • Luftagastropro
  • Magnésia bisurada
  • Simeco Plus.

Refluxo em bebês

Sabemos que o refluxo em bebê é um sintoma angustiante para todos os pais que se preocupam com o bem-estar e com a saúde da criança. É possível observar que a condição pode apresentar irritação e dor, provocando dificuldades para o bebê se acalmar, dormir ou se alimentar.

 

Apesar da angústia e preocupação que isso causa nos pais, a condição é encarada com tranquilidade pela maioria dos médicos. Eles dizem que é habitual e que, com o desenvolvimento infantil, a tendência é diminuir. No entanto, ainda que seja uma característica natural e cesse ao decorrer dos meses na maioria dos casos, em outros a sorte não é tão grande assim, e isso é um fato que pode afetar a saúde do bebê.

O que os pais devem fazer?

Segundo o gastropediatra Luiz Henrique Hercowitz, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, por volta de 67% dos bebês entre 2 e 5 meses têm refluxo. Em 21% a situação persiste entre os 6 e 7 meses. E apenas em 5% dos casos o quadro continua após o primeiro ano de vida.

Agora podemos ter dúvidas de como acontece e qual a melhor maneira de agir, por mais que os números nos primeiros meses de vida sejam expressivos, alguns pais ainda se sentem inseguros e com dúvidas na hora de agir. Enumeramos as principais delas, veja:

Por que acontece o refluxo no bebê?

Acontece devido a uma adaptação no processo de digestão. Assim como nos adultos, quando o bebê se alimenta, a comida passa pela boca, desce pela faringe, depois passa pelo esôfago e chega ao estômago. Se acontecer do esfíncter do pequeno abrir antes da hora, parte do conteúdo presente no estômago pode voltar, ocasionando o refluxo.

 

Quando a criança é muito nova, ela ainda não tem o sistema digestivo bem desenvolvido. As contrações que ocorrem durante o processo de digestão ainda são descoordenadas, o esfíncter ainda é um músculo frágil nesse período e a criança se alimenta só de líquidos. 

 

Por esses motivos, o refluxo em geral acontece e o bebê é mais propenso a apresentar desconforto em relação a isso. Em algumas situações, pode ocorrer dele ter alergia ou intolerância à lactose, substância presente também no leite materno e que, nesse caso, dificulta a digestão.

Quais os sintomas?

Você deverá perceber normalmente que o bebê, apresenta irritabilidade intensa após as mamadas, pode ter dor, como cólicas, assim como dificuldade em dormir ou em se alimentar. Quando acontecem vômitos, pode sentir irritação na garganta, tosse crônica, engasgos e até mesmo pausas respiratórias.

Qual a diferença entre refluxo e regurgitação?

A diferença é simples: a regurgitação é uma consequência do refluxo, que se apresenta como a volta do alimento para a boca, em geral em pequena quantidade. O refluxo nem sempre é visível e representa a volta do alimento apenas para o esôfago. Então, para regurgitar, o bebê precisa ter tido o refluxo antes. 

 

Se ele vomitar um pouco depois de mamar pode ser normal, devido à imaturidade do seu sistema digestivo. Por isso que recomenda-se ter uma fralda de pano sempre por perto e colocá-lo para arrotar depois da amamentação.

Que problemas o refluxo pode causar?

Por ter o alimento indo em direção contrária de forma constante, é possível que se provoque irritação e lesão no esôfago, o que causa dor, mal-estar, azia e queimação no peito. Em situações mais críticas pode haver infecção no canal que passa o alimento e problemas no pulmão, como asma e bronquite. Podem surgir ainda aftas na boca e mau hálito, além dos dentes perderem a calcificação.

 

Inflamações no ouvido, dificuldade para mamar e para ganhar peso também podem estar entre os problemas apresentados por bebês e crianças que têm refluxo.

Existe tratamento para o refluxo em bebê?

Acalme-se. Os casos mais leves de refluxo podem ser prevenidos apenas com medidas posturais/comportamentais, como: reduzir o tempo das mamadas, evitar balançar ou trocar a fralda do bebê logo após as refeições, achar uma posição adequada para a hora da amamentação, evitar roupas que apertem a barriga da criança, colocá-la para arrotar por mais tempo após as mamadas e usar um travesseiro anti-refluxo.

 

Já os casos mais sérios, o tratamento deve ser feito por meio medicamentoso e em geral orientado por um médico especialista. A partir dos sintomas e da intensidade deles, a terapêutica será conduzida por esse médico.

 

Se ficar comprovado que o bebê tem intolerância à lactose, por exemplo, só o fato de retirá-la da alimentação já pode aliviar os sintomas. Em outras ocasiões, pode ser necessário modificar a dieta do bebê, da lactante e ainda ter ajuda de uma medicação específica.

 

O próprio Ministério da Saúde afirmou que, mais de 50% das crianças demonstram melhora ou resolução dos sintomas com medidas conservadoras que incluem alimentos espessos, fracionamento de refeições, não exposição à fumaça do tabaco, posição vertical após alimentação e o tratamento medicamentoso tem por base a supressão ácida

Como é feito o diagnóstico do refluxo no bebê?

Um dos primeiros sinais que o pediatra ou especialista vai avaliar é se o bebê está ganhando peso adequadamente. Depois avaliará se o paciente golfa com frequência, em que quantidade e se apresenta irritabilidade após as mamadas ou não. Feito isso, ele pode pedir exames de acordo com os sintomas relatados pelos pais ou iniciar prova terapêutica com medicação antirrefluxo.

Quando devo levar o bebê ao médico?

O recém nascido deve ser acompanhado mensalmente por um pediatra e é esse profissional que, em geral, suspeita e faz o diagnóstico, podendo inclusive encaminhar para um gastropediatra, caso ache necessário. É muito importante manter as consultas periódicas com o pediatra e entrar em contato com esse profissional caso os pais notem alguma mudança de comportamento da criança.

 

Não se esqueça, espera-se que a partir dos 6 meses a condição diminua de frequência.

Portanto, atente-se aos seguintes sintomas:

 

  • o bebê parece irritado durante a amamentação;
  • chora frequentemente;
  • vômitos após mamar;
  • dificuldade para pegar no sono, como se estivesse inquieto com algo;
  • mau hálito;
  • tosse;
  • problema persistente após os 6 meses;
  • dores de garganta ou de ouvido frequentes;
  • perda de peso;
  • peito com chiado ao respirar;
  • baba excessiva.

 

A partir do momento que é feito o diagnóstico, o tratamento pode ser mais direcionado, com diminuição dos sintomas que causavam irritação.

Qual o prognóstico das pessoas com a DRGE?

Se existem fatores causais para a sua Doença do Refluxo Gastroesofágico e estes são resolvidos, pode-se obter a “cura” da doença. Por exemplo, em casos de obesidade, a perda de peso pode resolver o problema. 

 

Quando o refluxo é causado pela gestação, ao término desta, é provável que os sintomas parem. No caso da hérnia de hiato e hipotonia do esfíncter esofagiano inferior, a cirurgia pode eventualmente curar o paciente. Caso esteja associado a medicamentos como betabloqueadores, broncodilatadores, bloqueadores dos canais de cálcio, agonistas dopaminérgicos, sedativos e antidepressivos tricíclicos, o plano terapêutico deve ser revisto por um médico. 

 

No caso de gastroparesias após infecções, o retorno da contratilidade normal do estômago tende a cessar a doença. Nos demais casos, a DRGE é uma enfermidade crônica, de forma que o objetivo do tratamento não visa a cura da doença, mas sim o controle dos sintomas e a prevenção de complicações como úlceras, estreitamentos do esôfago e câncer.

 

A maioria das pessoas responde a medidas não cirúrgicas, como mudanças no estilo de vida e medicamentos. Porém, alguns pacientes precisam continuar tomando remédios para controlar os sintomas.

 

Confira sugestões que os médicos recomendam que podem ajudar na recuperação e durante o tratamento da doença do refluxo gastroesofágico:

 

  • Manter uma dieta sempre saudável e balanceada
  • Evitar usar roupas muito apertadas
  • Evitar o consumo de alimentos e bebidas que possam contribuir para um quadro de azia, como álcool, cafeína, bebidas gasosas, chocolate, frutas e sucos cítricos, refrigerantes, tomates, molhos de tomate, alimentos picantes ou gordurosos, menta e hortelã
  • Alimentar-se a cada 3 horas com refeições menos volumosas
  • Comer devagar
  • Não deitar-se após as refeições
  • Dormir com a cabeceira da cama elevada em 15 a 18 cm, permitindo que o material refluído para o esôfago retorne prontamente ao estômago
  • Evitar o fumo e o consumo exacerbado de bebidas alcoólicas
  • Beber muita água no intervalo entre as refeições
  • Reduzir o estresse

 

Existem complicações do refluxo?

Dependendo da quantidade de fluidos que dão ré no estômago e da altura atingida, eles favorecem danos a outras áreas, como a boca, a laringe, a faringe e o esôfago. E isso pode desencadear, com o tempo, condições mais sérias, como agravamento de asma e sinusite, desgastes dentários, doenças pulmonares e até distúrbios do sono.

 

Se não for tratada, a doença do refluxo gastroesofágico pode causar problemas mais graves para o paciente, como:

 

  • Esôfago de Barrett (uma alteração no revestimento do esôfago que pode aumentar o risco de câncer)
  • Broncoespasmo (irritação e espasmo das vias respiratórias devido ao suco gástrico) e asma
  • Fibrose pulmonar
  • Tosse ou rouquidão crônica
  • Problemas dentais
  • Úlcera esofágica
  • Inflamação do esôfago
  • Infecções de vias aéreas superiores como sinusite e otite
  • Estrangulamento (um estreitamento do esôfago devido à cicatrização da inflamação).

Como se dá a prevenção? É possível evitar desenvolver o refluxo?

Algumas medidas comportamentais também podem ser tomadas para minimizar os sintomas e riscos de desenvolver a doença, ou seja, parar de fumar, parar o consumo de bebidas alcoólicas, perda de peso, fracionar as refeições (pequenas quantidades diversas vezes ao dia), vestir roupas folgadas, evitar deitar-se até 3 horas após uma refeição, elevar a cabeceira da cama cerca de 15 a 20 centímetros do chão, usando blocos de madeira embaixo dos pés da cama. Além dessas, alguns alimentos devem ser evitados como bebidas gasosas que contém cafeína, como os refrigerantes de cola, por exemplo,  chocolate e hortelã, comidas apimentadas, gordurosas, como a pizza, alimentos ácidos como laranjas e tomates, frituras e alimentos muito cremosos também.

 

Manter um peso saudável e fazer check-ups frequentes com um médico é uma boa forma de prevenir não só a doença do refluxo gastroesofágico, como também outras doenças do trato digestivo. Evitar o fumo e o consumo excessivo de bebidas alcoólicas também pode ajudar a impedir a doença.

 

Estudo que mostra a alimentação como influenciadora direta no refluxo

Não adianta, se você comeu aquela pizza deliciosa e, em poucos minutos, veio uma imensa queimação; ou então, ao saborear a macarronada, parece que ela fica o dia todo parada na sua garganta. Essas duas situações já chegaram a acontecer com você? 

 

Os sintomas de azia e má digestão são tão comuns que muita gente já até aprendeu a conviver com eles – claro que, contando com estoques de antiácidos no armário e truques caseiros, não é mesmo? 

 

Percebemos que a recorrência e outras características incômodas, como regurgitação, dores no peito e na garganta, tosse seca, rouquidão e pigarro, indicam que o problema é mais complicado do que se imagina: falamos da doença do refluxo, que afeta 12% da nossa população, o que dá mais ou menos 20 milhões de brasileiros.

 

Por isso, não é apropriado demorar na busca por orientação médica, caso você esteja passando por isso. 

 

E acreditem, para pesquisadores do Hospital Phelps, em Nova York, nos Estados Unidos, uma alternativa para encarar o tratamento desta condição,  seria investir em uma dieta inspirada na do Mediterrâneo, abastecida de frutas, verduras, grãos e oleaginosas. 

 

Eles ainda concluíram que os ganhos não param aí. Segundo os pesquisadores, os ajustes à mesa também contribuíram para a perda de peso – alguns indivíduos perderam quatro quilos em algumas semanas – e melhoraram em outras condições crônicas, como diabetes e problemas cardiovasculares. 

 

Benefícios dos Inibidores da bomba de prótons para tratamento do refluxo

Os inibidores da bomba de prótons (IBP) – omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, rabeprazol, esomeprazol e tenatoprazol – suprimem a secreção de ácido gástrico por meio de inibição específica da enzima H+/K+-ATPase na superfície secretora da célula parietal gástrica. 

Embora haja diferenças farmacocinéticas, todos os representantes dessa classe são similares entre si, reduzindo em até 95% a produção diária de ácido gástrico. A supressão ácida exerce papel essencial no manejo de doenças pépticas relacionadas à acidez gástrica. 

 

Os IBP apresentam eficácia definida no tratamento de manifestações e complicações de doença péptica, doença do refluxo gastroesofágico (tratamento de escolha), tratamento sintomático e  cicatrização de úlceras pépticas induzidas por uso crônico de anti-inflamatórios não-esteróides (AINE), prevenção de lesões gastrintestinais induzidas por uso crônico de AINE e coadjuvante na redução de recorrência de úlceras pépticas

induzidas por Helicobacter pylori.

 

Os IBP são especialmente indicados em pacientes com hipergastrinemia, síndrome de Zollinger-Ellison, úlceras pépticas duodenais refratárias a antagonistas H2e no tratamento

prolongado de Esôfago de Barrett. Apesar das controvérsias, há benefício provável no tratamento de dispepsia que se manifesta com pirose e regurgitação. Porém, não há evidência de eficácia em tratamento e prevenção secundária de sangramento digestivo alto (SDA) e em prevenção primária de sangramento digestivo alto por úlcera de estresse.

 

Por que em alguns casos se determina o uso contínuo de inibidores da bomba de prótons?

 

Há situações crônicas que justificam o uso contínuo de IBP. Porém, para a maioria dos pacientes cujos sintomas gastrintestinais são persistentes, é possível o tratamento intermitente com IBP. Para a DRGE especificamente, vamos discutir brevemente o que podem justificar o uso contínuo de IBP.

 

É um dos distúrbios gastrintestinais mais prevalentes. Estudos populacionais mostram que até 15% dos indivíduos apresentam pirose e/ou regurgitação pelo menos uma vez por semana e 7%, diariamente. Os sintomas são causados por refluxo retrógrado de ácido e conteúdo gástrico para o esôfago por incompetência das estruturas de restrição mecânica na junção gastroesofágica. 

 

Os IBP são mais eficazes no alívio dos sintomas e mais comumente usados. O tratamento durante oito semanas promove cicatrização da esofagite erosiva em 90% dos casos. Os pacientes refratários podem dobrar a dose do IBP e administrá-lo duas vezes ao dia, antes das refeições.

 

O uso contínuo de IBP é relativamente seguro, mas requer que médicos e farmacêuticos monitorem os pacientes adequadamente e notifiquem a ocorrência de eventos adversos à gerência de risco hospitalar, ao CVS local, ou a Anvisa. 


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