O sistema urinário inclui rins, ureteres, bexiga e uretra. Todos têm um papel na remoção de resíduos do seu corpo: os rins filtram o sangue, retirando substâncias tóxicas, e também regulam as concentrações de muitas substâncias.
Os ureteres transportam a urina dos rins para a bexiga, onde é armazenada até que ele sai do seu corpo através da uretra. A causa da cistite pode variar, veja as principais:
Cistite bacteriana
Ocorre geralmente quando as bactérias que habitam a região perineal conseguem penetrar pela uretra e se multiplicar na bexiga. A maioria dos casos de cistite bacteriana é causada por bactérias do tipo Escherichia coli (E. coli). A atividade sexual é considerada um fator de risco para a ocorrência de cistites. Outro fator que já foi comentado é a existência de urina residual.
Infecções urinárias hospitalares
Estas infecções ocorrem em pessoas que estão em uma clínica ou hospital para tratamento de alguma condição. As cistites são mais freqüentes em pessoas que estão acamadas, emagrecidas, com doenças crônicas ou que manipularam o trato urinário.
Por exemplo: aquelas que precisaram utilizar um cateter vesical, uma prática comum antes ou após alguns procedimentos cirúrgicos ou exames. Os cateteres são tubos próprios para manter a bexiga vazia, funcionam como um meio de drenagem urinária para idosos ou pessoas que não podem urinar espontaneamente.
Outra situação que pode evoluir com cistite seria a de pessoas que realizaram algum procedimento cirúrgico envolvendo a introdução de aparelhos na uretra e bexiga.
Cistite não-infecciosa
Embora as infecções bacterianas sejam a causa mais comum de cistite, um número de fatores não infecciosos podem inflamar a bexiga. Alguns exemplos:
- Cistite fúngica, mais comum em pacientes com diabetes e imunodeprimidos
- Cistite intersticial, uma inflamação crônica de causa incerta
- Certos medicamentos (como os quimioterápicos) podem causar inflamação da bexiga
- Tratamento de radiação da região pélvica
- Uso de um cateter durante longos períodos
- Cistite "específica" associada com outras condições, como câncer ginecológico, doenças inflamatórias pélvicas, endometriose, doença de Crohn, lúpus, diverticulite ou tuberculose.
Fatores de risco
Algumas pessoas são mais propensas do que outras a desenvolver cistites ou cistites recorrentes. As mulheres costumam ter bastante o problema e uma das principais razões é que o contato sexual provoca uma mudança de germes que habitam a região vizinha à uretra.
Essa mudança, associada ao trauma do coito que edemacia (incha) e inflama o canal, seria a causa dessa cistite. Por isso que o uso de preservativos lubrificados pode ajudar: eles reduzem o atrito, o trauma sobre o canal e evitam as trocas de germes que desequilibram a flora genital.
A identificação de fatores de risco para cistite ainda é motivo de discussão mesmo entre os médicos: uma das principais razões para algumas mulheres serem vítimas de cistite de repetição seria o revestimento da uretra que permitiria uma ascensão mais rápida de bactérias que chegariam na bexiga e se multiplicariam.
Como se em algumas mulheres o canal fosse uma escada mais simples de subir que em outras.
Outra hipótese é que em algumas mulheres o líquido vaginal seria mais “bonzinho” com essas bactérias que chegariam mais facilmente e em maior número ao orifício uretral e em seguida à bexiga. Existe ainda a questão da quantidade de hormônio feminino circulando.
O estrogênio desempenha um importante papel protetor pois ele alimenta as células que revestem a uretra. O canal precisa do estrogênio para ficar fechado enquanto não urinamos.
Somente durante a micção a uretra se abre como se fosse um zíper. Por isso mulheres na menopausa, momento em que ocorre uma queda drástica do estrogênio, têm mais infecções urinárias.
Mas não podemos esquecer que o principal mecanismo de defesa do organismo contra as cistites é natural: baseia-se no fluxo de urina. Portanto beber pouca água e “prender muito tempo a urina” significam fatores de risco para infecções urinárias. O intervalo entre as micções e para quem bebe líquidos deve ser de no máximo duas horas durante o dia.
O risco de cistite aumenta em pessoas que:
- Bebem pouca água
- Urinam raramente (prendem a urina por mais de duas horas)
- São sexualmente ativas (e não usam preservativos)
- Usam diafragma para controle de natalidade
- Estão grávidas (pois a gravidez muda o corpo da mulher)
- Sofrem obstruções ao fluxo de urina, como aquelas que têm cálculo renal, estreitamento da uretra ou próstata aumentada
- Possuem sistema imunológico baixo (imunodeprimidos e diabéticos)
- Fazem uso prolongado de cateteres no trato urinário.