Todo mundo vez ou outra sente os terríveis incômodos dos gases intestinais. E eles podem causar grande desconforto porque provocam distensão abdominal. Além disso, em determinadas circunstâncias, podem acabar até trazendo constrangimento social.
O ar engolido ou os gases formados no aparelho digestivo podem ser expelidos por via oral (arroto) ou via anal (gases intestinais ou flatos). A maior parte deles é produzida no intestino por carboidratos que não são quebrados na passagem pelo estômago. Como o intestino não produz as enzimas necessárias para digeri-los, eles são fermentados por bactérias que normalmente ali residem. Esse processo é responsável pela maior produção e liberação de gases.
Em alguns casos, por fatores genéticos ou porque adotaram uma dieta saudável com pouca gordura, mas rica em fibras e em carboidratos, algumas pessoas podem produzir mais gases. Contudo, a maioria das queixas parte de pessoas que produzem uma quantidade que os gastrenterologistas considerariam normal. Estudos demonstram que, em média, um adulto pode expelir gases vinte vezes por dia. De qualquer modo, há como prevenir a maior formação de gases, vamos ver neste artigo mais um pouco sobre isso.
Eliminando os gases por meio de flatos e eructação
Eliminar flatos, conhecido popularmente como pum, é normal e acontece a todo mundo. O mesmo pode se dizer em relação às eructações, conhecidas como arrotos. Todo mundo solta puns e arrotos, várias vezes por dia, às vezes, de forma até inconsciente.
Em alguns casos, o excesso de gases intestinais pode ser bastante incômodo, principalmente se ele for muito frequente, se tiver odor muito desagradável ou se estiver associado a sintomas desconfortáveis, tais como dor ou distensão abdominal.
Em geral, esse excesso de gases intestinais costuma estar relacionado à dieta, mas ele também pode ser um sinal de alguma doença do trato gastrointestinal, como, a síndrome do intestino irritável.
O que vale frisar é que, na maioria dos casos, o excesso de gases pode ser resolvido, ou ao menos bastante amenizado, com alterações na dieta e em alguns hábitos de vida.
O ser humano elimina diariamente até 1,5 litro de gases pelo ânus em uma frequência de 10 a 20 flatos por dia. Boa parte deles pode passar despercebida. Os gases do sistema gastrointestinal são compostos basicamente por cinco elementos: Nitrogênio (N2), Oxigênio (O2), Dióxido de carbono (CO2), Hidrogênio (H2) e Metano (CH4). Os cinco juntos somam 99% dos elementos presentes no pum. O arroto tem composição parecida, porém é mais rico em oxigênio e nitrogênio.
Uma pergunta que muitas vezes pode surgir é : qual destes gases é o responsável pelo mau cheiro? Nenhum, são todos basicamente inodoros. A culpa também não é das fezes. Ao contrário do que se imagina, o pum não cheira mal por passar pelas fezes antes de ser eliminado. O que causa mau cheiro é o 1% restante de gases, compostos principalmente por enxofre, sendo principal, o ácido sulfídrico (sulfeto de hidrogênio).
Isso nos explica por que nem todos os puns tem cheiro ruim. Se não houver um aumento da produção de gases com enxofre, o pum pode não ter cheiro incômodo.
De onde surgem os gases?
As bilhões de bactérias que vivem em nosso trato digestivo são basicamente as responsáveis por produzir os gases e participar do processo de digestão. Os gases intestinais são produzidos principalmente após metabolização de carboidratos, gorduras e proteínas ingeridas nos alimentos.
No caso dos gases produzidos no estômago, a origem principal é o ar engolido durante as refeições. Nós não reparamos, mas durante as refeições engolimos volumes enormes de ar. Também é comum haver deglutição de ar quando se mastiga um chiclete ou se fuma um cigarro. E ainda uma outra fonte de gases estomacais são as bebidas gaseificadas.
Grande parte do gases deglutidos são eliminados através das eructações, conhecidas popularmente como arrotos. Porém, se a pessoa tem o costume de deitar após as refeições, esses gases apresentam mais facilidade em seguir o caminho em direção aos intestinos do que retornar ao esôfago (já notou como é muito mais fácil arrotar quando se está sentado ou em pé em vez de deitado?), aumentando a eliminação de flatos.
Quais alimentos responsáveis por causar mais gases?
Alguns tipos de carboidratos são mais difíceis de serem digeridos no intestino delgado e, por isso, chegam em grande quantidade ao cólon, onde são metabolizados pelas bactérias. Os principais carboidratos mal digeridos são os oligossacarídeos (como principais exemplos, podemos citar a maltose = glicose + glicose, lactose = galactose + glicose e sacarose = glicose + frutose).
Os alimentos que mais causam gases intestinais são:
- Feijão
- Ovos .
- Cerveja (escura).
- Leite.
- Batata.
- Milho.
- Farelo de trigo.
- Brócolis.
- Aspargos.
- Alho.
- Repolho.
- Bebidas gaseificadas.
- Couve-flor.
- Cebolas.
- Refrigerantes.
Os gases aparecem por culpa do oligossacarídeo, presente em abundância nesses alimentos. O intestino delgado não tem as enzimas necessárias para digeri-lo completamente, então, ao chegar ao intestino grosso, o oligossacarídeo é fermentado por bactérias presentes na flora, levando à formação de gases.
Falta de exercício físico, constipação intestinal, intolerância à lactose e alterações da flora bacteriana dos intestinos por uso de antibióticos também podem causar aumento da produção de gases. Sexo anal passivo é outra causa.
O enxofre, que causa o odor desagradável do pum, normalmente é produzido após ingestão de proteínas. A carne de porco, por exemplo, costuma causar flatos com cheiro forte.
Vale ressaltar ainda que, a ansiedade pode acelerar o trânsito intestinal, levando mais alimentos mal digeridos ao cólon, fornecendo mais substrato para as bactérias que produzem gases.
Quando devo me preocupar com o excesso de gases?
Estudos mostram que a maioria dos pacientes que se queixam de excesso de gases intestinais, na verdade apresentam a mesma quantidade de gases que a média da população. Esse paciente tem é uma maior sensibilidade à presença de gases.
O ser humano elimina em média 500 a 1500 ml de gases através dos flatos. Por exemplo, uma pessoa pode se sentir desconfortável se sua eliminação diária de gases for normal, mas próxima de 1300-1500 ml. Às vezes, ela entra em uma dieta mais cuidadosa que faz com que reduza a produção de gases para menos de 1000 ml por dia, eliminando o mal-estar. Ou seja, não é preciso ter excesso de gases, para se sentir com excesso de gases.
Pacientes com síndrome do intestino irritável ou com dispepsia funcional costumam tolerar mal pequenos aumentos na produção de gases intestinais.
Na grande maioria dos casos, o excesso de gases intestinais não indica nenhuma doença, não importando se há ou não odor forte. Os sinais de gravidade estão na presença de outros sintomas associados, como perda de peso, diarreia crônica, anorexia, anemia, sangramentos e dor abdominal. Nestes casos, uma visita ao médico é importante.
Algumas doenças e condições que podem causar excesso de produção de gases
Intolerância à lactose
A intolerância à lactose acontece como consequência de um outro problema: a deficiência de lactase. Ela ocorre quando o intestino delgado deixa de produzir a quantidade necessária da enzima lactase, cuja função é quebrar as moléculas de lactose e convertê-las em glucose e galactose. A presença de lactose no organismo se dá por meio da ingestão de leite e seus derivados.
As causas para a intolerância à lactose variam de acordo com o seu tipo:
Intolerância à lactose primária
Durante a infância, o corpo produz muita enzima lactase, pois o leite é a fonte primária de nutrição após o nascimento. Geralmente, o corpo diminui a quantidade de lactase produzida conforme a pessoa vai envelhecendo e sua dieta variando, com o acréscimo de novos tipos de alimentos. Com o tempo, esse declínio na produção de lactase pode levar a um quadro de intolerância à lactose.
Intolerância à lactose secundária
Este é o tipo de intolerância que ocorre quando o intestino delgado deixa de produzir a quantidade normal de lactase por causa de alguma doença, cirurgia ou agravo. Algumas condições que podem levar a este quadro são a doença celíaca, gastroenterite e a doença de Crohn, por exemplo. O tratamento da condição inerente a esse tipo de intolerância pode resolver o problema.
Intolerância à lactose congênita
É possível, embora raro, que bebês nasçam com intolerância à lactose por causa da deficiência total de lactase no organismo. Essa condição é conhecida como herança autossômica recessiva e é passada de geração em geração. É uma condição rara porque significa que tanto o pai quanto a mãe precisam transmitir o gene da intolerância à lactose para o filho para que ele apresente o problema.
Sintomas de Intolerância à lactose
Os sintomas de intolerância à lactose geralmente começam cerca de trinta minutos a duas horas depois de a pessoa ingerir alimentos ou bebidas que contenham lactose. Entre os sintomas estão:
- Diarreia
- Náusea e, às vezes, vômito
- Dores abdominais e inchaço causados pela formação dos gases.
A intensidade dos sintomas varia de acordo com a ocasião, mas eles costumam ser amenos.
Um dos sintomas mais comuns da intolerância à lactose é o excesso de gases intestinais: Na intolerância à lactose, não se consegue digerir a lactose que é ingerida. Quando essa lactose chega não digerida no intestino ela é fermentada pelas bactérias intestinais. Essa fermentação gera muitos gases, principalmente de hidrogênio.
O excesso de gases, contudo, não é o único sintoma da intolerância à lactose. Os sintomas mais frequentes são dor abdominal, diarreia, náuseas, vômitos e gases.
Como tratar a intolerância à lactose?
Não existem tratamentos para a intolerância à lactose. Mas você pode adicionar enzimas lactase ao leite normal ou tomá-las em forma de cápsulas e comprimidos mastigáveis.
Pessoas com esse problema geralmente evitam alimentar-se ou ingerir produtos que contenham lactose. Pode-se usar medicações que atacam os sintomas, como analgésicos para dor abdominal, antiemético para náuseas e simeticona para os gases, no entanto, essas são medidas paliativas e o ideal é evitar derivados lácteos se você tem esse tipo de intolerância.
Intolerância alimentar
A intolerância alimentar (também conhecida como alergia tardia, hipersensibilidade alimentar ou alergia tipo III) consiste em reações não tóxicas, as quais podem ser causadas por alimentos (proteínas) reconhecidos como estranhos pelo organismo levando a reações mediadas principalmente por IgG.
Mais de 80 % das reações imunológicas tem sua origem no intestino que garantem uma barreira quase intransponível contra bactérias, vírus e outros agentes patogênicos.
É importante saber que esses alimentos ou substâncias e/ou fragmentos de proteínas (macromoléculas), inflamam a mucosa intestinal, aumentam a permeabilidade, caem na circulação e são reconhecidos pelo sistema imunológico como elementos estranhos e agressores. São combatidos por este sistema, formando imunocomplexos (Ag-Ac) , que se não forem neutralizados ou fagocitados, serão depositados em órgão ou tecidos levando a processos inflamatórios e revelando sinais e sintomas.
A literatura médica mundial, para o assunto, descreve mais de 150 sinais e sintomas associados à incompatibilidade, hipersensibilidade ou intolerância alimentar. Por isso que com este processo instalado dizemos que o paciente é intolerante a determinado alimento.
Excluindo o alimento da dieta por certo tempo ( mínimo 90 dias), tratando a mucosa intestinal e recompondo a microbiota intestinal, o alimento poderá ser reintroduzido à rotina do indivíduo observando sempre a frequência e quantidade.
Atualmente, cerca de 45% da população sofre com sintomas relacionados à intolerância alimentar e tal assunto é pouco discutido.
Sinais e sintomas
Pesquisas mostram que a intolerância alimentar pode estar associada a anticorpos IgG elevados pelo sistema imunológico ao ingerirmos certos alimentos. Em circunstâncias normais, esses anticorpos formam complexos com proteínas dos alimentos. Esses complexos são eliminados por nosso sistema imunológico sem causar sintomas.
Se os sistemas imunológico ou digestivo estiverem comprometidos, esses complexos podem se depositar no corpo, causando inflamação, resultando em uma vasta gama de sintomas, como fadiga, síndrome do intestino irritável (SII), inchaço, gases intestinais, enxaqueca ou obesidade.
Assim, nosso organismo percebe o alimento como sendo um alimento “problemático”. Os sintomas podem durar por muitos dias e são geralmente intermitentes, dificultando a identificação dos alimentos que seu corpo não tolera. A intolerância alimentar não deve ser confundida com a alergia alimentar.
Intolerância alimentar tem cura?
Não existe um tratamento específico para curar a intolerância alimentar, mas alguns pacientes podem alcançar a cura quando excluem, durante 3 meses no mínimo, o alimento a que é intolerante. Nestes casos, quando o indivíduo volta a introduzir o alimento na dieta pode ser que consiga digeri-lo melhor, sem que se manifestem os sintomas de intolerância alimentar.
Vale ressaltar, porém, que esta estratégia deve ser orientada por um nutricionista ou nutrólogo, pois ela só resulta em alguns casos, de acordo com a causa da intolerância alimentar. Nos casos em que esta estratégia não solucione, o indivíduo tem que excluir completamente da dieta, durante toda a vida o alimento a que é intolerante ou tomar enzimas que consigam digerir esse alimento.
Teste da intolerância alimentar
O teste de intolerância alimentar pode ser requisitado pelo médico alergologista e pode ser feito através de um exame de sangue ao indivíduo, onde se observa a resposta do organismo quando são ingeridos determinados alimentos. Há laboratórios que conseguem verificar a intolerância alimentar em mais de 200 tipos de alimentos, o que é muito útil para o diagnóstico e para o tratamento.
Tratamento
O tratamento para intolerância alimentar consiste em retirar da alimentação todos os alimentos que não sejam corretamente digeridos pelo indivíduo, por um período de pelo menos 90 dias.
Por isso, os indivíduos que possuem intolerância alimentar ao ovo, por exemplo, não podem comer ovo frito, ovo cozido, e nem nada que tenha sido preparado com o ovo, como bolos, biscoitos e tortas, o que pode dificultar um pouco sua alimentação, e por isso é importante que o médico ou nutricionista indique quais as substituições que o indivíduo deverá fazer para garantir que seu corpo receba todos os nutrientes necessários e desta forma evitar as carências nutricionais.
Além disso, em alguns casos pode ser possível o paciente ingerir remédios com enzimas que ajudem a digerir os alimentos a que são intolerantes. Quando identificada (a intolerância alimentar), o tratamento pode melhorar a qualidade de vida e bem estar do ser humano consideravelmente.
Síndrome do intestino irritável
A síndrome do intestino irritável é uma doença funcional comum do trato digestório, crônica, que afeta os intestinos (grosso e delgado) e que exige acompanhamento médico no longo prazo.
Principais causas
As paredes dos intestinos são revestidas com músculos que se contraem e relaxam conforme o alimento ingerido vai passando do estômago em direção ao reto. Na síndrome do intestino irritável, as contrações podem ser mais fortes e podem durar mais tempo do que o normal, fazendo com que surjam alguns sintomas característicos da doença, como dor abdominal, gases, flatulência e diarreia.
Pode ser, ainda, que aconteça justamente o oposto, com contrações intestinais mais fracas que o normal, o que retarda a passagem de alimentos e leva a fezes mais endurecidas.
Não se sabe exatamente o que leva uma pessoa a desenvolver a síndrome do intestino irritável, mas uma combinação de fatores pode estar envolvida, por exemplo:
Alimentos
Ainda não se sabe como alergias ou a intolerância alimentar podem estar relacionadas à síndrome do intestino irritável, mas os sintomas costumam aparecer após uma pessoa comer determinados alimentos, como chocolate, especiarias, gorduras, frutas, feijão, repolho, couve-flor, brócolis, leite, bebidas gaseificadas, álcool, entre outros.
Estresse
A maioria das pessoas com síndrome do intestino irritável notam que, durante momentos de estresse, os sintomas da doença costumam ser agravados. No entanto, os pesquisadores defendem a ideia de que apesar do estresse ser um fator agravante, ele não é uma possível causa que leva ao desenvolvimento da síndrome em uma pessoa.
Hormônios
As mulheres são duas vezes mais propensas a apresentar a síndrome, por essa razão os pesquisadores acreditam que as mudanças hormonais podem desempenhar um importante papel. Além disso, muitas mulheres acreditam que os sinais e sintomas da doença são piores durante ou em períodos próximos à menstruação.
Outras doenças ou condições
Às vezes, uma outra doença, como um episódio agudo de diarreia infecciosa (gastroenterite) ou o crescimento excessivo de bactérias normais do intestino podem, por exemplo, desencadear a síndrome do intestino irritável.
Quais os fatores de risco?
Muitas pessoas têm sinais e sintomas da síndrome do intestino irritável ocasionalmente, mas algumas são mais propensas a desenvolver a doença. Essas são:
- Pessoas até 45 anos de idade
- Pessoas do sexo feminino. A doença atinge a aproximadamente o dobro de mulheres do que homens
- Ter histórico familiar da doença
- Ter algum problema de saúde mental, como ansiedade, depressão, transtorno de personalidade e traumas.
Sintomas
Os sinais e sintomas da síndrome do intestino irritável podem variar muito de pessoa para pessoa e são, muitas vezes, semelhantes aos sintomas de outras doenças. Os mais comuns são:
- Dor abdominal ou cólicas
- Sensação de inchaço
- Gases
- Diarreia ou constipação – às vezes alternando crises entre os dois problemas
- Muco nas fezes.
A síndrome do intestino irritável, apesar de ser uma doença crônica na maioria dos casos, há momentos em que os sintomas manifestados são piores e momentos em que eles são melhores. Algumas fases podem também ser completamente assintomáticas.
Qual o tratamento?
Como não se sabe exatamente o que leva à síndrome do intestino irritável, o objetivo do tratamento é aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente. Ele pode ser feito pelo uso de medicamentos específicos para a síndrome.
Mudanças no estilo de vida do paciente são fundamentais para o funcionamento do tratamento. Incorporar suplementos de fibra e de medicamentos anticolinérgicos, antiespasmódicos, antidepressivos (em doses menores) e remédios contra a diarreia devem vir acompanhados de alterações radicais na dieta, com a eliminação de bebidas gaseificadas, alimentos gordurosos e glúten da alimentação diária.
Nós sempre enfatizamos em nossos artigos aqui do blog que somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, assim como a dosagem correta e a duração do tratamento.
Incentivamos ainda a sempre seguir à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedicar. Também não é aconselhável interromper o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
Doença celíaca
A doença celíaca é uma reação exagerada do sistema imunológico ao glúten, proteína encontrada em cereais como o trigo, o centeio, a cevada e o malte. De origem genética, pode causar diarreia, anemia, perda de peso, osteoporose, câncer e até déficit de crescimento em crianças.
O corpo de quem tem o problema não possui uma enzima responsável por quebrar o glúten. Como a proteína não é processada direito, o sistema imune reage ao acúmulo e ataca a mucosa do intestino delgado. Isso causa lesões e prejudica o funcionamento do órgão.
O Ministério da Saúde tem um artigo em que afirma que a falta de informação sobre a doença e dificuldade de acesso aos meios diagnósticos reduzem as possibilidades de tratamento adequado e consequente melhora clínica. Inclusive, alguns estudos revelam que o problema atinge pessoas de todas as idades, mas compromete principalmente crianças de 6 meses a 5 anos. Também foi observada uma frequência maior entre mulheres, na proporção de duas mulheres para cada homem.
Ela costuma dar os primeiros sinais entre essa idade de vida porque é o período em que muitos dos cereais são introduzidos na dieta das crianças. Mas há casos em que o diagnóstico só acontece na vida adulta, quando o indivíduo já apresenta carências nutricionais graves, pela falta de sintomas específicos.
Principais sinais e sintomas
- Barriga estufada
- Gases
- Ânsia de vômito
- Diarreia
- Irritabilidade
- Perda de peso
- Lesões na pele
- Queda de cabelo
Fator de risco mais relevante
- Predisposição genética: familiares de pacientes celíacos têm maior risco de desenvolver o quadro
Diagnosticando a doença celíaca
Com sintomas parecidos a diversos outros problemas gastrointestinais, não é fácil ter certeza de que o glúten é o responsável pelo incômodo. Casos confirmados de doença celíaca na família ajudam o médico a direcionar a investigação. O diagnóstico inclui exame de sangue, que verifica a presença de anticorpos específicos do problema. Mas, sozinho, esse teste não é suficiente.
Para confirmar a detecção, o gastroenterologista prescreve a biópsia do intestino delgado. Essa é a única maneira de flagrar com certeza a doença celíaca. Com esse exame, é possível verificar se as vilosidades, pequenas dobras do órgão responsáveis pela absorção de nutrientes, estão atrofiadas.
E como funciona o tratamento?
Não existem medicamentos ou procedimentos específicos para tratar a doença celíaca. A única maneira de se livrar dos transtornos intestinais e evitar complicações é eliminar todos os produtos com glúten do cardápio. A lista de alimentos que devem ser evitados é extensa. Pão, macarrão, pizza e pastel devem sair da dieta. Há produtos que possuem glúten e pouca gente sabe. Exemplos desses são os molhos prontos, as sopas instantâneas, os achocolatados em pó e até cerveja.
Consultar um nutricionista vai ajudar a tirar dúvidas sobre a dieta restritiva e orientar como substituir os itens que não podem entrar na dieta. Farinha de milho, de arroz e de mandioca, por exemplo, estão livres da substância. A lei brasileira ainda obriga que a indústria de alimentos informe no rótulo se aquele produto contém glúten ou não.
Vale lembrar também que nem todo paciente celíaco tem o mesmo grau da doença. Há casos sensíveis em que apenas 50 miligramas da proteína — o equivalente a um centésimo de uma fatia de pão — já lesionam as paredes do intestino. Em outros casos uma pequena quantidade de glúten é tolerada.
Após suspender o consumo da proteína de trigo, cevada e centeio, a mucosa do intestino começa a se recuperar. Em geral, o órgão fica novo em folha dentro de 1 a 2 anos depois do corte total de glúten.
Existe prevenção?
Até o momento, não existem maneiras de impedir o aparecimento da doença celíaca. Porém, como a genética está envolvida no processo, o histórico familiar pode ajudar no diagnóstico precoce, o que aumenta as chances de adaptar a dieta e evitar lesões no intestino.
Diagnóstico dos gases intestinais em excesso
É indicado buscar ajuda médica quando a pessoa está eliminando gases mais vezes do que o normal, ou apresenta dores frequentes devidas ao sintoma.
Outros fatores que, combinados com a presença dos gases, empreende contatar o médico são:
- Dor abdominal prolongada
- Sangue nas fezes
- Mudanças na cor, textura ou na frequência em que se evacua
- Dores no peito
- Perda de peso não intencional
- Náusea ou vômitos recorrentes.
Caso os gases intestinais sejam tão frequentes que interfiram na qualidade de vida do paciente, é importante falar sobre o sintoma com o médico clínico geral, pois existem tratamentos que podem minimizar o problema.
Tratamento
Não adianta, o modo mais fácil de controlar os gases intestinais é através de uma dieta equilibrada e preventiva. Evite alimentos que sabidamente agravam seus sintomas. Estes podem incluir laticínios, algumas frutas e legumes, cereais integrais, adoçantes artificiais e refrigerantes.
O feijão não precisa deixar de ser consumido, uma dica em relação ao seu cozimento é deixá-lo de molho durante a noite e trocar a água antes de cozinhá-lo.
Outra coisa importante a se fazer é manter um registro de alimentos e bebidas que você ingere para conseguir identificar quais delas são mais incômodas. O que pode causar gases em alguém, não necessariamente causará em outra pessoa e vice-versa. Também é importante praticar exercícios e evitar ao máximo o estresse.
Existem pastilhas de carvão ativado, à venda em farmácias, que ajudam a neutralizar os gases intestinais. Mas atenção: se você toma medicamentos regularmente, o carvão ativado pode inutilizá-los, sendo contraindicado nesses casos. Um medicamento chamado Beano ajuda a diminuir os gases intestinais. O salicilato de bismuto é uma opção para quem se queixa de flatos com mau cheiro.
Pessoas ansiosas apresentam deglutição de grande quantidade de ar, chamado de aerofagia, que causa desconforto abdominal por distensão do estômago, que por sua vez, leva a mais ansiedade. O controle da ansiedade alivia os sintomas do excesso de gases.
Medicamentos para Gases
O tratamento vai variar de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico. Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, assim como a dosagem correta e a duração do tratamento. Os medicamentos mais comuns no tratamento de gases são:
Prevenção dos gases intestinais
É fato que não há uma forma efetiva para prevenir todos os tipos de gases, até porque é uma condição normal que faz parte da digestão. Contudo, ter uma dieta equilibrada, realizar exercícios físicos regulares, tratar da constipação, não ingerir bebidas gaseificadas e não utilizar gomas de mascar pode ajudar.
Tem mais alguma dúvida sobre os gases intestinais ou gostaria de nos fazer alguma sugestão sobre o assunto? Comente abaixo no nosso quadro de comentários que teremos prazer em interagir com você!